sexta-feira, 9 de novembro de 2012

A opinião de Marcos Furtado

Angela Furtado, Assis, Marcos Furtado, Julio Bueno e Fátima no baile de aniversário do Flu


A história de Marcos Furtado no Fluminense começa na infância com 12 anos de idade. Marcos entrou para sócio do Fluminense e conheceu sua esposa, Angela, dentro do Clube. O avô de sua esposa foi dirigente do Clube durante muitos anos e incentivou-o a participar da política tricolor. Por outro lado, Marcos tem a sua formação de torcida organizada. Marcos foi componente da “FORÇA FLU” durante muitos anos, chegando inclusive ao cargo de Vice-Presidente da “FORÇA FLU” na gestão de Ricardo Belford Kornalewski. Marcos Furtado foi Vice-Presidente de Marketing do Fluminense. Marcos Furtado é Benemérito  do Fluminense.
Marcos Furtado entrou muito cedo no processo político do Fluminense por achar que diversas coisas não vinham sendo conduzidas como deveriam. Marcos Furtado foi um dos principais fundadores da “VANGUARDA TRICOLOR”, em 1996. Marcos tem a seu favor a liderança do processo político que levou o sócio do Fluminense a votar para presidente. Antes da existência do movimento da “VANGUARDA TRICOLOR” só quem votava eram os conselheiros. E hoje todos os sócios têm direito de votar no Fluminense.
Marcos Furtado era uma das lideranças que tocavam esse processo polítco, que mudou a história do Clube. Tornando o Fluminense o primeiro clube do Brasil a ter eleições diretas para os seus associados. E sobre o atual momento do Flu, Marcos Furtado diz: “Não posso concordar com a proposta atual (Sócio-Futebol) pelo desrespeito que está sendo feito a todos os conselheiros constituídos do Clube. O Fluminense tem diversos poderes: o Conselho Diretor, o Conselho Deliberativo, o Conselho Consultivo, que devem participar de todas as decisões importantes para a história do Fluminense. Até para que dê ao Conselho Diretor um respaldo para isso. O Estatuto que reza no Fluminense hoje, diz que as reformas estatutárias devem partir das deliberações deste Conselho. E eu me sinto não participativo neste processo. Que fique claro! Nós fomos os primeiros a reconhecer que a marca do Fluminense é patrimônio da sua torcida. O Fluminense é o que é em função da torcida que ele tem”.

Na intenção de colaborar com o aprofundamento do processo democrático no Fluminense, neste importante momento pelo qual passa o Clube, o Blog “CIDADÃO FLUMINENSE” apresenta uma entrevista com Marcos Furtado. A entrevista foi realizada na noite de 6 de novembro. Vejam “A opinião de Marcos Furtado”.




Julio Bueno, Deley, Assis, Marcos Furtado e Farid Abrahão homenageiam o "Carrasco"



Blog “CIDADÃO FLUMINENSE”: Você é contrário ao projeto ou a maneira como ele está sendo encaminhado?
MARCOS FURTADO: Olha só, que fique registrado que eu sou extremamente favorável. Desde toda a minha história no Fluminense, eu procurei trazer a torcida para dentro do Clube. Agora, eu não posso aceitar que queiram me impor um método que eu discordo. Eu acho que tenho procurar todos os caminhos possíveis para que os poderes do Clube sejam respeitados. Se outras pessoas não tem este entendimento eu vou respeitá-las. Mas o meu entendimento é este.







Marília Mandelblatt, Nelson Teles, Marcos Furtado e o "Rei Pelé"




Blog “CIDADÃO FLUMINENSE”: Foi dito através da internet que o projeto foi discutido exaustivamente com a base aliada, com as lideranças políticas do Clube. Mas você acha que todas as lideranças políticas do Clube, do Conselho Deliberativo, do Conselho Consultivo, todas estas lideranças foram consultadas?
MARCOS FURTADO: Não! Eu acho que foi consultada a base que elegeu o atual presidente. Nessa base que foi consultada pra discussão da proposta de reforma estatutária você não vê inúmeros Beneméritos. E dentre estes Beneméritos, vários deles com liderança dentro do Clube. Nenhum membro do Conselho Consultivo. Aliás, faço uma correção, um membro do Conselho Consultivo participou por ser um Grande Benemérito, que é o Argeu (Affonso). Mas que a sua Grande Benemerência sai após a própria discussão do processo. Mas cabe esse registro. Eu não me senti representado. E acho um erro de método porque o Conselho Deliberativo do Fluminense tem uma Comissão de Assuntos Estatutários. E por que esta Comissão não foi acionada? Acho que era o caminho mais normal de acontecer. Reconheço as forças políticas existentes hoje no Clube e não vejo nenhum óbice desse assunto ir ao Conselho Deliberativo porque acredito que passaria. Com as diversas ponderações que tem que ter o processo.







O tricolor Raimundo Fagner e Marcos Furtado





Blog “CIDADÃO FLUMINENSE”: Algumas lideranças, que inclusive apoiam o atual presidente pensam que houve certo afogadilho, que o projeto foi elaborado às pressas. Como você vê esta questão?
MARCOS FURTADO: Pelo tempo que eles falam que o projeto está desde maio rolando, eu não diria nem que ele foi feito às pressas. Eu diria sim, que a redação final do projeto está querendo ser feita numa velocidade Fórmula 1. Você num espaço de tempo de dez, doze dias, querer fazer a convocação de uma Assembleia Geral para votar binariamente as propostas do Conselho Diretor, sem uma discussão dos poderes constituídos. O fato de eu concordar com o projeto não quer dizer que eu tenho que votar ‘sim’. Existem muitas coisas na vida que nós achamos que são certas, mas que elas não podem ser praticadas. Existe uma Lei. E a Lei tem que ser respeitada! O Conselho Diretor tem o entendimento, pelas pessoas jurídicas que os respaldam, de que o Código Civil é soberano nesta questão e que com base nele o processo tem que ser conduzido desta forma. Outros juristas consultados acham que não. E nesta tese você defende a volta do projeto ao Conselho Deliberativo para que se pronuncie a respeito. A pedido do presidente na quarta-feira, dia 7, estará havendo uma reunião do Conselho Consultivo. Por quê? Só porque houve alguma grita no sentido em que os poderes estão sendo desrespeitados? Porque o Conselho Consultivo que é formado por Grandes Beneméritos-Atletas, ex-Presidentes, pessoas que ajudaram a formar a história desse Clube não podem ser chamadas antecipadamente para vir a contribuir?  Ele (Peter) amanhã vai tomar informação daquilo que vai ser votado no sábado binariamente. Eu recebi a convocação pra votação ontem (segunda-feira, dia 05/11). E hoje fui para uma reunião onde as coisas foram apresentadas e eu não tenho nem o direito de dizer ‘sim’ ou não’.






"O maior crauqe da história do Fluminense" Roberto Rivelino, o jornalista Fernando Carlos, Angela e Marcos Furtado




Blog “CIDADÃO FLUMINENSE”: Você acha que a Assembleia Geral sendo convocada por orientação pelo que está escrito no Código Civil, isso pode permitir que se abram certos precedentes futuramente?
MARCOS FURTADO: Os exemplos estão aí. Todos os clubes que buscaram a reforma estatutária sem o devido entendimento de seu corpo associativo, do seu corpo de poderes, vivem hoje ‘fantásticas batalhas jurídicas’. E até com o objetivo de evitar que o Fluminense venha a ter este tipo de coisa, eu acho que está no momento de reflexão o nosso Conselho Diretor, no sentido de apresentar ao Conselho Deliberativo e aprova. Ele tem a força do voto. Ele tem a grande maioria do Conselho Deliberativo. Porque o atual presidente foi eleito por esta base. Aprova lá. Mas abre a discussão. Permite que alguém apresente alguma ideia. Que se faça o encaminhamento para a Assembleia Geral para que o sócio venha a opinar.Se está boa ou se não está boa a proposta.






Marcos Furtado e o 'eterno ídolo' Galhardo



Blog “CIDADÃO FLUMINENSE”: E esse momento, uma reta final de campeonato brasileiro, a torcida, o associado, com uma ansiedade muito grande para o término do campeonato. Como é que você vê este momento que foi escolhido para a Assembleia Geral?
MARCOS FURTADO: Inadequado! O momento na minha opinião é inadequado. Eu acho que deveríamos estar todos focados nos próximos jogos que temos, nas próximas vitórias, conquistar este campeonato o mais rapidamente possível para mostrar a superioridade que o Fluminense vem mostrando até agora com o seu quadro de profissionais, notadamente do futebol, com a força que nós temos do patrocinador. E começar a fazer um planejamento para o próximo ano. Terminado o campeonato, teríamos tempo suficiente para começar esta reforma estatutária.









Marcos Furtado e Romerito




Blog “CIDADÃO FLUMINENSE”: Você citou a possibilidade de surgirem ‘guerras jurídicas’. Você acredita que, caso venha a ocorrer algum tipo de ‘guerra jurídica’ elas possam trazer fraturas irreversíveis para o Clube?
MARCOS FURTADO: Espero que não. Eu acho que o Fluminense é um Clube de pessoas civilizadas, educadas, mas não vai ser o mesmo nível de convivência com certeza. Porque a cada momento vais existir uma ação para colocação de necessidades e irão existir reações acreditando que o processo não é legal.



Blog “CIDADÃO FLUMINENSE”: O Sócio-Futebol terá direito a voto. Mas ele não poderá ser votado. O que você pensa a esse respeito?

  • MARCOS FURTADO: Acho que vai ser inédito. A Constituição do país diz que todo aquele que vota tem direito a ser votado. Acho que vai ser a primeira vez na história que você vai ter uma pessoa que tem direito de eleger e não ser eleita. Esse é um dos itens que deveria ser discutido mais abertamente. Para que a gente tivesse o entendimento correto. Porque que o cara pode votar e não ser votado?  Complicado, né?






Marcos Furtado na sala de troféus para cerimônia em homenagem ao presidente David Fischel





Blog “CIDADÃO FLUMINENSE”: O presidente Peter Siemsen em seu discurso, na reunião do Conselho Deliberativo, disse que o projeto faria com que a torcida do Fluminense crescerá. Você acha que essa tese tem algum fundamento?
MARCOS FURTADO: Equivocado. Fundamento equivocado. O que cresce é o número de sócios do Fluminense Footbal Club. Porque estará gerando uma possibilidade de virem mais sócios para dentro do Clube. A torcida cresce, e sempre cresceu, e vai continuar crescendo em função de seu desempenho desportivo. Quem forma torcida não é sócio, não é projeto de sócio. Quem forma torcida é título e principalmente ídolos. O Fluminense hoje tem um quadro de atletas que tem alguns ídolos. Alguns já formados, consagrados. E alguns em formação. Se tivermos a competência de fazer a manutenção deles, eu acredito que a torcida cresça. Mas não pelo projeto.




Nelson Teles e Marcos Furtado




Blog “CIDADÃO FLUMINENSE”: Você acha que o torcedor que está se tentando buscar, ele está mais preocupado com a possibilidade de votar ou de ter acesso aos jogos, com facilidades aos ingressos, descontos, dentre outras coisas?
MARCOS FURTADO: Algumas questões devem ser colocadas. Primeiro: Quantos clubes de massa o Brasil possui? Inúmeros. Quantos clubes possuem projetos de Sócio-Torcedor? Diversos. Dois, três, quatro, têm exemplo de sucesso. Na minha opinião a grande preocupação do torcedor é estar ajudando o seu clube com a questão futebolística. De ir ao jogo, de encher o estádio. A questão da votação é um entendimento do atual Conselho Diretor, que eu não sei. É duvidável. Eu tenho alguma dúvida em cima disso. Não sei se necessariamente, se o fato dele votar vai ser o grande atrativo para que ele venha ser Sócio-Torcedor. Como é que vão votar os sócios fora do Rio de Janeiro? Qual é o plano de negócios? Quantos do Sócio-Torcedor o Conselho Diretor pretende para o ano de 2013? O ano de 2013 é um ano onde a gente pode ter um aumento grande disso. Nós vamos participar da Libertadores por mais uma vez. Nós estaremos disputando com uma equipe que tem toda uma base sólida, que já está no seu segundo ano, vai para o terceiro. Oxalá tenhamos a manutenção do treinador (Abel Braga), da Comissão Técnica, de todo esse elenco que está aí. Então, eu não acho necessariamente que o poder de voto para presidente seja o grande alavancador do processo.







David Fischel, Ricardo Belford, Assis, Milton Mandelblatt e Marcos Furtado na festa de 99 anos do Flu





Blog “CIDADÃO FLUMINENSE”: Um tricolor hoje à noite fez uma observação importante sobre a possibilidade do aumento do Sócio-Futebol precisar de um aumento do número de funcionários que o Clube deverá contratar. Pelo que parece isso não foi mencionado se terá um custo ou não. Como você vê isso?
MARCOS FURTADO: Olha só, eu volto a usar uma expressão: plano de negócios. Quanto eu vou ter que investir para sustentar a base se sócios que virão para dentro do Clube? Você vai ter que investir em pessoal. Você vai ter que investir em maquinário. Será que a remuneração solicitada de 25% do valor que paga um Sócio-Contribuinte hoje, será suficiente pra manutenção de todas as despesas que o Clube vai ter pagando os ingressos de quem vai aos jogos e de infra-estrutura? Nada disso nos foi apresentado.



Marcos Furtado e Angela com amigos na festa junina do Fluminense



Blog “CIDADÃO FLUMINENSE”: Você acha que a falta de um diálogo com o sócio comum do Clube (Proprietário e Contribuinte) devido à pressa com que o projeto foi apresentado, isso pode fazer com que alguns sócios que frequentam habitualmente o Clube, que eles possam reivindicar direitos, tipo descontos, ou coisa parecida, por causa deste novo sócio?
MARCOS FURTADO: Eu não sei se irão reivindicar, porque você tem um Estatuto hoje que rezam as regras para a condição de cada sócio. Da mesma forma que se imagina que possa haver alavancagem da entrada em número de sócios, você pode ter o processo de imigração. Aqueles que hoje pagam até mais para serem sócios do Fluminense, podem preferir de uma categoria que pague menos. Você imagina o sócio que more distante do Clube, que não faz uso das dependências físicas, ele passa a ter uma oportunidade de por 25% do valor que ele tem hoje, passar a usufruir das coisas que ele usufrui hoje. Diversas categorias você tem de sócio. Dentre elas, por exemplo, o Sócio-Proprietário. De um a três mil e quinhentos, que é um Sócio-Proprietário que o seu título não tem taxa de manutenção. Esse sócio hoje tem o direito de ir ao jogo do Fluminense por dez reais por mês. Se você fizer uma média de quatro jogos/mês, que você tem o mando de campo, ele passa a ter direito a ir aos jogos do Fluminense por R$ 2,50. Eu tenho certeza e afirmo pra você que por R$ 2,50 você não paga custo de nada no mundo do futebol.





Angela e Marcos Furtado com amigos na festa junina do Fluminense



Blog “CIDADÃO FLUMINENSE”: Como é que você vê alguns sócios que entraram para o Clube recentemente e que tiveram a isenção da joia. A joia tradicionalmente é liberada no mês de julho, quando é o aniversário do Clube. Mas vários sócios entraram sem o pagamento da joia. Como você observa isso?
MARCOS FURTADO: Eu acho que a gente tem que olhar com carinho o Estatuto. E verifica onde está esse nível de competência. E se esse nível de competência existe, se existe um processo de formalização dessa liberação de joias. Se isso não foi, o Fluminense tem créditos a receber.




Marcos Furtado, o craque do futsal Manoel Tobias e dirigentes esportivos



Blog “CIDADÃO FLUMINENSE”: A Diretoria tem dito que a questão financeira é grave, é urgente. Mas no interior do Clube é público e notório que existem salários que são pagos com valores um pouco acima da média do que é pago em grandes clubes de futebol. E principalmente em um clube como o Fluminense que está em dificuldades. Qual a sua opinião sobre isso?
MARCOS FURTADO: O nosso presidente quando fez a sua campanha, uma das suas metas era a redução dos custos do Clube. E diferentemente dessa proposta, o que nós temos visto nesta questão salarial, extremamente bem colocada por você, o Fluminense está pagando muito além do mercado. É uma matemática que não dá pra fechar. O Fluminense esse ano passou a ter direito a uma cota de televisão o dobro do que ele tinha no ano anterior. E mesmo assim, nós vamos fechar, conforme já anunciado algumas vezes, com a possibilidade de uma quebra orçamentária de R$ 45 milhões. Aí, realmente a conta não fecha.






Sérgio D'Alincourt, Silvio César, Deley, Nelson Rodrigues Filho, Paulo Karra, Carlinhos Vergueiro e Toni Platão em churrasco da "Vanguarda Tricolor"



Blog “CIDADÃO FLUMINENSE”: Existem pessoas já dizendo que, sendo aprovado o Sócio-Futebol, inclusive correligionários do presidente, serão instaladas roletas, catracas, para cercear a passagem desses sócios para outros compartimentos do Clube. Sabemos que o Fluminense já foi alvo de pesadas injúrias em relação à questão de segregação, dentre outras coisas. Você teme que sendo aprovado o Sócio-Futebol, com estas delimitações físicas para a opinião pública, esse assunto possa voltar?  Que o Fluminense é um Clube seletivo, que impede a entrada das pessoas nas suas dependências?
MARCOS FURTADO: Nesse sentido as regras estão sendo colocadas claramente. Eu acho muito difícil da distribuição logística do nosso Clube esse nível de separação. Acho uma agressão ao patrimônio arquitetônico do Fluminense essa quantidade de roletas que a gente imagina que o Clube possa ter. Atualmente, você vai estar como sócio na categoria de que é hoje, com um colega seu assistindo um treino, terminado o treino você vai dizer pra ele: “Tchau, porque eu vou pro Clube e você mesmo sendo sócio, é um sócio diferente de mim. Você vai pra casa”. É uma coisa complicada de se administrar. Dentro dessa linha ainda, você tem a questão de alguns exemplos de sucesso que são citados, são de clubes que não tem uma vida social tão intensa. São de clubes notadamente de estrutura de futebol. Alguns com um ou dois esportes olímpicos. É um processo totalmente diferente do Fluminense. O Fluminense tem quase todos os esportes olímpicos. E aí? Como é que você vai conviver com esse tipo de coisa?






Cadu, Marcos Furtado, Duílio, Gustavo Marins e Mário Brito




Blog “CIDADÃO FLUMINENSE”: Fala-se muito que o Sócio-Futebol sendo aprovado será o tipo de sócio que não frequentará muito o Clube. Só que eventualmente esse sócio frequentará o Clube. Como é que você vê que será destinado o espaço do estacionamento? Não foi dito, até então, sobre se esse sócio terá direito de utilizar o estacionamento ou não. Como você vê?
MARCOS FURTADO: O estacionamento do Fluminense já é um problema há dez, vinte, trinta anos. O estacionamento que possui 40 vagas já não dá pra quem tem hoje. Muito até se perde na possibilidade de sócios por este problema que é uma questão crítica dentro do nosso Clube. Imagina, dentro de um projeto, que você bote dez mil novos sócios. Com esses dez mil, você tem uma presença num final de semana de 3%. Companheiro são 300 pessoas. Como é que a gente vive? O Clube no estacionamento e em todas as outras suas dependências para absorver mais isso. O Fluminense hoje já é um espaço crítico.




Marcos com Angela e Carolina Furtado recebendo o título de Benemérito do Fluminense


Blog “CIDADÃO FLUMINENSE”: Temos duas dependências que hoje estão liberadas para o Sócio-Futebol no projeto, que é o futuro Bar Temático e a Sala de Troféus. Mas muito próximo dessas duas instalações do Clube temos o acesso para o Salão Nobre. E aí? Será instalada uma roleta na escada do Salão Nobre?
MARCOS FURTADO: Bota roleta. Para com isso. A arquitetura que tem o Salão Nobre do Fluminense construído com o carinho que foi construído não permite esse tipo de coisa. Nós precisamos encarar este projeto com bastante seriedade. Você tem o Salão Nobre ao lado o Parquinho das crianças. Esses sócios quando vierem ao Clube e quiserem trazer o filho. O filho vai poder frequentar o Parquinho? Existe uma possibilidade de conflito. Eu acho que deve ser melhor estudado. Você falou no espaço do Bar Temático, da Sala de Troféus, o espaço da arquibancada social também passa a ser utilizada. E deve ser o grande catalisador da vinda das pessoas pra assistirem os nossos treinos, o nosso trabalho do time de futebol. Eu acho que vai ficar complicado.







Angela, Marcos Furtado, Beatriz e Antonio Gonzalez no Salão Nobre



Blog “CIDADÃO FLUMINENSE”: E se tiver o CT (Centro de Treinamento) como será? O Sócio-Futebol terá acesso ao CT? Não terá? Vai poder entrar?
MARCOS FURTADO: Na proposta que foi enviada pelo presidente do Conselho Deliberativo (Braz Masullo) aos conselheiros para tomarem conhecimento você pode ir ao CT Vale das Laranjeiras. O CT de futebol profissional não foi mencionado em momento algum. Eu não sei se é uma desistência da atual diretoria, que era um projeto de campanha. Cantado e decantado em inúmeros versos e que hoje já está meio que no esquecimento. Mas também não sei como é que fica a convivência. Porque normalmente as estruturas de CT são estruturas mais abertas, são estruturas onde você tem ali a sua equipe com mais acessibilidade. Mais isso não está no projeto de hoje. Eu não sei se não vai poder ou se vai ser criada uma estrutura para que possa receber esses associados.



Carolina no Parquinho e a camisa da Força Flu. Marcos orgulha-se: "não perdi ninguém para os rivais"




Blog “CIDADÃO FLUMINENSE”: O presidente do Fluminense reconheceu na última reunião do Conselho Deliberativo que ele não tem parcela de êxito no sucesso do futebol. Recentemente, foi divulgada na imprensa uma matéria dizendo que ele hoje desfruta de maior popularidade entre os torcedores do que entre os sócios do Clube. Você vê de alguma maneira que esse projeto também seria uma forma do presidente do Fluminense tentar equilibrar o seu prestígio junto à torcida, já que ele próprio reconheceu que a força do futebol e o sucesso vêm da Unimed, do patrocinador?
MARCOS FURTADO: Eu até concordo com você de que deva existir uma força tendo entendimento desse crescimento popular do Conselho Diretor e principalmente do presidente. Mas eu acho o seguinte, pelo que já fez pelo Fluminense, o Celso Barros é imbatível nesta rubrica. O projeto Unimed começou em 1999 com o Fluminense na Terceira Divisão. E ele vem até hoje crescendo. Eu acho que o processo amadureceu de tal maneira até com a vinda do melhor executivo (Rodrigo Caetano) que o Brasil tem hoje na área futebolística. Ele vem crescendo exponencialmente. E eu tenho certeza que na hora de olhar uma foto o torcedor do Fluminense , o sócio, sabe quem efetivamente está fazendo o trabalho do futebol.






O lema da "VANGUARDA TRICOLOR"




Blog “CIDADÃO FLUMINENSE”: A Assembleia está marcada para o dia 10 de novembro, sábado, véspera de um jogo importantíssimo do Fluminense com o Palmeiras, em que o Fluminense pode ser campeão brasileiro. E o Palmeiras pode ser rebaixado. Um jogo que chamará a atenção e desperta o interesse de muitos torcedores, que são sócios, que querem ir ao estádio em Presidente Prudente, uma cidade longe do Rio. Recebemos informações de possíveis problemas por causa da situação delicada do Palmeiras. Você vê isso como algo que atrapalhe a mobilização dos tricolores com a Assembleia Geral nesta data, nesta véspera? Como é que você vê isso?
MARCOS FURTADO: Eu acho a data extremamente equivocada. Acho que não deveria de forma alguma ter esta prática neste momento. Acho que todos os tricolores deveriam estar pensando na medida das suas possibilidades de estar indo em Presidente Prudente. Sempre com a preocupação. Eu acho que é uma obrigação do Fluminense de cuidar do seu torcedor. Você deve lembrar, do que nós sofremos em Jundiaí contra o Paulista. E mesmo perdendo o jogo lá. Você imagina o momento da torcida do Palmeiras com a possibilidade do time cair nesse jogo. Eu acho que todo o foco, todos nós tricolores que gostamos de futebol devemos estar focados na questão do campeonato brasileiro. E não tentar até aproveitar o momento que o Fluminense passa no futebol para aprovação de um projeto com essa agilidade que está sendo imposta.





Entrevista com Marcos Furtado na revista da empresa Cobra




Blog “CIDADÃO FLUMINENSE”: Você acha que pode ter tido alguma engenharia política de convocar uma Assembleia Geral nesse exato momento em que o Fluminense está com 99% de chances de ser campeão brasileiro, surpreendendo a todos, inclusive o presidente do Conselho Deliberativo e grandes lideranças?
MARCOS FURTADO: O Fluminense hoje tem gente com muita expertise política. Eu acredito que isso possa ter passado na cabeça das pessoas. De aproveitar este momento para essa situação. Aliás, eu acho até que em função de você estar no término do ano, mesmo que você aprove agora o projeto, que você lance, não terá tanta adesão quanto na Libertadores no início do ano que vem. E acho que seria até um momento mais apropriado para tal.








Matéria em revista com Marcos Furtado


Blog “CIDADÃO FLUMINENSE”: Os defensores do Sócio-Futebol tem se inspirado em certos clubes de futebol do Brasil, como Santos, Internacional, Coritiba, Atlético-PR, Grêmio, dentre outros. E que o projeto tem sido exitoso. Vale lembrar que são clubes que tem uma história completamente diferente da nossa e que possuem estádio. Foi também dito pelo presidente e outros defensores do projeto, que eles se inspiram em outros clubes do exterior e almejam 50, 100 mil sócios. O Fluminense não tem estádio. Como você vê esta questão abordada por eles?
MARCOS FURTADO: Eu acho que o estádio é fundamental para o sucesso do projeto. Nós não temos um estádio. Nós temos uma possibilidade com a questão do Maracanã. Que não será um estádio dos clubes. Os clubes passarão a ter um determinado direito sobre aquilo. Mas como você mesmo colocou. Todos estes exemplos de sucesso você tem a firmeza dos seus jogos naquelas datas colocadas. Apesar do nosso calendário ter modificado muito, ter uma seriedade muito maior ao longo dos anos,  a gente ainda discute: ‘Semana que vem vai jogar em Volta Redonda ou vai jogar no Engenhão’?  Ah, o Engenhão não pode receber o jogo porque o estado do gramado não permite. E aí quando você botar 40 mil pessoas, você conseguir ônibus pra levar pra Volta Redonda? Ou 25 mil que é a capacidade do estádio. Então, o estádio é um fator primordial para o desenvolvimento do sucesso desse projeto.                      

Blog “CIDADÃO FLUMINENSE”: O que você diria para o sócio do Fluminense que está desmobilizado, que está levando sua vida tranquila frequentando o Clube? Porque a gente percebe que muitos estão totalmente por fora deste tipo de assunto. Seria um desrespeito com este sócio?
MARCOS FURTADO: Eu acho que sim. Até porque é o seguinte, quantos sócios do Fluminense leram esta proposta de reforma estatutária? Alegar que foi colocado no site? Alegar que a convocação foi para a casa de todos os sócios? Mas não dá a eles o devido embasamento. Eu acho que mesmo se a opção fosse de só ser trabalhado na Assembleia Geral, o sócio do Fluminense merecia mais respeito no sentido de ter um grau maior de informação. Acho que a coisa foi muito trabalhada por alguma genialidade política no sentido de fazer a aprovação disso no sábado. Mas é importante que se saiba o seguinte, o direito existe dos dois lados. Existe do seu lado e do meu . E quem decide quando estas coisas acontecem é a competência jurídica.









Nenhum comentário:

Postar um comentário

OBRIGADO PELO COMENTÁRIO! SE QUISER PARTICIPAR DE NOSSOS EVENTOS, SORTEIOS E BOLETINS, BASTA ENVIAR UM EMAIL PARA A CONTA CIDADAOFLU@GMAIL.COM