Meus amigos,
Após a entrevista do Peter, no site do Sidney Rezende – SRZD – dia 17/05, se não tomarmos o devido cuidado, estaremos à beira do caos.
Não sei se alguns dos membros “espertos” da Flusócio (vide seu blog) que se aproveitam de um presidente tutelado ou se é um presidente irresponsável que se utiliza de garotos inconsequentes e imaturos. O fato é que estão todos empenhados, através de um discurso populista e maldoso, a induzir a torcida do Fluminense a pensar que a situação escabrosa por que passa o Clube deve-se aos seus sócios e conselheiros antigos. E mais ainda, tentam, através de um golpe em que se deprecia o valor do título de sócio, dar direito de voto aos que venham a se beneficiar dessa depreciação.
O Presidente atual, omisso e distante, que nunca frequentou o Clube e que pouco tem feito no sentido de reduzir sua dívida catastrófica – vide os salários absurdos que adota em sua gestão – vem a público afirmar que a torcida deva fazer parte da administração do clube “que tanto ama”.
São palavras do presidente.
“Esse projeto tem que ser um caminho sem volta. O conselho deliberativo tem obrigação de aprovar essa proposta. É imprescindível. Nosso desafio será colocar 50 mil sócios nesta categoria. Não tenho a menor dúvida que com isso não vendermos nossas promessas para pagar nossas dívidas. É nosso sonho. Eu sou um torcedor na presidência e queremos democratizar o clube o tornando ainda maior”.
Peter ainda convocou os torcedores que são sócios do clube a fazerem pressão para que o projeto seja aprovado no Conselho, alegando sermos os responsáveis pela dívida.
“Façam pressão por isso. Vamos ficar em cima de cada conselheiro, porque se isso não for aprovado vamos ter que repensar o Fluminense. Aqueles que estiveram na construção da dívida de 400 milhões não podem inviabilizar uma proposta fundamental para a oxigenação financeira do clube”.
É muita irresponsabilidade, cujas consequências são imprevisíveis. É uma atitude fascista. Jogar os torcedores contra sócios antigos, só na mente doentia de alguém. Hitler aplaudiria este comportamento. Incitar a torcida contra os associados e conselheiros infringe o Item IV do artigo 118 e é passível de penalidade.
Procurem saber, na história do Fluminense, quem, de alguma forma, contribuiu para essa dívida.
O Sócio Futebol, a ser criado, poder votar transcorrido um ano de contribuição é um verdadeiro absurdo. Como pode um sócio com mínima participação financeira, uma vez que lhe é dispensada a joia da admissão e cujas mensalidades correspondem a 1/3 ou ¼ do valor normal, almejar ter o direito, em tão pouco tempo, de interferir na gestão desse clube. Assim, então, com apenas R$ 360,00 ou R$ 480,00 um indivíduo compraria o direito de gerir uma instituição secular como o Fluminense. Tal proposta tem que ser veementemente rechaçada pelo Conselho.
A Direção, reduzindo o valor do título do clube, age de maneira similar ao dono de empresa que manipula o valor das ações com intuito de obter vantagens. Isso é um crime que na Bolsa de valores dá cadeia. Pois é isso que o presidente está propondo. Além do mais, várias falácias fazem parte desse discurso:
1ª. Falácia: O ‘projeto serviria para amortizar a dívida’. Como amortizar uma dívida de R$ 400.000.000,00 se a verba decorrente dos sócios futebol seria, não havendo nenhuma inadimplência, em torno de R$ 2.000.000,00 (cobrados 40,00 de cada um dos 50.000)? Quantos anos seriam necessários para amortizar essa dívida se toda aquela verba fosse destinada para tal? Se a dívida parasse de crescer ou não sofresse correção monetária (o que é absolutamente impossível), levar-se-ia 16,6 anos.
2ª. Falácia: O ‘Internacional adotou esse projeto’. Mentira! O Internacional não tem sócio futebol. Entrem no site do Internacional e vejam seus estatutos. Tem é sócio patrimonial que é muito diferente.
3ª. Falácia: O ‘sócio futebol somente poderia frequentar o bar temático (qual?) e as arquibancadas’. 50.000 sócios que dificilmente o clube acomodaria, certamente elegeriam quem eles quisessem e certamente seriam eles que comporiam o Conselho Deliberativo. Ou não? Será que eles podem votar, mas não poderão se votados? Quem garante? E, sendo eles, apenas sócios futebol, se nem podem frequentar as demais dependências do clube, como designariam os vice-presidentes de Esportes Olímpicos e o vice-presidente Social? Meus amigos, uma vez ocupado o Conselho eles serão onipotentes e onipresentes. Sem essa de poderem frequentar apenas a arquibancada e o famoso inexistente bar temático.
A nós, sócios antigos, somente nos restará entregarmos as chaves e irmos embora.
Alguns sócios que contribuem com R$ 120,00 por mês, já levantaram a hipótese de migrar de sócio contribuinte para sócio futebol. Essa diretoria vem trabalhando no sentido de cercear cada vez mais as disponibilidades de seus associados. Onde está o salão de jogos sociais? Onde, a biblioteca? Onde, a sala de leitura? Onde, o restaurante? Onde, a banda larga? Onde, o projeto dos espaços? Já que o Fluminense cada vez mais oferece tão pouco porque não pagar menos? Acho que muitos pensarão da mesma maneira.
A desvalorização do título de sócio é a única coisa que esse projeto insano poderá proporcionar.
Numa situação política favorável seria até conveniente uma mudança dos estatutos que permitisse a criação de outras categorias especiais de sócios que pudessem até ter o direito de votar, mas transcorridos no mínimo 5 anos.
Na situação caótica porque passa o clube qualquer mudança nos estatutos é uma afronta e um perigo. Não podemos agora, em hipótese alguma, deixar que os estatutos do clube sejam modificados.
Espero que no final a lógica prevaleça. Conto, inclusive, com os amigos mais lúcidos da Flusócio.
Quero deixar claro que ao criticar a Direção como tenho feito, enumerando todos os seus erros, falo, como sempre falei, única e exclusivamente em meu nome.
Saudações Tricolores,
Paulo Cesar de Carvalho Studart
Sócio Proprietário e Conselheiro