O que muitos tricolores queriam aconteceu. Uma entrevista do ex-Vice-Presidente de Futebol do Fluminense, Ricardo Tenório contando sua versão sobre os fatos que levaram a sua demissão. Inicialmente, deve-se parabenizar a equipe do site “Canal Fluminense” pela boa matéria oferecida para todos os tricolores. O Blog “CIDADÃO FLUMINENSE” parabeniza Cássio Cornachi, Marcelo Savioli e Ana Carolina da Matta pela entrevista.
Esta é mais uma prova de que existe muita gente boa e competente por aí, trabalhando de maneira positiva pelo Fluminense. Por isso, quando ouvirem alguém por aí, intitulando-se “detentor do monopólio da virtude tricolor”, desconfie, chame a polícia ou a defesa do consumidor, se for o caso. Pois trata-se de propaganda enganosa. E em ano de eleição, o caso pode ser mais grave. Poderão ocorrer casos de “ESTELIONATO ELEITORAL”. Portanto, tricolores, “CUIDADO”!
Ricardo Tenório fala sobre o atual Gestor de Futebol do Fluminense: “Eu escolhi o Dr. Mário Bittencourt, para trabalhar comigo e ele caminhou bem até compreender que permanecer comigo implicaria em perder tudo o que eu concedi a ele. É simples assim”. Isto seria um caso clássico de traição??? E outra questão: Se foi Ricardo Tenório quem convidou Mário Bittencourt para assumir o cargo em que está o correto não seria este pedir demissão junto com Tenório??? Isto seria um caso clássico de apego ao cargo??? Será que após esta entrevista de Ricardo Tenório, o “maior grupo de oposição” do Fluminense continuará elogiando o ex-Vice-Presidente de Futebol do Fluminense??? Ou ele fará parte agora da ‘corja’ que deve ser expulsa do Clube???
Ricardo Tenório deixa várias vezes subentendido que pode sair candidato a presidente do Fluminense. Numa de suas falas, ele diz que “os projetos dos candidatos Julio Bueno e Peter Siemsen são completamente inaplicáveis”.
Sobre o que Ricardo Tenório disse em relação à empresa patrocinadora do Fluminense, é certo que já terá a simpatia de muitos tricolores (incluindo este Blog) que tentam “LIBERTAR O FLUMINENSE DA ESCRAVIDÃO DO PATROCINADOR”. Ricardo Tenório disse também sobre a empresa patrocinadora: “Não se resolverá com a permanente condição de subserviência humilhante do Futebol às vontades imperiais do patrocinador. O Fluminense é muito maior em história do que a Unimed e bem menor em risco financeiro. Não se pode administrar o futebol com os planos de um administrador de um plano de saúde. Quanto ao Celso Barros, ele mantém com o Fluminense uma relação de intimidação, medo, humilhação e vergonha. A qualidade da relação da Unimed (Celso Barros) com o Fluminense é um dos elementos que invalidam os projetos de gestão do Peter e do Júlio: os iguala e os invalida. Peter e Julio imaginam ser possível avançar e conservar a qualidade da relação da Unimed com o Fluminense. Isso é um ato insano, de absoluta estupidez administrativa”.
Uma coisa que Tenório disse e concordamos: “O herói é sempre ELE (Celso Barros) e o vilão o pobre Fluminense”. E ainda tem gente que ficou tempos e tempos repetindo esta idéia na internet.
Sobre uma possível candidatura, Tenório disse: “Preciso pensar. Preciso avaliar. Mas, estou certo de duas coisas: A Unimed (Celso Barros) participa do processo eleitoral com dois candidatos: Peter e Julio. A relação do Fluminense com a Unimed é, comprovadamente, um elemento de risco para o clube. Precisamos de uma terceira opção. Serei eu? É cedo para dizer”.
Agora a parte mais divertida e interessante da entrevista foi quando Ricardo Tenório deu rápidas definições de alguns personagens importantes desta engrenagem política. Divertida pela ênfase. E interessante pela coragem na divulgação da opinião, coisa rara no Fluminense. Os personagens e opiniões:
Mario Bittencourt: Desleal.
Celso Barros: Já falei.
Alcides Antunes: Um sujeito desprezível.
Roberto Horcades: Um sujeito que tem instinto de sobrevivência aguçado e é mitômano.
Peter Siemsem: Um oportunista.
Rodrigo Nascimento: Um tricolor bem intencionado com muito a dar ao Clube.
Claudio Maes: Um tricolor antenado e de muita capacidade.
Cenário Político do Fluminense F.C.: Com essas opções, ruim.
Na verdade, se Ricardo Tenório deverá ser candidato ou não ainda não sabemos. Porém, caso não seja, fica a seguinte questão: “Qual seria a necessidade de tal entrevista com tamanha ênfase”??? E outra: “Qual seria a necessidade de ‘acarinhar’ o grupo de Rodrigo Nascimento e o grupo Pavilhão Tricolor”???
São dois grupos importantes e que ainda se encontram um pouco indefinidos sobre o rumo que tomar. E um carinho ou elogio recebido todo mundo gosta, não é verdade??? Tenório ataca aqueles personagens que deverão ser seus rivais competidores (caso declare-se publicamente como candidato) e elogia àqueles que estão indefinidos e que poderão lhe dar apoio político. Por sinal, um dos equívocos de Tenório quando esteve ocupando a Vice-Presidência de Futebol foi isolar-se por completo. Para um líder político, não serve como desculpa que estava trabalhando intensamente na recuperação do time. Tenório não era atleta, muito menos membro da comissão técnica. Tenório era político, como manda o cargo de Vice-Presidente de Futebol. E um dos motivos, se não o principal, de sua queda, foi seu isolamento político. Tenório deve ter achado que somente os resultados do campo de jogo seriam suficientes para mantê-lo no cargo.
Tenório deve ter percebido que o cenário político tricolor, por enquanto, apresenta uma forte bipolaridade entre Julio Bueno e Peter Siemsen. Os três outros candidatos apresentados, Mauro Carneiro, Rodrigo Nascimento e Formigão (que merecem todo o nosso respeito) ainda oscilam um pouco sem fazer fortes movimentações que possam demonstrar confiança aos eleitores tricolores de que serão realmente candidatos. E por isso, deixam muitos tricolores ainda em dúvida sobre o real interesse por suas candidaturas.
A entrevista de Tenório é forte, incisiva e coloca o dedo na cara de muita gente. E isso é bom na avaliação de muito eleitor. Tem eleitor que gosta deste tipo de postura de seu candidato. E geralmente, esse tipo de eleitor não gosta que seu candidato fique acuado, sumido, inseguro, desanimado. Como se tivesse ‘levado um tapa na cara’.
Mas sem lançamento de candidatura em breve pode ser um tiro no mar, ou seja, não serve pra nada. O momento é bom para uma candidatura de Ricardo Tenório. Ricardo Tenório tem bom trânsito com o grupo de Rodrigo Nascimento, Pavilhão Tricolor e com a turma do Bar do Tênis. Ricardo Tenório como candidato tranquilamente irá tirar votos de Peter Siemsen. A sua demissão é recente e para uma boa parcela da torcida do Fluminense, foi injusta. É certo que alguns dirão: “Ah, mas a torcida não vota”! Não vota, mas influencia. E sempre é bom lembrarmos que, muitos torcedores nos últimos tempos associaram-se ao Clube para participarem e interferirem (nem que seja só votando) no processo político tricolor. E para desgosto de muitos que incentivaram a entrada de novos sócios ao Clube é que vários desses tricolores, mesmo que tenham sido seduzidos pela propaganda de determinado grupo, não significa que votarão com o candidato de tal grupo.
No início de 2009. Tenório podia ser encontrado em simpáticas conversas de amigos no Bar do Tênis, onde externava claramente seu desejo de candidatar-se a presidente do Fluminense. Com o cargo de Vice-Presidente de Futebol, Tenório ganhou alguma visibilidade. E com a ‘arrancada tricolor’ e conseqüente fuga do rebaixamento tornando-se exitosa ganhou a simpatia da torcida.
Portanto, Tenório, não demore muito e torne logo público o seu nome. Na altura dos acontecimentos, agora, quanto mais cedo declarar que é candidato, mais poderá crescer. Caso demore, pessoas e grupos começarão a tomar seus rumos. Não cometa o mesmo erro de José Serra em São Paulo. Quando o governador José Serra resolver publicar oficialmente que será candidato, possivelmente a candidata Dilma Rousseff já poderá tê-lo ultrapassado nas pesquisas de intenção de voto. E aí pode ser até que José Serra desista da presidência da república.
Saudações Tricolores