quinta-feira, 9 de maio de 2013

Tio Sam Tricolor x Talibã Tricolor

Presidente Peter Eduardo Siemsen 


Nos últimos dias, um dos assuntos predominantes envolvendo o Fluminense foi o Talibã Tricolor. Não entro no mérito de julgar se é certo ou errado o Talibã Tricolor. Mas observei atentamente os debates. Realmente, foi tudo muito interessante  divertido. Todos os torcedores que aderiram ao Talibã Tricolor postavam fotos com camisas do Fluminense tapando parte do rosto.
Era um protesto organizado por jovens e adolescentes contra os erros de arbitragem que prejudicaram o Fluminense na Libertadores da América. Até alguns atletas tricolores como Fred e Thiago Neves participaram do movimento. E o Talibã Tricolor ‘bombou geral’ e conseguiu proezas inimagináveis.
O Talibã Tricolor realizou, sim, uma verdadeira “OCUPAÇÃO” das redes sociais. E conseguiu o que muitos tentam e não conseguem. Tanto é que o Talibã Tricolor foi notícia na BBC de Londres, no Le Monde da França e em uma série de grandes e importantes veículos de informação do mundo “colonizador”. 
Algumas pessoas elaboraram verdadeiras teses científicas e sociológicas, argumentando sobre a reprovação do Talibã Tricolor. Teve gente que abusou da criatividade dizendo que os tricolores eram os “guerreiros da paz” (na Idade Média também se afirmava isso para legitimar a “Guerra Santa”). Já tinha até gente dizendo que o Talibã Tricolor poderia conspirar para destruir a civilização cristã-ocidental. Ou promover o fim do capitalismo. 
Já entre os que aprovavam o Talibã Tricolor era perceptível um espírito galhofeiro e gozador. Nada contra a gozação. Estamos no Brasil, o maravilhoso país do carnaval, do futebol, da cerveja e da informalidade. Mas tudo foi válido no debate sobre o Talibã Tricolor. Teve gente até detonando ‘criancinhas’. Pensei que eram os velhos comunistas, que sempre foram acusados – pelos reacionários – de comê-las.
A diretoria do Fluminense, representada pelo presidente Peter Siemsen até emitiu uma nota. E não era qualquer nota, não. Era uma “NOTA OFICIAL”. Uma “NOTA OFICIAL” diante da ocasião, com toda pompa e circunstância. Como clamaram alguns e reprovaram outros. A “NOTA OFICIAL” dizia até que existiam “sadios guerreiros”.


Cartaz mostrando o "TIO SAM" na Primeira Guerra Mundial, em 1917. "I Want You for U.S. Army ("Eu Quero Você para o Exército dos EUA")  


Uma das coisas mais interessantes no debate sobre o Talibã Tricolor é que podíamos observar “críticos da gestão” elogiando o presidente. E “simpatizantes da gestão” criticando o presidente. Ou seja, um verdadeiro “samba do afro-descendente doido”. Mas não podemos esquecer que estamos no Brasil e fomos (e somos) “colonizados”.
Contudo, talvez o que tenha mais atiçado e estimulado o debate foi a tal “NOTA OFICIAL”. E nessa “NOTA OFICIAL” o presidente Peter Siemsen “DESAUTORIZAVA” a “TORCIDA” do Fluminense a não participar do movimento do Talibã Tricolor. Alguns acharam que voltávamos ao Brasil do mês de dezembro de 1968. Outros acharam que o presidente Peter Siemsen deu uma enorme mancada. Uns se sentiram representados. Outros acharam que foi bola fora. Uns acharam que o presidente demonstrou ser uma pessoa de visão ao proteger os interesses mercantis em futuros mercados. Tudo bem. Cada um tem a sua posição.
A “NOTA OFICIAL” preocupava-se com a imagem que o Talibã transmite. A “NOTA OFICIAL” afirmava que a imagem do Talibã era a imagem de terroristas. Um apelo à violência e à agressão.
Com toda essa polêmica envolvendo o poderoso Talibã Tricolor preferi não me manifestar para não atrapalhar os manifestantes. A “NOTA OFICIAL” do presidente Peter Siemsen pedia pela racionalidade e pela reflexão um pouco mais demorada. Por isso, resolvi fazer este pronunciamento um pouco depois. No intuito de “colaborar” (apenas de “colaborar”) com o presidente do Fluminense, Peter Eduardo Siemsen.
Logicamente, que na condição de brilhante advogado que é o presidente do Fluminense, Peter Eduardo Siemsen, não tem a mínima obrigação de possuir profundos conhecimentos históricos. Principalmente, observando-se o desprestígio que a História e a Cultura possuem em nosso querido e amado país. Portanto, venho aqui colaborar com o presidente Peter Siemsen.
Em janeiro de 2013, observei um vídeo elaborado pela gestão Peter Siemsen utilizando o símbolo do “TIO SAM”. Para os que não sabem o símbolo do “TIO SAM” é a personificação nacional dos Estados Unidos da América (EUA). E um dos símbolos nacionais mais famosos do mundo. Geralmente, o “TIO SAM” é representado por um senhor de séria fisionomia com cabelos brancos e barbicha. O “TIO SAM” é representado vestido com as cores da bandeira norte-americana.






"TIO SAM"


Mas, antes disso o presidente Peter Siemsen já tinha tirado uma fotografia fazendo um gesto e expressão muito semelhante ao símbolo do “TIO SAM”. Será que a imagem do “TIO SAM” com as cores do Fluminense utilizada em um vídeo da gestão Peter Siemsen também não é a imagem do “TERROR”??? Será que a imagem do “TIO SAM” utilizada em um vídeo da gestão Peter Siemsen também não faz um apelo à violência, e à agressão???
Talvez o presidente Peter Siemsen não saiba o que significa ou simboliza o “TIO SAM”. Talvez parte da sua qualificada assessoria também não saiba o que significa ou simboliza o “TIO SAM”. Mas no momento em que, muitos repudiaram o Talibã Tricolor, criticando o seu nome e seu simbolismo, creio que seja necessário, quem sabe até um dever, de alertar o presidente Peter Siemsen, sobre a utilização do símbolo do “TIO SAM”.  O “TIO SAM” é um símbolo histórico do poder dos EUA. A utilização deste símbolo acarreta custos políticos? Ou não?
Vale lembrar aqui também, uma estratégia do Drº João Havelange – grande eleitor do presidente Peter Siemsen – que não fazia distinção ideológica entre os diversos países filiados à FIFA. Havelange sempre falou: “Não faço política. Faço esporte.” Tanto que uma das principais promessas de campanha de Havelange foi incluir a China comunista na FIFA. E cumpriu a promessa.

Para entendermos um pouco sobre a utilização de “símbolos nacionais”, é importante ressaltarmos rapidamente alguns aspectos da política externa norte-americana, que é fortemente simbolizada pelo “TIO SAM”. Theodore Roosevelt (1901-1909) envolveu os EUA mais ativamente na política mundial. Ele gostava de repetir sua frase predileta: “Fale suavemente e carregue um grande porrete”. Sua política externa ficou conhecida como “Big Stick (Grande Porrete).
As intenções dessa política era proteger os interesses econômicos dos EUA na América Latina. E os EUA deveriam assumir o papel de polícia internacional no Ocidente. Portanto, de acordo com a sua política externa os EUA nunca foram os “libertadores da América”. Muito pelo contrário.  
Pouco tempo depois, eclodiria a Primeira Guerra Mundial, entre 1914 e 1918. O saldo foi de 19 milhões de mortos, dos quais 5% deles eram civis. Durante a Primeira Guerra Mundial, foi feito um cartaz do “TIO SAM” com o dedo em riste e com a frase “I Want You for U.S. Army" (“Eu Quero Você para o Exército do EUA"). O conflito envolveu as grandes potências mundiais. Ou seja, com toda certeza, a Primeira Guerra Mundial teve mais mortos do que o número total de torcedores do Fluminense espalhados pelo mundo e concentrados no Brasil, especialmente no Rio de Janeiro.

Também de triste lembrança, a “Operação Brother Sam” foi um grande exemplo do “poder imperialista” dos EUA (o “TIO SAM”). A “Operação Brother Sam” foi criada pelo governo dos Estados Unidos da América (EUA), para apoiar o “GOLPE MILITAR” de 1964, no Brasil, com a deposição do presidente “constitucional” João Marques Belchior Goulart, o “JANGO”. Caso os militares “legalistas” que apoiavam “JANGO” resistissem aos conspiradores, o aparato da “Operação Brother Sam” entraria em ação. A “Operação Brother Sam” seria desencadeada, culminando com a invasão do território do Brasil por tropas das forças armadas norte-americanas. Ou seja, seria a verdadeira “OCUPAÇÃO” do território brasileiro, atacando brutalmente a “SOBERANIA DO BRASIL”.
A “Operação Brother Sam” consistia no envio de 100 toneladas de armas leves e munições, navios petroleiros com capacidade para 130 mil barris de combustível, uma esquadrilha de aviões de caça, um navio de transporte de helicópteros com a carga de 50 helicópteros com tripulação e armamento completo, um porta-aviões classe Forrestal, seis destróeires, um encouraçado, além de um navio de tropas, e 25 aviões C-135 para transporte de material bélico. Durante os anos 60 e 70, os EUA (o “TIO SAM”), financiaram vários “golpes militares”, em toda América Latina.
No regime ditatorial do Chile, de 1973 a 1990, patrocinado pelos EUA (o “TIO SAM”), cerca de 35.000 pessoas foram vítimas diretas de violações dos Direitos Humanos, dos quais 28.000 foram torturados, 2.279 destes foram executados e aproximadamente 1.248 continuam desaparecidos. E 200.000 pessoas tiveram que exilar-se fora do território chileno. Durante a ditadura militar na Argentina, patrocinada pelos EUA (o “TIO SAM”), entre 1976 e 1983, grupos defensores dos Direitos Humanos como as Mães da Praça de Maio e o Serviço Paz e Justiça, estimam que houve 30.000 desaparecidos.  



"TIO SAM TRICOLOR???"


Os exemplos citados, como o “Big Stick”, a Primeira Guerra Mundial, a “Operação Brother Sam” e os golpes militares na América Latina, são apenas alguns momentos históricos, que se relacionam com a política externa dos EUA (o “TIO SAM”). Será que a política externa dos EUA (o “TIO SAM”) ao longo do século XX não é um apelo à violência e à agressão??? Será que o presidente Peter Siemsen ao utilizar um símbolo dos EUA (o “TIO SAM”) não se preocupa de ser acusado por algum opositor de também estar fazendo um apelo à violência e à agressão??? Isso tudo, são apenas algumas reflexões, que manifesto como colaboração com o mandatário tricolor, antes que algum opositor resolva transformar o Fluminense, em um, dois, três, muitos Vietnãs.





No cafofo do Talibã Tricolor: “O fim do capitalismo é mais emocionante que final de Copa do Mundo”

A “ocupação” do “TIO SAM TRICOLOR”

Um comentário:

  1. E mais uma vez os salarios dos funcionários estão atrasados????Ate quando isso ???Na campanha foi dito que isso nao ia acontecer...

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