terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

O "Bar do Pavão" é tricolor

  O "Bar do Pavão" na Praça Xavier de Brito, na Tijuca



A Praça Comandante Xavier de Brito fica no tradicional bairro da Tijuca. Um  dos recantos mais belos e românticos do Rio de Janeiro. A Praça Xavier de Brito também é conhecida como a "Praça dos Cavalinhos".

Crianças e adultos dos mais diversos cantos da cidade costumam ir à praça nos finais de semana para curtir lazer e tranquilidade junto com a família tijucana. Uma das grandes características da Praça Xavier de Brito é que a praça preserva o costume de alugar charretes, cavalos e bodes aos frequentadores.

A Praça Xavier de Brito existe desde 1928, quando foi ajardinada. No seu centro localiza-se um belo chafariz de bronze, construído na França. O chafariz foi colocado na Praça Xavier de Brito em 1960.

Na Praça Xavier de Brito encontra-se também o "Bar do Pavão". Um pequeno bar, porém muito acolhedor com seu ambiente familiar. E que possui uma clientela cativa e fiel - marcas tradicionais do povo tijucano -, que cada vez mais espalha por toda a cidade a boa fama do tratamento singular que é dado ao cliente.

O proprietário do bar, Durval Teixeira Pavão, é um comerciante atencioso e carinhoso com todos os seus clientes, sem distinção. Desde os clientes mais antigos aos mais novos, todos recebem o mesmo tratamento. Ou seja, o Pavão é o típico "boa-praça", que faz com que todos queiram retornar ao seu estabelecimento.

No melhor estilo carioca, o futebol não poderia ficar de fora da vida do "Bar do Pavão". No "Bar do Pavão", que possui espírito altamente democrático - sua esposa, Dona Jô é vascaína - todas as torcidas são bem-vindas. O coração do Pavão é enorme. O coração do Pavão possui "três cores que traduzem tradição".

Uma das tradições do "Bar do Pavão" são os jogos de futebol na televisão. Em dias de jogos, o bar costuma receber vários clientes especificamente para assistir as partidas. Nos jogos do Fluminense, o "Bar do Pavão" vira um autêntico "ponto de encontro de tricolores". Nos dias de jogos do Fluminense, o Pavão coloca um avental - com o escudo do Fluminense no peito - especialmente para receber seus companheiros tricolores. Nestes dias, enquanto assiste ao jogo, Pavão segue trabalhando e atendendo muito bem aos seus clientes, dando o toque familiar ao local. O Blog CIDADÃO FLUMINENSE fez uma pequena entrevista com o Pavão após o jogo Fluminense 4 x 1 Boavista. Veja abaixo a entrevista:






         Um dos segredos da saborosa feijoada do Bar do Pavão




Qual é a sua idade?

Pavão: 63. Sou do dia 2 de agosto de 1950. Nascido no Açores, Ilha Terceira, Portugal. Mas me criei no Brasil. E criei minha família. Cheguei aqui muito criança. Inclusive sou totalmente brasileiro. A minha documentação é brasileira. Os meus pais me fizeram brasileiro. Me casei com 16 pra 17 anos. Vivo com a mesma mulher hoje, há 50 anos. Meu filho mais velho tem 46. O outro 39. Dois filhos e quatro netos. Eu tive a felicidade de ter uma neta agora, há um ano atrás, que vai ser tricolor, se Deus quiser.





                     A panela da famosa feijoada do Bar do Pavão 
    





Você está aqui na Xavier de Brito há quantos anos?

Pavão: Farei agora no dia 23 de abril, Dia de São Jorge, 29 anos. Tive a felicidade de chegar na Xavier e ser muito bem recebido por todos os moradores. A "Turma do Xavier" frequenta o meu bar até hoje. Cheguei aqui já existia o "Xavier". E nós demos prolongamento a esse...






                     O escudo do Flu em todas as partes  






Xavier era o dono anterior?

Pavão: Não. É o futebol "Xavier". O "Xavier" que disputou vários campeonatos no Aterro. É um time. O Xavier foi campeão no Aterro. Teve uns dos melhores jogadores de futebol do Rio e do Brasil. Foi um dos melhores times de society que teve o Rio de Janeiro. E eu tive a felicidade de compartilhar com eles. Estamos até hoje juntos, graças a Deus.






                                            Cartaz do Bar do Pavão 




De tira-gosto você tem 45 tipos diferentes. Como é que é isso?

Pavão: Temos o alho espanhol. A 'Zarpa' que é a azeitona preta chilena. Empadas de frango e camarão. Diversos pastéis. Batata calabresa. Nós temos a feijoada, da minha falecida mãe, que eu mantenho até hoje. E nessa feijoada, nós temos 12 tipos de linguiças: Calabresa, Toscana, paio português, paio nacional, com pimenta, sem pimenta, com presunto de Parma, língua defumada. Então é uma feijoada muito bem selecionada, porque o tijucano merece ser muito bem tratado.






             Pavão esbanjando simpatia tirando o chope sempre gelado




Você tem um sanduíche esperto de pernil? Como é que é?

Pavão: É a sequência do nosso serviço é o diferenciado. É a carne assada com o queijo parmesão italiano. Temos o pernil às sextas-feiras, que acompanha acebolado ao pão francês, que tem boa aceitação. E outras variedades, como por exemplo, croquete de carne, o pastel de camarão. E a especialidade nossa é servir bem. O paladar bom.






                              A simpatia de Dona Jô e Pavão





Você presta serviços gastronômicos para o Projac da TV Globo?

Pavão: Sim, graças a Deus. Eu tive a felicidade de ser contratado pelo pessoal do Projac em fazer todas as novelas antigas que possuem a chopeira antiga. Nós temos uma equipe que trata disso. Só de chopeira de 1912, quando a Brahma chegou praticamente no Brasil. Então, nós trabalhamos totalmente pra todas novelas antigas, com todo projeto da chopeira antiga. Chope gelado. Muito gelado.








                                              Cachaça-Flu





Você foi o "Destaque do Ano - 2005". Fale um pouco sobre essa experiência.

Pavão: Graças a Deus, nós fomos premiados com uma das melhores feijoadas do Rio de Janeiro, em 2005, pelo jornal O Globo, pessoal do "Melhor Maneira", do melhor atendimento. Porque realmente é uma feijoada diferenciada, graças a Deus. E hoje nós temos a felicidade de não podermos mais fazer propaganda, porque o nosso espaço é muito pequeno. Nós trabalhamos em 14 m² e exploramos muito a calçada. Então a prefeitura nos conciliando, que não fizesse propaganda, porque não podemos conciliar todos nos dias de sábado e domingo. Sendo sábado a feijoada e o cozido no domingo. Mas temos a felicidade de contar com a família tijucana, nesses dois dias de semana maravilhosos aqui comigo.








             A "Turma do Whisky" é bem-vinda no Bar do Pavão





E quando surgiu o Fluminense na sua vida?

Pavão: Realmente, um açoriano tricolor! Um açoriano tricolor porque eu tive a felicidade de ser funcionário e empregado do Sebastião Ferreira Maia, o Tião Maia, o "Rei da Carne" na época. E tive a felicidade de conhecer em 1969, um grande amigo meu, que se chama Wilson Gomes, Samarone, Samara, o Gladiador. Então, eu tive a felicidade de ter: Félix, Oliveira, Galhardo, Assis e Marco Antonio; Denílson e Didi; Cafuringa, Flávio, Samarone e Lula. Então, não tem ninguém mais feliz do que no mundo. Graças a Deus!

Eu ia te perguntar qual é o seu time predileto do Fluminense... (risos). Mas depois dessa... (risos).







                  Escudo do Flu: presença garantida no Bar do Pavão





Você tem algum jogo que tenha te marcado?

Pavão: Olha no momento... São vários. Mas a emoção, né... Tive a felicidade conhecer no Caxinguelê grandes jogadores de futebol. De participar no Caxinguelê. Tenho um grande amigo, Nei, que foi filho de um dos dos maiores donos de frigoríficos. E tive a felicidade de conhecer Afonsinho, Nei Conceição, no Caxinguelê, no jardim lá em cima. Muito bom. Com um futebol de primeira. Quem viu jamais vai esquecer.






                            A galera comentando o jogo do Flu





O seu bar é um ponto de encontro de tricolores. Isso foi uma coisa espontânea. Como é que você explica isso? Aconteceu? Você foi chamando?

Pavão: Não. Espontaneamente. Como nós chegamos aqui há 28, 29 anos atrás e o tijucano é tricolor, todos nós sabemos. Tive a felicidade de como já disse, de ter o grupo do "Xavier", que 87% são tricolores. Então, quando chegamos tivemos uma coincidência: "O Pavão, Fluminense". Aí, botamos a bandeira tricolor. E daí por diante hoje demos seguimento de uma casa tricolor, graças a Deus.






             Democracia: no Bar do Pavão a Geral ainda existe




Nesse tempo todo que acompanha o Fluminense, você tem algum ídolo?

Pavão: Tenho. Vários. Tive a felicidade de como já disse, o Samarone, o Wilson Gomes. Tive o "Cabeça", como é conhecido muito particularmente... Em 95, quando o Renato fez o "gol de barriga", eu tive a felicidade de chamar o Aílton. Meu grande amigo Aílton: "Cabeção". Aílton, que me prestigiou, me incentivou muito, num restaurante lá em Copacabana. E junto com meu amigo Carlos Alberto. São coisas que eu não posso me esquecer. O Aílton é meu amigo muito particular. E tive a felicidade de tê-lo várias vezes no meu restaurante.






                     Tricolores atentos assistindo o jogo do Flu





Mais alguma coisa que tenha lhe encantado em relação ao Fluminense?

Pavão: Eu tive a felicidade de em 1969, caminhar do Maracanã até Álvaro Chaves. Debaixo de uma chuva fina que o Nosso Senhor Jesus Cristo estava nos abençoando com o título de campeão carioca. Eu tive a felicidade, nós, de olhar pra trás e ver aquela multidão tricolor. Sairmos do Maracanã e irmos até Álvaro Chaves. E bebemos muito chope! Inclusive, um dos maiores convidados era o Didi (Folha Seca), que eu não posso esquecer. Um dos primeiros homens que eu vi, conheci. Em 1969, dentro de Álvaro Chaves, às duas horas da madrugada, bebendo um grande chope com ele. Foi muita felicidade pra mim. Jamais esquecerei! 






 Pavão (e seu avental especial) convida todos para um chope gelado em seu bar




Existe algo que você queira falar sobre sua emoção e o sentimento pelo Fluminense?

Pavão: Eu não tenho mais nada o que falar. Só agradecer. Muito agradecer. Agradecer muito. Por termos a felicidade de ser Fluminense. Papai do Céu que nos abençoe e tudo de bom pra todos vocês.


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