terça-feira, 18 de junho de 2013

A doce vida dos amigos do rei

Desde a chegada da corte portuguesa ao Brasil, em 1808, que existia uma ‘nobreza decadente’ querendo ser amiga do rei. Pessoas que pensavam que não adiantava ‘bater de frente’ com o rei. Por isso, ficavam rastejando esperando o momento de receberem suas migalhas. E o rei, vivia produzindo dinheiro ao seu bel-prazer. O Estado e os cofres públicos confundiam-se com os seus interesses pessoais. Era a total promiscuidade da nação. O rei podia tudo. Quem ousaria criticá-lo??? Quase ninguém. Muito menos os corruptos.
Mas o tempo passou. Algumas coisas mudaram. Outras não. A escravidão, por exemplo, foi abolida há 125 anos. Mas suas consequências estão profundamente marcadas em nossa sociedade até hoje. O Brasil foi o penúltimo país do mundo a abolir a escravidão. Uma vergonha? Ou não?
Mas as dívidas sociais brasileiras, só serão solucionadas quando tivermos cada vez mais “educação”. E estou nesta luta!! Como em muitas outras de enorme valor. Mas, muitas coisas que tenho orgulho de ter conquistado na vida, não tem valor econômico algum. Porém, um grande valor social, coletivo e afetivo. Monteiro Lobato dizia: “um país se faz com homens e livros”.
Em junho de 2001, recebi da Vice-Governadora, Benedita da Silva, uma “Menção de Louvor” por ter me empenhado com destaque na “Conferência Nacional contra o Racismo e a Intolerância”. E em junho de 2006, receber um livro escrito “para o Eduardo, do amigo Abdias” é motivo de enorme orgulho. Ele era uma trajetória de luta, de tantas lutas, da razão e da paz. O mestre Abdias do Nascimento é um dos grandes personagens da história do Brasil no século XX.
Participei de inesgotáveis lutas sociais, sindicais, políticas, ecológicas, libertárias, esportivas e tantas outras, que não caberiam neste breve texto mencionar. Mas faço essas pequenas citações, pois acho importante colocar, que – utilizando as minhas surradas sandálias da humildade – não será no FLUMINENSE, que alguém ‘tentará’ me ensinar à noção de “CARÁTER”.
Se existe alguém por aí, que quer “brincar de gente importante”, “brincar de fazer política”, que aguente o balanço do navio. Não pode é ter amargura no coração. E cuspir raiva. Não se faz política apenas contando com a glória e o “bônus”. É preciso saber lidar com a derrota e preparar-se para o “ônus”. E isso requer alguma maturidade!
Já vi algumas pessoas surpreendidas com algo que eu tenha escrito. Só lamento! Não tenho a intenção de machucar. Apenas de refletir. Mas de onde alguém poderia imaginar que tenho que pedir permissão ou dar satisfação sobre algo que penso ou escrevo??? De onde alguém poderia imaginar que, eu teria de procurar tal pessoa antes de escrever algo??? Mas isso faz parte da imaturidade e da fragilidade política de alguns “amigos do Rei”.
Já teve gente até que me obrigou a ir jogar “no seu estádio”. Não teve jeito. Guerreiro que é guerreiro, não foge à luta. Jamais! Mas foi até divertido, olhar aquela cara nervosa, diante da minha serenidade zen-budista. Deveria ser o contrário. Mas não foi. Acho que ganhei por 5 x 0, sei lá. Foram tantos gols que nem me lembro. Era mais um do time dos “amigos do rei”. Pensou que me calaria. Coitado! Não conhece nada do clamor das ruas. Muito menos das trincheiras libertárias. Só conhece cifrão e contrato milionário.
Os reis sempre acharam que o cofre da nação lhes pertence. Por isso, achavam que podiam aquinhoar entre os seus rastejantes amigos – da ‘nobreza decadente’ – com os ‘mimos’ que quisessem. Geralmente, os “amigos do rei” estabeleciam aquele velho discurso de que ficavam muito gratos e honrados, quando ganhavam algum ‘mimo’. Queriam legitimar de todas as formas que eram merecedores do ‘agradinho’.
Mas estes ‘mimos’ eram oriundos do erário público. Dinheiro proveniente do pagamento das contribuições do povo. Uma prática arraigada durante muitos anos de espoliação dos recursos do país. Mas os “amigos do rei” não estavam nem aí para saber de onde vinham os recursos ou se a economia do reino estava combalida. O que importava era manter ‘a pose’ e ‘a imponência’, mesmo que não fossem ricos e apenas decadentes.
Talvez por isso, os “amigos do rei” sempre procuraram olhar a vida por um aspecto doce, imponente, amável e sem qualquer tipo de amargura. Afinal, eles ‘nunca batiam de frente’ com o rei, sempre aguardando algum tipo de docinho que pudesse cair na sua boca. Os “amigos do rei” sempre procuravam participar das grandes recepções palacianas, festas e eventos sociais. Afinal, “quem não é visto, não é lembrado”. E não importava qual fosse o rei. Desde que o rei fosse rei. Até porque, “rei morto, rei posto”.
Muitos “amigos do rei” utilizavam o velho discurso que, procurariam sempre apoiar o rei, independente de quem estivesse no comando do poder. Pois o mais importante seria estar ao lado do reino, apenas para somar e não para dividir. Muito bonito! Mas o mais importante na verdade, para eles, era estar ‘perto das bocas’ e das ‘mamatas’. Para comer todos os docinhos, é claro.  

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