domingo, 27 de abril de 2014

VOTO PELA REJEIÇÃO DAS CONTAS

VOTO EM SEPARADO DO CONSELHEIRO FISCAL HUMBERTO DE MENEZES 

Rio de Janeiro, 14 de Abril de 2014
Ilmº/Sr. Pedro Abad
M. D. Presidente do Conselho Fiscal do Fluminense Football Club 


VOTO EM SEPARADO 
BALANÇO PATRIMONIAL DE 2013


Sr. Presidente,

Em análise ao parecer apresentado por este conselho, devo informar que vou divergir do voto da maioria e opinar pela REJEIÇÃO das contas de 2013, por entender não ser possível opinar pela aprovação, haja vista não ter recebido todo o material contábil e as rubricas abertas, que entendo como necessárias para uma análise séria e comprometida com o Fluminense e sua grandeza.

A situação financeira vivida pelo clube em 2013 foi gravíssima, diante dos problemas enfrentados tais como penhoras das receitas pela PGFN que geraram atrasos nos salários de funcionários e jogadores, além do aumento do passivo e do desastroso resultado esportivo (que reflete diretamente nas finanças do clube) e que por uma sorte do destino não nos levou de volta a série B. 

Estou convicto que as contas do clube deveriam ser minuciosamente auditadas por uma empresa RENOMADA no mercado e a MAZARS AUDITORES INDEPENDENTES não se encontra nesta condição. No meu entender, para que o CF pudesse dar um parecer quanto à aprovação ou rejeição das contas, seria necessário e imperioso se basear num parecer de uma auditoria TOP e compatível com a grandeza do Fluminense e de nossas tradições e de relatórios contábeis emitidos e assinados pela contabilidade do clube. 

Também entendo que o Conselho Fiscal poderia e deveria ter exigido desta auditoria MAZARS, uma varredura minuciosa nas rubricas emitindo notas explicativas, observando os pontos mais críticos e que causam imensa preocupação a todos nós sócios e conselheiros, tais como os recolhimentos dos impostos correntes, pela gravidade do não pagamento; o realizado relativo ao pagamento das famigeradas PJs; despesas de viagens com exceção do Futebol, e com ênfase nos caronas, que não são poucos; benécias as torcidas organizadas tão divulgadas pela imprensa, gasto com o programa sócio futebol que até agora não decolou e pouco se fala, e demais despesas que sangram duramente as finanças do clube. 

Assim, a meu ver só com um parecer consistente emitido por uma auditoria realmente independente, e com um detalhado relatório gerencial comparativo entre o orçado e o realizado, apresentando as rubricas individualizadas e abertas, é possível, emitir um parecer responsável, em prol do Fluminense e não da gestão. Desta forma, entendo que não é possível analisar as contas do clube se o tratamento dispensado pelo conselho diretor quanto ao assunto é de CAIXA PRETA. 

Também não posso deixar de mencionar a única ressalva do pobre e inconsistente parecer da auditoria independente MAZARS, e que não foi atendido nem explicado pelo conselho diretor, que diz: "O CLUBE NÃO DIVULGOU O TOTAL DE ATLETAS VINCULADOS CONTEMPLANDO O PERCENTUAL DE DIREITO ECONÔMICO INDIVIDUAL DE CADA ATLETA CONFORME DETERMINADO PELA RESOLUÇÃO Nº 1429/2013 DO CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE - CFC." 

Na última reunião do conselho deliberativo, o tesoureiro Fábio Dib e representante do Presidente Peter Siemsen naquela reunião, informou que este traria a discussão para o conselho e assim explicaria o porque da decisão de NÃO DIVULGAR o total de atletas vinculados contemplando o percentual econômico de cada um deles, atendendo a referida resolução do CFC. Todos sabem que foi por este motivo que a reunião foi adiada pelo presidente do conselho deliberativo e remarcada, dada a importância do assunto. Ora, se o conselho fiscal não sabe quem são os atletas vinculados ao clube nem seus percentuais, como posso fiscalizar o balanço apresentado no que diz respeito ao patrimônio sem essa informação? Devo apenas acreditar no que dizem ou em valores absolutos apresentados que sequer são oriundos da contabilidade do clube ou assinado pelo seu contador (a) ? O que recebemos foi um relatório emitido pelo financeiro do clube com o respaldo do Vice Presidente de Finanças e em planilha POWER POINT. Será isso que o clube, os conselheiros e seus sócios esperam de membros que foram eleitos para o conselho que fiscaliza os atos do presidente e de sua gestão? 

Discordo também do parecer, no sentido de exaltar a elevação das receitas orçadas na ordem de R$ 100.376 mil e tiveram resultado de R$ 116.588 mil, apresentando um superávit de R$ 16.212 mil, o que na minha opinião, não representa muito porque o clube em seu orçamento, como foi feito neste ano, não potencializa os valores de previsão para venda de jogadores, prevendo apenas as receitas conhecidas, onde qualquer negociação (que sempre acontece) ajuda no seu resultado perante o orçamento aprovado. É necessário ressaltar que só nesse exercício, com transferência de direitos federativos de jogadores, tivemos uma receita na ordem de R$ 14.357 mil, muito acima do que foi orçado, óbvio que assim aparece o resultado, mas como todos se lembram do que foi dito pelo Vice Financeiro: "O ORÇAMENTO DA RECEITA É CONSERVADOR", agora sabemos o motivo, assim, mais fácil fica apresentar aumento na receita para justificar os gastos em algumas rubricas, dentre elas as PJs.

Também, a redução do passivo exigível foi insignificante e na ordem de 1,05% se comparamos com o aumento real da receita, e mais, isso não está explicado de forma clara e aberta pelo conselho diretor, quando do envio do balanço patrimonial e de suas notas explicativas, onde, há meu ver, seria imprescindível informar ao CF, como e onde foram usados esses recursos obtidos com este superávit e de forma mais clara, uma vez que a redução apresentada não corresponde ou se equivale ao superávit da receita. 

Por fim, entendo que à aprovação das contas nos moldes que me foram apresentadas NÃO é a melhor opção para o Fluminense, pois diante das dificuldades que enfrentamos e das muitas que ainda virão, ou esta gestão chama todos ao debate e os convida a participar efetivamente das decisões do clube com transparência nos seus atos, ou estamos fadados a um curto espaço de tempo inviabilizar esta instituição centenária, que escreveu momentos impostantes na história do esporte brasileiro, e que é a grande paixão esportiva de nossas vidas. 

É imperiosa uma análise comprometida e séria quando se trata de cada centavo gasto pelo Fluminense, precisamos lembrar sempre que chegamos a esta dívida monstruosa por conta da omissão daqueles que passaram por aqui em gestões anteriores, e que agora estamos pagando caro por isso. 

Reflexão é a palavra de ordem e responsabilidade do voto responsável neste conselho é obrigação de cada um, pois é isso que espera o Fluminense Football Club, seus sócios e sua imensa torcida.

Assim, opino pela REJEIÇÃO DAS CONTAS, nos moldes que me foram apresentadas.


HUMBERTO DOS SANTOS MENEZES FILHO 
Membro do Conselho Fiscal"       

Um comentário:

  1. eSTE CONSELHEIRO FEZ A MESMA MANIFESTAÇÃO NAS CONTAS DA GESTÃO ANTERIOR?

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