quarta-feira, 16 de março de 2011

PRESIDENTE DO FLU PERDIDO NA CRISE

O jornalista José Ilan do site Globoesporte.com no dia 15/03, terça-feira, escreveu em o texto “PRESIDENTE DO FLU PERDIDO NA CRISE”. Veja o texto na íntegra:


A saída de Muricy Ramalho deixa um rastro de destruição no Fluminense.

Apenas três meses após o tricampeonato brasileiro, a crise interna arde.

Em pouco tempo de mandato, o presidente Peter Siemsen e seu grupo político já contabilizam um estrago que não estava no script.

Peter desmantelou boa parte da equipe que terminou bem 2010. Mexeu no departamento de futebol, tirou gente de confiança do técnico Muricy Ramalho – que apelou pela permanência deles e não foi atendido – e conseguiu transformar em caótico o bom e decisivo ambiente do ano passado.

Curiosamente, o presidente não falava a mesma língua de Muricy enquanto era técnico, mas na demissão mal-explicada abaixou a cabeça e não defendeu a instituição de críticas e ataques do ex-treinador.

Peter, homem de boas intenções, educação e gabarito profissional, não conseguiu evitar o mico de contratar e demitir o homem forte do futebol – amado pelos jogadores – em pouco mais de um mês. E precisa entender urgentemente que o discurso de lisura administrativa, eficiente na subida ao poder, não combina com demissões de funcionários que saem sem um tostão de verbas rescisórias.

O Fluminense, diz a nova administração, está sem dinheiro. Falta dinheiro para alugar ou construir um CT, desratizar o vestiário ou melhorar minimamente a estrutura das Laranjeiras. Só falta explicar por que abriu mão da enorme multa rescisória de Muricy Ramalho e de onde vai tirar R$ 1,5 milhão/ano para pagar a nova empresa de comunicação do clube.

A uma semana do jogo que pode manter o time respirando por aparelhos na Libertadores, a prioridade não é contratar um treinador. A ordem do dia é trazer executivos para “compor os quadros” do Fluminense, como se o clube, arcaico até a alma, fosse se transformar da noite pro dia numa multinacional do petróleo.

Não será surpresa se um deles, de terno, gravata, cabelo engomado e ipad, comandar o time contra o América do México.

Aliás, por onde andará a conhecida postura crítica, combativa e até xiita do grupo que agora domina o clube? Ao que tudo indica, está constrangida e convenientemente guardada.

De férias por uns tempos, protegida sob o teto do poder.

Límpido e frágil.

De vidro.

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