segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Missa de Sétimo Dia

A família de Álvaro Simão dos Santos Figueira Neto (filho mais velho do ex-presidente do Fluminense, Roberto Horcades Figueira), convida parentes e amigos para a Missa de Sétimo Dia, que será celebrada na sexta-feira, dia 28 de fevereiro, às 18:30 hs, na Paróquia Cristo Redentor, na Rua das Laranjeiras, nº 336.

sábado, 22 de fevereiro de 2014

Nota de falecimento

Na madrugada deste sábado, dia 22 de fevereiro, faleceu Álvaro Simão dos Santos Figueira Neto. Alvinho como era conhecido carinhosamente por alguns amigos mais próximos, era um grande tricolor e integrou a Torcida Organizada Força Flu a partir dos anos 1980. Álvaro tinha 40 anos e era o filho mais velho do ex-presidente do Fluminense Football Club, Roberto Horcades Figueira. 

Para os que quiserem externar os pêsames aos seus familiares o corpo está sendo velado neste sábado até às 18 horas na Capela 8 do Memorial do Carmo (próximo ao cemitério do Caju). Neste domingo, dia 23, o velório será das 9 às 11 horas. A cerimônia de cremação está marcada para às 11 horas.

O Blog CIDADÃO FLUMINENSE expressa o profundo pesar e sinceros sentimentos ao ex-presidente Roberto Horcades e todos os seus familiares. Muita força! 

terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

O "Bar do Pavão" é tricolor

  O "Bar do Pavão" na Praça Xavier de Brito, na Tijuca



A Praça Comandante Xavier de Brito fica no tradicional bairro da Tijuca. Um  dos recantos mais belos e românticos do Rio de Janeiro. A Praça Xavier de Brito também é conhecida como a "Praça dos Cavalinhos".

Crianças e adultos dos mais diversos cantos da cidade costumam ir à praça nos finais de semana para curtir lazer e tranquilidade junto com a família tijucana. Uma das grandes características da Praça Xavier de Brito é que a praça preserva o costume de alugar charretes, cavalos e bodes aos frequentadores.

A Praça Xavier de Brito existe desde 1928, quando foi ajardinada. No seu centro localiza-se um belo chafariz de bronze, construído na França. O chafariz foi colocado na Praça Xavier de Brito em 1960.

Na Praça Xavier de Brito encontra-se também o "Bar do Pavão". Um pequeno bar, porém muito acolhedor com seu ambiente familiar. E que possui uma clientela cativa e fiel - marcas tradicionais do povo tijucano -, que cada vez mais espalha por toda a cidade a boa fama do tratamento singular que é dado ao cliente.

O proprietário do bar, Durval Teixeira Pavão, é um comerciante atencioso e carinhoso com todos os seus clientes, sem distinção. Desde os clientes mais antigos aos mais novos, todos recebem o mesmo tratamento. Ou seja, o Pavão é o típico "boa-praça", que faz com que todos queiram retornar ao seu estabelecimento.

No melhor estilo carioca, o futebol não poderia ficar de fora da vida do "Bar do Pavão". No "Bar do Pavão", que possui espírito altamente democrático - sua esposa, Dona Jô é vascaína - todas as torcidas são bem-vindas. O coração do Pavão é enorme. O coração do Pavão possui "três cores que traduzem tradição".

Uma das tradições do "Bar do Pavão" são os jogos de futebol na televisão. Em dias de jogos, o bar costuma receber vários clientes especificamente para assistir as partidas. Nos jogos do Fluminense, o "Bar do Pavão" vira um autêntico "ponto de encontro de tricolores". Nos dias de jogos do Fluminense, o Pavão coloca um avental - com o escudo do Fluminense no peito - especialmente para receber seus companheiros tricolores. Nestes dias, enquanto assiste ao jogo, Pavão segue trabalhando e atendendo muito bem aos seus clientes, dando o toque familiar ao local. O Blog CIDADÃO FLUMINENSE fez uma pequena entrevista com o Pavão após o jogo Fluminense 4 x 1 Boavista. Veja abaixo a entrevista:






         Um dos segredos da saborosa feijoada do Bar do Pavão




Qual é a sua idade?

Pavão: 63. Sou do dia 2 de agosto de 1950. Nascido no Açores, Ilha Terceira, Portugal. Mas me criei no Brasil. E criei minha família. Cheguei aqui muito criança. Inclusive sou totalmente brasileiro. A minha documentação é brasileira. Os meus pais me fizeram brasileiro. Me casei com 16 pra 17 anos. Vivo com a mesma mulher hoje, há 50 anos. Meu filho mais velho tem 46. O outro 39. Dois filhos e quatro netos. Eu tive a felicidade de ter uma neta agora, há um ano atrás, que vai ser tricolor, se Deus quiser.





                     A panela da famosa feijoada do Bar do Pavão 
    





Você está aqui na Xavier de Brito há quantos anos?

Pavão: Farei agora no dia 23 de abril, Dia de São Jorge, 29 anos. Tive a felicidade de chegar na Xavier e ser muito bem recebido por todos os moradores. A "Turma do Xavier" frequenta o meu bar até hoje. Cheguei aqui já existia o "Xavier". E nós demos prolongamento a esse...






                     O escudo do Flu em todas as partes  






Xavier era o dono anterior?

Pavão: Não. É o futebol "Xavier". O "Xavier" que disputou vários campeonatos no Aterro. É um time. O Xavier foi campeão no Aterro. Teve uns dos melhores jogadores de futebol do Rio e do Brasil. Foi um dos melhores times de society que teve o Rio de Janeiro. E eu tive a felicidade de compartilhar com eles. Estamos até hoje juntos, graças a Deus.






                                            Cartaz do Bar do Pavão 




De tira-gosto você tem 45 tipos diferentes. Como é que é isso?

Pavão: Temos o alho espanhol. A 'Zarpa' que é a azeitona preta chilena. Empadas de frango e camarão. Diversos pastéis. Batata calabresa. Nós temos a feijoada, da minha falecida mãe, que eu mantenho até hoje. E nessa feijoada, nós temos 12 tipos de linguiças: Calabresa, Toscana, paio português, paio nacional, com pimenta, sem pimenta, com presunto de Parma, língua defumada. Então é uma feijoada muito bem selecionada, porque o tijucano merece ser muito bem tratado.






             Pavão esbanjando simpatia tirando o chope sempre gelado




Você tem um sanduíche esperto de pernil? Como é que é?

Pavão: É a sequência do nosso serviço é o diferenciado. É a carne assada com o queijo parmesão italiano. Temos o pernil às sextas-feiras, que acompanha acebolado ao pão francês, que tem boa aceitação. E outras variedades, como por exemplo, croquete de carne, o pastel de camarão. E a especialidade nossa é servir bem. O paladar bom.






                              A simpatia de Dona Jô e Pavão





Você presta serviços gastronômicos para o Projac da TV Globo?

Pavão: Sim, graças a Deus. Eu tive a felicidade de ser contratado pelo pessoal do Projac em fazer todas as novelas antigas que possuem a chopeira antiga. Nós temos uma equipe que trata disso. Só de chopeira de 1912, quando a Brahma chegou praticamente no Brasil. Então, nós trabalhamos totalmente pra todas novelas antigas, com todo projeto da chopeira antiga. Chope gelado. Muito gelado.








                                              Cachaça-Flu





Você foi o "Destaque do Ano - 2005". Fale um pouco sobre essa experiência.

Pavão: Graças a Deus, nós fomos premiados com uma das melhores feijoadas do Rio de Janeiro, em 2005, pelo jornal O Globo, pessoal do "Melhor Maneira", do melhor atendimento. Porque realmente é uma feijoada diferenciada, graças a Deus. E hoje nós temos a felicidade de não podermos mais fazer propaganda, porque o nosso espaço é muito pequeno. Nós trabalhamos em 14 m² e exploramos muito a calçada. Então a prefeitura nos conciliando, que não fizesse propaganda, porque não podemos conciliar todos nos dias de sábado e domingo. Sendo sábado a feijoada e o cozido no domingo. Mas temos a felicidade de contar com a família tijucana, nesses dois dias de semana maravilhosos aqui comigo.








             A "Turma do Whisky" é bem-vinda no Bar do Pavão





E quando surgiu o Fluminense na sua vida?

Pavão: Realmente, um açoriano tricolor! Um açoriano tricolor porque eu tive a felicidade de ser funcionário e empregado do Sebastião Ferreira Maia, o Tião Maia, o "Rei da Carne" na época. E tive a felicidade de conhecer em 1969, um grande amigo meu, que se chama Wilson Gomes, Samarone, Samara, o Gladiador. Então, eu tive a felicidade de ter: Félix, Oliveira, Galhardo, Assis e Marco Antonio; Denílson e Didi; Cafuringa, Flávio, Samarone e Lula. Então, não tem ninguém mais feliz do que no mundo. Graças a Deus!

Eu ia te perguntar qual é o seu time predileto do Fluminense... (risos). Mas depois dessa... (risos).







                  Escudo do Flu: presença garantida no Bar do Pavão





Você tem algum jogo que tenha te marcado?

Pavão: Olha no momento... São vários. Mas a emoção, né... Tive a felicidade conhecer no Caxinguelê grandes jogadores de futebol. De participar no Caxinguelê. Tenho um grande amigo, Nei, que foi filho de um dos dos maiores donos de frigoríficos. E tive a felicidade de conhecer Afonsinho, Nei Conceição, no Caxinguelê, no jardim lá em cima. Muito bom. Com um futebol de primeira. Quem viu jamais vai esquecer.






                            A galera comentando o jogo do Flu





O seu bar é um ponto de encontro de tricolores. Isso foi uma coisa espontânea. Como é que você explica isso? Aconteceu? Você foi chamando?

Pavão: Não. Espontaneamente. Como nós chegamos aqui há 28, 29 anos atrás e o tijucano é tricolor, todos nós sabemos. Tive a felicidade de como já disse, de ter o grupo do "Xavier", que 87% são tricolores. Então, quando chegamos tivemos uma coincidência: "O Pavão, Fluminense". Aí, botamos a bandeira tricolor. E daí por diante hoje demos seguimento de uma casa tricolor, graças a Deus.






             Democracia: no Bar do Pavão a Geral ainda existe




Nesse tempo todo que acompanha o Fluminense, você tem algum ídolo?

Pavão: Tenho. Vários. Tive a felicidade de como já disse, o Samarone, o Wilson Gomes. Tive o "Cabeça", como é conhecido muito particularmente... Em 95, quando o Renato fez o "gol de barriga", eu tive a felicidade de chamar o Aílton. Meu grande amigo Aílton: "Cabeção". Aílton, que me prestigiou, me incentivou muito, num restaurante lá em Copacabana. E junto com meu amigo Carlos Alberto. São coisas que eu não posso me esquecer. O Aílton é meu amigo muito particular. E tive a felicidade de tê-lo várias vezes no meu restaurante.






                     Tricolores atentos assistindo o jogo do Flu





Mais alguma coisa que tenha lhe encantado em relação ao Fluminense?

Pavão: Eu tive a felicidade de em 1969, caminhar do Maracanã até Álvaro Chaves. Debaixo de uma chuva fina que o Nosso Senhor Jesus Cristo estava nos abençoando com o título de campeão carioca. Eu tive a felicidade, nós, de olhar pra trás e ver aquela multidão tricolor. Sairmos do Maracanã e irmos até Álvaro Chaves. E bebemos muito chope! Inclusive, um dos maiores convidados era o Didi (Folha Seca), que eu não posso esquecer. Um dos primeiros homens que eu vi, conheci. Em 1969, dentro de Álvaro Chaves, às duas horas da madrugada, bebendo um grande chope com ele. Foi muita felicidade pra mim. Jamais esquecerei! 






 Pavão (e seu avental especial) convida todos para um chope gelado em seu bar




Existe algo que você queira falar sobre sua emoção e o sentimento pelo Fluminense?

Pavão: Eu não tenho mais nada o que falar. Só agradecer. Muito agradecer. Agradecer muito. Por termos a felicidade de ser Fluminense. Papai do Céu que nos abençoe e tudo de bom pra todos vocês.


quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Marco Antonio: 63 anos

Marco Antonio e Eduardo Coelho com a foto do time do Fluminense Campeão Carioca de 1973. Na foto, em pé: Félix, Toninho, Carlos Alberto Pintinho, Brunel, Assis e Marco Antonio. Agachados: Marquinho, Kléber, Dionísio, Manfrini e Lula. 



Gratidão. Agradecimento. Respeito. Consideração. Reconhecimento. Lealdade. Amizade. Carinho. Fidelidade. Raça. Companheirismo. Autenticidade. Gentileza. História. Fibra. Solidariedade. Sentimento... Nada disso tem preço.

Hoje, dia 6 de fevereiro, é o aniversário de 63 anos do Marco Antonio. Marco Antonio Feliciano, o nosso Marco Antonio, nasceu em Santos em 6 de fevereiro de 1951

Defender o Fluminense? Sim! Marco Antonio fez isso como ninguém. Dentro de campo, que é, sempre foi e sempre será, a melhor maneira de se defender um grande clube de futebol. 

Marco Antonio chegou ao Fluminense em 1968, trazido de Santos por Roberto Alvarenga, após ter sido apontado por Carlos Alberto Torres. Marco Antonio passou a defender o futebol profissional do Fluminense com apenas 17 anos. Marco Antonio defendeu o Fluminense em 329 jogos. Com isso, Marco Antonio é o 18º jogador que mais defendeu o Fluminense em 111 anos de história tricolor.

Defendendo o Fluminense, Marco Antonio foi Campeão Carioca de 1969, 1971, 1973 e 1975. Campeão Brasileiro de 1970. Campeão da Taça Guanabara de 1969, 1971 e 1975. Marco Antonio já declarou publicamente que gosta muito da torcida tricolor. E que deve tudo o que tem ao Fluminense e sua torcida. 

Pela Seleção Brasileira, Marco Antonio jogou 52 jogos, obtendo 35 vitórias. Marco Antonio foi Campeão da Copa do Mundo do México, em 1970. Campeão da Copa Roca de 1971 e 1976. Campeão da Taça Independência de 1972. Campeão do Torneio do Bicentenário dos EUA, em 1976. Marco Antonio ainda foi Bicampeão da Taça Guanabara de 1976 e 1977 pelo Vasco da Gama. E também pelo Vasco foi Campeão Carioca de 1977

No dia 27 de novembro de 2013, Marco Antonio teve um AVC (Acidente cardiovascular). Marco Antonio recupera-se maravilhosamente bem, procurando seguir as recomendações médicas. Fui visitá-lo com Álvaro de Freitas Júnior - proeminente liderança da antiga Torcida Tijunense - neste dia de seu aniversário. Marco Antonio durante os primeiros anos da década de 1980 morou na Rua Barão de Mesquita, na Tijuca. Fomos até o seu encontro em Coelho da Rocha, distrito de São João de Meriti. Ao nos aproximarmos do local do encontro, percebíamos o carinho de todos com o nosso tricampeão do mundo. Todos nos ajudaram a encontrá-lo. Desde o anotador do jogo do bicho ao barbeiro da localidade. Marco Antonio com seu futebol exuberante, seu jeito simples e jovial, sempre foi um dos grandes orgulhos da torcida tricolor. 

Levamos como forma de homenageá-lo, uma foto de Marco Antonio da Revista do Fluminense de 1970. Uma foto do time do Fluminense Campeão carioca de 1973. E um bolo de aniversário (recheio de doce de leite) com a bandeira do Fluminense. Marco Antonio ficou tão empolgado com nossas pequenas lembranças que buscou em sua residência uma foto do time do Fluminense Campeão Carioca de 1971. Tivemos uma boa conversa com Marco Antonio e alguns de seus amigos. Demos muitas risadas e nos divertimos muito. Principalmente, pelo privilégio de darmos uma abraço fraterno em Marco Antonio no dia de seu aniversário de 63 anos

Após a nossa conversa foi realizado um jogo de futebol no campo da localidade em homenagem ao Marco Antonio. Com direito a churrasco e cerveja (esta não para o Marco Antonio). E à noite, nova comemoração em sua casa entre familiares e amigos. Veja abaixo um pouco de nossa descontraída conversa com Marco Antonio:





Marco Antonio, Álvaro Júnior e Eduardo Coelho, com a foto do Campeão do Mundo de 1970




Álvaro Júnior - Qual o melhor lateral-esquerdo do Brasil nos últimos dez anos?

Marco Antonio - Pra mim nestes dez anos é o Carlinhos

Eduardo Coelho - Carlinhos do Fluminense?

Marco Antonio - É. O Carlinhos do Fluminense.

Eduardo Coelho - Você disse que tinha uma diferença sua com ele.

Marco Antonio - A diferença é o treinamento. Eu treinava cruzamento saindo do goleiro pegando o centroavante de frente. Eu vejo às vezes o Carlinhos cruzar a bola reta. A bola reta é pra zagueiro é fácil de tirar. 

Álvaro Júnior - Quem foi melhor: Marco Antonio ou Leovegildo Júnior?

Marco Antonio - Foi Marco Antonio. Pelo seguinte, Leovegildo Júnior nunca foi lateral-esquerdo, nem direito. Foi volante. Sempre foi volante. 

Álvaro Júnior - Mas, na Copa do Mundo ele foi como lateral.

Marco Antonio - É porque eles achavam que não tinham um lateral à altura pra colocar naquele lugar. Não é que ele foi lateral. Ele supriu uma função que era do outro. 

Álvaro Junior - Por que você não foi titular em 78 e foi o Edinho?

Marco Antonio - Porque o nosso Coutinho levou o Rodrigues Neto, que tinha que ser o titular. E inventou o Edinho de lateral-esquerdo.

Álvaro Júnior - Nem na lista dos 40 você foi em 78?

Marco Antonio - Eu tava na lista dos 40. Mas eu não quero estar nessa lista dos 40. Eu quero entre os 22. Nos 40 não interessa. 

Álvaro Júnior - Quem foram os dois titulares de 78?

Marco Antonio - Edinho e Rodrigues Neto.

Álvaro Júnior - Ele deslocou o Edinho... Ah, era o Turíbio, né? 

Marco Antonio - É. pra gente não interessa estar na lista dos 40. Era o Coutinho... Eu não queria estar na lista dos 40. Tem que estar na lista do 'bicho'

Álvaro Júnior - Em 74?

Marco Antonio - Em 74, na Alemanha, fui eu e Marinho.

Álvaro Júnior - Marinho Bruxa

Marco Antonio - Marinho Bruxa. O Zagallo achou que o Marinho tava melhor, jogou o Marinho.

Álvaro Júnior - Em 74, você não jogou nenhum nenhum jogo. 

Marco Antonio - Não. Fiquei todos os jogos no banco. Mas também não houve problema nenhum.   

   




Álvaro Júnior, Marco Antonio e Eduardo Coelho com a foto do Campeão do Mundo de 1970




Álvaro Júnior - Você é amigo do Edinho?

Marco Antonio - Eu que levei o Edinho pra começar a jogar futebol. Se um dia você estiver com Edinho, pergunta pra ele: "Quem é que te levou pra jogar futebol?" Ele vai falar: "Foi Marco Antonio". Edinho eu conheci em Copacabana. Era meu vizinho em Copacabana.

Álvaro Júnior - Edinho começou em futebol de praia?

Marco Antonio - O Edinho é do (Futebol de) Salão. O Edinho sempre foi do Salão. Depois foi pra praia.

Álvaro Júnior - Melhor treinador do Fluminense?

Marco Antonio - Pra mim, Pinheiro. Foi que me lançou. Falecido Pinheiro. Ele me lançou. E pra mim, eu acho que ele foi o melhor. Não por ele ter me lançado. Mas pelos papos que nós levávamos. 

Álvaro Júnior - Zagallo. Como é que você define o Zagallo?

Marco Antonio - Um homem de personalidade. Porque o Brasil queria em geral uma Seleção. E o Zagallo colocou a que ele quis. E em seguida falou: "Vocês tem que me engolir". (risos).

Álvaro Júnior - Em ele já falava? Em 70, ele já era abusado? 

Marco Antonio - Sempre foi espaçoso. (risos). Ele falou que que tinha que engolir e tem que engolir. Engole o homem. O homem foi campeão.

Álvaro Júnior - Seu último jogo como profissional foi em que clube, Marquinho?

Marco Antonio - Meu último jogo foi no Botafogo do Rio. O treinador foi o Zé Mário.

Álvaro Júnior - Zé Mário, o Pinóquio?

Marco Antonio - É. Era meu treinador.

Álvaro Júnior - Em que ano isso?

Marco Antonio - 83. Foi quando eu parei que o Botafogo ficou cinco meses sem pagar (os salários). Eu preferi ir pro Luciano do Valle que todo domingo nós jogávamos. Era a sensação o máster do Luciano do Valle.

Álvaro Júnior - Luciano do Valle, bom caráter?

Marco Antonio - Na época era. Depois começou a ficar metido, pensou que era o dono da televisão e perdeu até pro (José Luiz) Datena que era repórter dele. 

Álvaro Júnior - Era um pixulé bom aqueles joguinhos lá?

Marco Antonio - Era um pixulé bom. Você jogava no Botafogo, que nem eu. Eu fiquei quatro meses sem receber. Ali era 8.000 todo domingo certo. Era dinheiro pra caramba na época.





Marco Antonio, Eduardo Coelho e o bolo de aniversário (recheio de doce de leite) com a bandeira do Fluminense




Álvaro Júnior - No Vasco, o título foi em 77?

Marco Antonio - 77. E sabe quem era o capitão? Era eu? 

Álvaro Júnior - No Vasco? Com Mazaropi, Orlando, Roberto... 

Marco Antonio - Joguei no Vasco junto com Roberto Dinamite. Capitão de cinco anos no Vasco fui eu. Eu que era o capitão. Eles me colocaram de capitão não era porque eu jogava bem. Era pra me dar exemplo, que eu chegava tarde pra caramba. E capitão tinha que chegar cedo. (risos).

Eduardo Coelho - Orlando Fantoni.

Marco Antonio - Orlando Fantoni é isso aí.

Álvaro Júnior - És amigo do presidente do Vasco?

Marco Antonio - É meu amigo! Jogamos juntos. Gosto muito do Roberto. Inclusive eu estive doente e ele me ligou perguntando se precisava de alguma coisa. Ele é fora de série. Meu parceirão.

Álvaro Júnior - Na Europa você não jogou, não, Marquinho?

Marco Antonio - Não. Na época ninguém era vendido pra Europa. Na época o mercado tava fechado. 

Álvaro Júnior - Ninguém te convidou pra base?

Marco Antonio - Eu nunca quis ser treinador. Eu sou empresário de futebol. Eu lancei vários jogadores por aí. Inclusive o Assis, irmão do Ronaldinho. Fui eu que coloquei no Torino da Itália. Trabalhei três anos na Itália. Trabalhei na França. Trabalhei fora, mas não é nada divulgado.   

Álvaro Júnior - Você conhece o irmão do Nélio (ex-jogador do Flamengo) lá de Vila Isabel?

Marco Antonio - Foi meu vizinho. Eu jogava bola com o 'Seu' Edgard (no Confiança vizinho da quadra do Acadêmicos do Salgueiro). Falecido 'Seu' Edgard.

Álvaro Júnior - 'Seu' Edgard era meu amigo.

Marco Antonio - Agora eles diminuíram o campo por causa da Vila Olímpica do Salgueiro. Tô sabendo.

Álvaro Júnior - O filho do Ubirajara Motta jogava lá. Jogou dez anos no Confiança.

Marco Antonio - Eu levei Neném, o irmão do Nélio também. Fui eu que levei.

Álvaro Júnior - Ah, foi tu que levou, né? Eu lembro.

Marco Antonio - Ninguém sabe, ninguém sabe.

Álvaro Júnior - Ele jogou em El Salvador parece também?

Marco Antonio - El Salvador. Pô, ele lá em El Salvador era o Pelé.

Álvaro Júnior - O cara teve 30 filhos. Todos deram pra jogador de futebol. Nilberto, Nélio... 

Marco Antonio - Tudo jogador... 




O bolo com recheio de doce de leite e a bandeira do Flu para celebrar os 63 anos de Marco Antonio



Eduardo Coelho - Você disse que o Roberto Dinamite te ligou quando teve o problema de saúde.

Marco Antonio - Ligou. Gozado, que o Roberto me ligou e eu não sabia quem era e estava saindo do hospital: "Alô, alô, alô, é o telefone do Marco Antonio?" "Pô, se o telefone tá comigo, ele só pode ser meu!" (risos). Aí, eu falei: "Quem é que tá falando?" "É o Roberto Dinamite". "O Bob, desculpe, desculpe". (risos). 

Álvaro Júnior - Aí, mudou a prosa, né?

Marco Antonio - Mudou. Falei: "Bob, desculpe, tudo bem".

Eduardo Coelho - E alguém do Fluminense te ligou?

Marco Antonio - Do Fluminense, não ligou, não. Quem me ligou também foi o Sindicato dos Jogadores de Futebol. 

Álvaro Júnior - Alfredo Sampaio?

Marco Antonio - Não. Alfredo mandou o Deninho falar comigo. 

Eduardo Coelho - Alfredo é o presidente, né?

Marco Antonio - É. 

Eduardo Coelho - Você tinha dito que cruzava muita bola na cabeça do Flávio.

Marco Antonio - É. Eu e o Oliveira

Álvaro Júnior - O Oliveira veio de onde, hein? 

Marco Antonio - Belém.

Eduardo Coelho - Belém. Igual ao Aldo.

Marco Antonio - Morreu lá. O Assis é que tá gordão. 

Eduardo Coelho - O Assis esteve aí na festa do Campeonato Brasileiro de 1970, organizada pelo Julio Bueno. Ele é de Belém também. Veio especialmente para a festa.

Álvaro Júnior - O Assis é o quê? É paulista?

Eduardo Coelho - Não. É de Belém também. 

Álvaro Júnior - Você marcou o Garrincha, Marquinho?

Marco Antonio - Marquei. Ele no Olaria. O genro dele me ligou hoje no meu aniversário. E a filha do Garrincha também. Lá de Oswaldo Cruz







A foto de Marco Antonio do time do Fluminense Campeão Carioca de 1971. Na foto, em pé: Oliveira, Félix, Denílson, Galhardo, Assis e Marco Antonio. Agachados: Cafuringa, Didi, Flávio, Ivair e Lula. 




Álvaro Júnior - O Garrincha gostava do negócio mesmo? De uma cachacinha? 

Marco Antonio - O negócio dele era conhaque. Foi o mal do Garrincha. Colocaram o Garrincha num hospital...

Álvaro Júnior - Ainda jogava?

Marco Antonio - Jogava. Aí, os caras falaram assim: "Vamos ver como é que tá o Garrincha. Se ele tá legal, se não tá". Aí, o Garrincha tava lá com uma varinha pescando. Aí, um médico falou pro outro: "Olha lá, tá vendo. Ele tá legal, porra. Tá até pescando e o caralho. Então, vambora. Vamos dar condição de jogo pra ele jogar. Vambora". Quando eles saíram, o Garrincha puxou a garrafa de conhaque pelo anzol. (risos). Uma garrafa de conhaque que ele tava pescando no barbante. Puta que o pariu. Eu ri pra caralho quando eu soube. Tava segurando uma garrafa de conhaque na linha. Pô, o Garrincha vai pescar, pô? (risos). Também tem outra... do Marinho... Marinho do Bangu. Ênio Andrade. Antigamente, 'Seu' Ênio Andrade... joguei no Bangu, mas o Marinho chegou depois de mim. 

Álvaro Júnior - Depois?

Eduardo Coelho - Você jogou em que ano no Bangu?

Marco Antonio - Em 80.

Álvaro Júnior - Você jogou primeiro no Bangu e depois no Botafogo?

Marco Antonio - Você ficou de 80 a 83 no Bangu?

Marco Antonio - Isso... Aí, tô lá, quando o Marinho chegou, antigamente eles davam pressão...  




Eduardo Coelho se confraterniza com Marco Antonio pela passagem de seus 63 anos. E agradece por tudo o que ele fez pelo Fluminense Football Club




Álvaro Júnior - O Ênio Andrade treinou o Bangu?

Marco Antonio - Teve lá no Bangu. Mas isso foi lá 66 aquelas porras lá... "O Marinho". Ele tava com um mega fone, aquelas coisas que colocam na rua... Como é que é? Cone. Na nossa época era cone. "O Marinho cruza com a esquerda". Aí, o Marinho cruzou com a esquerda. "Marinho agora com a direita". Aí, o Marinho com a direita. "Pô, que merda, heim, o Marinho". "Marinho cabeceia". Marinho já tava puto: "Tomar no cú". Aí, o 'Seu' Ênio Andrade pegou o cone: "Vai você". (risos). Marinho dentro do campo e ele lá em cima: "Vai você". Eu contei essa lá no sindicato. No Sindicato todo jogador tem que contar uma história. Eu contei essa e quem ganhou foi essa. Nielsen e Alfredo Sampaio é que deram a nota. E essa ganhou.

Eduardo Coelho - Isso foi quando, essa reunião?

Marco Antonio - Foi quando o Alfredo fez a última gestão dele. Não me lembro.

Eduardo Coelho - Mas, tem muito tempo?

Marco Antonio - Tem um ano, um ano e meio.

Eduardo Coelho - Alfredo Sampaio ainda é o presidente?

Marco Antonio - É. Eu gosto muito dele.

Álvaro Júnior - É por que ele é boa praça.

Marco Antonio - Ele não tem interesse em ser nada... Eu aqui sou diretor do Sindicato. Sou treinador do "cinquentão". Porque aqui, nós temos um campeonato. E vem uma porção de ex-jogador. Vem Edevaldo (Cavalo), vem Eduardo (Cachaça), vem a rapaziada toda pra cá. Gilson Paulino que jogou no Vasco. Tá todo mundo aqui. Hoje ele vem em casa, anda muito comigo. Pô, tenho que ir lá... vocês tem que dar uma passada lá... temos que ir comprar a carne.

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Milton Neves lança rádio esportiva no Guarujá

Depois de dez anos derrotando seus adversários no judiciário, o jornalista Milton Neves venceu a licitação que permite o lançamento de rádio FM no Guarujá, litoral paulista. A rádio deve ser lançada ainda este ano. Milton Neves revelou que "será um canal diferenciado".

E a rádio de Milton Neves já tem nome: Rádio Terceiro Tempo FM do Guarujá. A emissora terá abrangência no litoral paulista, chegando até São Paulo. Milton Neves que começou em 1972 e trabalhou em muitas rádios, agora terá a sua própria rádio, que terá jornalismo, esportes e música. Milton Neves informou que quem comandará a rádio será seu filho, o jornalista Fábio Lucas.

O livro "Milton Neves - Biografia do jornalista esportivo mais polêmico do Brasil" foi lançado em novembro de 2013 em 213 lugares no país. O livro foi idealizado por Claudio Tognolli e escrito por André Rosemberg. Milton Neves já declarou garantindo que o livro evita pontos polêmicos de seus trabalhos no jornalismo. Vale conferir. Enquanto isso, Milton Neves avança...