domingo, 19 de abril de 2015

Mário e Peter matam a mística do "ano com final 5"

O Vice-Presidente de Futebol e advogado do Fluminense, Mário Bittencourt, e o Presidente Peter Siemsen, enterraram uma saudável mística que a torcida tricolor tanto curtia junto aos adversários. Nos últimos 40 anos, em anos com final com final 5, "SÓ DEU FLU".

Em 1975, com o Presidente Francisco Horta, o Fluminense foi o grande campeão com a Máquina de  Paulo Cézar, Rivelino e companhia. Em 1985, com o Presidente Manoel Schwartz, era o time do Tri, com Paulo Vítor e Paulinho marcando o gol de falta. Em 1995, com o Presidente Arnaldo Santhiago foi o incrível "gol de barriga" de Renato Gaúcho e o time de operários. Em 2005, na gestão do Presidente Roberto Horcades e o patrocínio do Drº Celso Barros, tivemos o gol antológico de Antonio Carlos.

Mas tudo que é bom tem um fim um dia. Infelizmente! E principalmente, quando pessoas incompetentes contribuem muito para isso. Na gestão dos atuais dirigentes, o Flu ficou sem vencer clássicos em 2011 e 2013. Na gestão dos atuais dirigentes, o Flu foi REBAIXADO pra SEGUNDA DIVISÃO do Campeonato Brasileiro, em 2013. O Fluminense foi salvo da Série B, apenas pelos erros de Flamengo e Portuguesa. E mais ninguém. Os tricolores devem agradecer ao Carlos Eugênio Lopes, o tricolor Carlô, diretor jurídico da CBF que observou a falha dos dois clubes. O resto é busca de holofote e papo pra manipular torcedor ingênuo.

E em 2015? Quando a gigantesca maioria da torcida tricolor queria a demissão do técnico Cristóvão já no final do ano passado, o Vice de Futebol caminhou na direção contrária aos anseios do povo tricolor. E renovou o contrato de Cristóvão. Depois reclamam da ausência da torcida nos estádios.

O Flu foi participar de um torneio em Miami pra internacionalizar a marca e retornou com uma "luminosa e internacional lanterna". Com três meses de 2015, o técnico Cristóvão estava demitido pelo Vice de Futebol do Flu. Isso é que é planejamento! Compreende-se a declaração de Darío Conca, quando disse: "O Fluminense não tem projeto e nem lideranças confiáveis!" Vale lembrar que, Peter Siemsen vendeu Conca duas vezes.

Trocaram o treinador e veio um da Série D. Seria esse mais um REBAIXAMENTO? Em 2015, o Vice-Presidente de Futebol do Flu, tomou lata de refrigerante e se envolveu em confusão com funcionários do "poderoso esquadrão do Madureira". Exemplar! Muita maturidade. Seria isso uma prova de desequilíbrio emocional do dirigente? Isso é postura de dirigente para representar o Fluminense?

O que o Madureira ganhou no futebol até hoje para o dirigente tricolor colocar-se em posição de igualdade e incomodar-se tanto com algum dirigente do "tricolor suburbano"? Era uma final de campeonato? Talvez fosse. Alguns jogadores do Madureira choraram após a partida com a eliminação. Talvez para o Madureira a classificação, equivalesse a uma final de Copa do Mundo. Para o Fluminense era apenas OBRIGAÇÃO! Para a reflexão dos tricolores, deve ficar o que foi dito por um funcionário do Madureira no filme exibido pelo site Globoesporte.com, durante a confusão: "Este dirigente não conhece a grandeza do Fluminense!"

O Fluminense e seus torcedores já tiveram dias melhores e de glórias. Enquanto isso, o pai do jovem Gerson está feliz por tudo o que o Flu fez pelo garoto. Gerson está no Flu há mais de dez anos. Não entrou no Flu na atual gestão. Deve ser culpa das gestões anteriores. Mas parece que seu destino seu destino brevemente será a Europa. Ou seja, provavelmente o garoto sairá do Flu na atual gestão. O pai de Gerson já tirou até foto no gramado do Barcelona, com Neymar e seu pai.

Esperamos que Neymar não sirva de exemplo para tudo. Pois a sua negociação para o Barcelona não foi das mais transparentes. A compra de Neymar fez o presidente do Barcelona, Josep Maria Bartolomeu, renunciar. A Audiência Nacional (tribunal que funciona como Ministério Público espanhol) pediu até a prisão do ex-presidente do Barça.

Ficamos na torcida para que os dirigentes tricolores sejam mais exitosos numa possível futura transação. Pois se depender da habilidade deles para gerir o time de futebol e a política do Flu...  

quinta-feira, 16 de abril de 2015

Carmelitas ajuda a desenforcar Tiradentes

Na próxima terça-feira, dia 21 de abril, o Bloco das Carmelitas participa do Desenforcamento do Tiradentes, uma festa cívico-momesca criada pelo historiador Joel Rufino dos Santos e promovida pelo Tribuna de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, com apoio do Ministério da Cultura.


Um novo julgamento do Tiradentes


O evento começa com "Um novo julgamento do Tiradentes", que se realizará, às 14 horas, no Salão Histórico do I Tribunal do Júri (Antigo Palácio da Justiça, Rua Dom Manuel, 29, Centro, Rio de Janeiro). No julgamento que terá acusação e defesa e do qual participarão juristas como Técio Lins e Silva, o ator Milton Gonçalves fará o papel do mártir da Independência e Antonio Alves o de Silvério dos Reis, primeiro beneficiado pela delação premiada no Brasil. A ideia é fazer justiça, ainda que tardiamente. A direção do julgamento é de Silvia Monte.


Cortejo para o desenforcamento 


Depois da absolvição de Tiradentes, vai haver um cortejo do Tribunal do Júri à Praça Tiradentes, animado pelo Bloco das Carmelitas. No cortejo aberto pela Banda da Polícia Militar do Rio de Janeiro, Tiradentes vai ser representado por um boneco criado pelo carnavalesco Jorge Crespo, que também criou a boneca Carmelita, que abre alas para o bloco no carnaval de Santa Teresa. No final do cortejo, ocorre o desenforcamento. Com direção de José Paulo Pessoa, o cortejo começa às 16 horas.


"O desenforcamento do Tiradentes" é uma oportunidade para, com arte e festa, repensarmos a nossa justiça e a nossa história. E o Bloco das Carmelitas não poderia ficar fora dessa.

O desenforcamento do Tiradentes: Justiça ainda que tardia

Terça-feira, dia 21 de abril de 2015

Julgamento às 14 horas no Salão Histórico do I Tribunal do Júri (Antigo Palácio da Justiça, Rua Dom Manuel, 29, Centro, Rio de Janeiro)

Cortejo para o desenforcamento às 16 horas, do Salão Histórico do I Tribunal do Júri à Praça Tiradentes.  

segunda-feira, 13 de abril de 2015

Semana do Índio na Festa do Centenário do Olaria

O Olaria Atlético Clube realizará uma Exposição do Índio, de 13 a 19 de abril. Em parceria com o Museu do Índio, que fornecerá parte de seu acervo, o Olaria quer homenagear o mascote do Clube, que é um índio, no mês de celebração do Dia do Índio (19 de abril). O evento faz parte das comemorações dos 100 anos do Olaria, que organiza um evento cultural por mês até o final do ano. O Olaria Atlético Clube foi fundado em 1 de julho de 1915.

A exposição acontece das 10h às 18h, na sede social do Olaria, localizado na Rua Bariri, nº 251, Olaria. A entrada é franca e todos os interessados estão convidados!

Na década de 1950, os radialistas iam ao Olaria acompanhar os jogos e encontravam no Clube um indígena que vivia na região. Logo associaram a imagem do índio ao Olaria. Desde então este é o mascote.

Mais informações sobre esse programa e os eventos culturais do Centenário do Olaria, contatar Miguel Gustavo (99302-4990 / miguelgustavo100@hotmail.com ), coordenador cultural do Olaria 100 anos.

sábado, 11 de abril de 2015

A eterna Barbara Heliodora!

      07/04/2014 - Eduardo Coelho e Barbara Heliodora na Academia Carioca de Letras


O Brasil perdeu Barbara Heliodora! Uma grande perda para a cultura e o teatro nacional. Barbara é uma daquelas pessoas que jamais deveria nos deixar. Uma pessoa muito especial. Agradabilíssima! Sua inteligência e cultura são imprescindíveis. Tive a honra e o prazer de desfrutar de sua companhia em algumas poucas ocasiões. Porém, bem marcantes na minha vida.

Em 2009, passei algumas horas de uma tarde encantadora, entrevistando-a para o meu livro "Estádio das Laranjeiras - Monumento Nacional", que se encontra publicado gratuitamente no Blog "CIDADÃO FLUMINENSE". Barbara foi de uma delicadeza ímpar em me receber em sua casa no Cosme Velho. Confesso, que, de início fiquei impactado de estar diante de uma das grandes damas do teatro brasileiro. Mas Barbara foi extremamente gentil e logo foi me deixando muito à vontade.

O objetivo de minha conversa com Barbara era ter a oportunidade de saber um pouco mais sobre Marcos Carneiro de Mendonça, sobre o Estádio das Laranjeiras, sobre o nosso Fluminense. O gigantesco Fluminense vivido por Barbara, que não tive a felicidade de conhecer. E uma das coisas fantásticas de nossa conversa é que a realizamos com um retrato do "Velho Marcos" ao nosso lado. Sensacional! Inesquecível! Isso me emocionou e me alegrou muito no dia de nossa entrevista. Era como se o "Velho Marcos" estivesse ali conosco. Isso me emociona e me alegra até hoje.

O carinho e a ternura com que Barbara se referia ao "Velho Marcos" era contagiante e emocionante. O "Velho Marcos" era o seu pai: o goleiro tricolor Marcos Carneiro de Mendonça. O primeiro grande goleiro e 'galã' do futebol brasileiro. Marcos foi um dos heróis do primeiro título importante da Seleção Brasileira: o Sul-Americano de 1919, conquistado no Estádio das Laranjeiras. Marcos foi o primeiro grande ídolo tricolor e iniciou uma dinastia de grandes goleiros no Fluminense.

Aprendi a admirar as histórias de Marcos Carneiro de Mendonça durante a adolescência na década de 1970. Na verdade, eu era apaixonado pelas histórias do "Velho Marcos". Marcos já idoso, mas sempre muito lúcido, extremamente culto, era um grande símbolo para as novas gerações de tricolores. Historiador, Marcos era um sinônimo da intelectualidade tricolor. Um orgulho!

Enquanto conversávamos sobre assuntos que tanto me emocionam - como a inigualável História do Fluminense - era muito bom perceber a alegria e o brilho nos olhos de Barbara, ao relatar aventuras, momentos históricos, peripécias e casos, vividos por ela no nosso querido Fluminense. Barbara lembrava com saudade da antiga piscina de água salgada, onde ela costumava nadar com amigas como Tônia Carrero e Alzirinha Vargas. Barbara frequentava o Fluminense desde que nasceu, em 1923, onde além de praticar esportes, participava de atividades culturais. Barbara integrou a primeira equipe de atletismo feminino do Fluminense.

Outra lembrança inesquecível de nossa conversa foi quando Barbara se recordou da final da Copa do Mundo de 1950. Ela estava junto do pai, o "Grande Marcos", quando um popular aproximou-se do ex-goleiro da Seleção Brasileira e disse: "Se fosse o senhor no gol, o Brasil não perderia a Copa". Barbara ficou orgulhosa em perceber, que, mesmo depois de muito tempo que tinha parado de jogar futebol, torcedores ainda lembravam-se de Marcos com carinho e admiração.

Conversamos um pouco sobre o Solar dos Abacaxis, residência de sua família que a partir dos anos 1940, seria um ponto de encontro de artistas e intelectuais da época. Disse a Barbara que, a família "Carneiro de Mendonça" daria um belo livro. Em 2009, ainda estive com Barbara no Salão Nobre do Fluminense durante o jantar comemorativo dos "60 anos" da conquista da Taça Olímpica, organizado pelo ex-presidente Sylvio Kelly dos Santos. Durante poucos segundos, imaginei uma época que não vivi, mas que fazia parte do "Grande Fluminense de Barbara".   

Em 2012, conversei com Barbara algumas vezes ao telefone. Buscava informações sobre seu tio, Fábio Carneiro de Mendonça, um dos grandes presidentes do Fluminense. E Barbara, como sempre, muito gentil. Durante a gestão de Fábio Carneiro de Mendonça, o Fluminense conquistou a Taça Olímpica, o primeiro campeonato carioca da Era Maracanã, em 1951. E principalmente, em 1952, a Copa Rio, o Mundial Interclubes idealizado por Mário Filho. A Copa Rio era o tema de meu livro "1952 Fluminense Campeão do Mundo", que tem o prefácio do grande jornalista Argeu Affonso, que fez parte da comissão dos festejos do cinquentenário do Fluminense. A história do livro é iniciada em 1949 descrevendo a conquista da Taça Olímpica.

Uma das novidades que pude contar para Barbara e que ela desconhecia, era da gratidão que Abdias do Nascimento - o maior líder negro do Brasil depois de Zumbi dos Palmares - tinha com sua mãe, Anna Amélia. Ela foi fundamental para a luta dos negros no Brasil. Cheguei a falar para Barbara de meu fascínio por sua mãe. Foi a esposa de Marcos quem introduziu o futebol na poesia brasileira, em 1922, em seu livro "Alma", contribuindo para a popularização do esporte em nosso país.

Em 2014, estive na Academia Carioca de Letras, presidida por Ricardo Cravo Albim, para assistir uma palestra de Barbara Heliodora sobre "O teatro carioca". A palestra durou cerca de uma hora e tive a responsabilidade de gravá-la.

Foi uma verdadeira aula sobre o teatro brasileiro. Barbara disse algo muito importante: "Inglesinhos, alemãezinhos e francesinhos, quando pequenos, são educados a conhecerem os grandes autores teatrais de seus países. E os nossos brasileirinhos, concluem o primeiro e segundo graus, sem sequer escutarem a palavra 'teatro'". Concordando com sua explanação, a partir deste instante, em minhas aulas de História, passei a ter o dever de arrumar um tempo para falar sobre teatro com meus alunos. Essa foi mais uma lição de Barbara Heliodora. A eterna Barbara Heliodora!