quinta-feira, 24 de setembro de 2015

O Fator Rubens Galaxe

Não é difícil entender esta confusão no Fluminense provocada, desta feita, por um membro da OAB. Ordem dos Analfabetos da Bola. Quem tem sua carteirinha retirada num concurso de cartolas, aqueles personagens temidos por Nelson Rodrigues, João Saldanha, Sandro Moreira e Armando Nogueira que continuam, infelizmente, dando suas caneladas no futebol brasileiro. Mário Bittencourt, o OAB da vez, que já foi do CREMERJ, da UNIMED, de uma sigla qualquer formada fora das quatro linhas, jamais chupou gelo com alguém. Não freqüentou vestiários quando adolescente, não deu volta olímpica, é mais um torcedor fanático  que se aproveita da fragilidade dos clubes de futebol e emergem, enquanto sócios, à direção do futebol. O que esperar dele senão seguidas contratações equivocadas. Posturas induzidas pela emoção. Jamais pela razão.

No nosso futebol, incrível, não há um só atleta como dirigente forte da CBF, das suas confederações ou dos seus clubes. Não há um Platini, um Beckenbauer, um Passarela. Só Del Nero, Rubens Lopes, Ricardo Teixeira. Nos envergonha, como brasileiros, quando num mundial, em uma Libertadores, as lentes se dirigem às tribunas e os representantes do nosso lado, sem exceção, são figuras que jamais deram um chute na bola de futebol. Colaboraram com o esporte dentro ou fora das quatro linhas. Nossos ídolos, ou estão treinando times ou comentando futebol pela televisão quando poderiam colaborar com sua organização. Com sua moralidade e respeitabilidade.

Se no Fluminense houvesse justiça, e seriedade, e coerência, o Diretor de Futebol deveria ser o Rubens Galaxe. Não Mário Bittencourt. Poucos na história do clube, talvez Pinheiro, Zezé Moreira e Telê Santana tenham dedicado tanto suas vidas ao clube. Rubens chegou às Laranjeiras aos 16 anos e percorreu todas as divisões, vestiários e duchas. Jogou no juvenil, juniores, profissionais, defendeu a seleção brasileira sub-20, foi às Olimpíadas de 72, na Alemanha, jogando em todas as posições possíveis. Era o chamado coringa. Nascido em Conselheiro Josino, interior de Campos dos Goytacazes, permaneceu com seu amor ao clube colado à instituição que aprendeu a amar. Após ganhar todos os títulos e o respeito de todos, estudou administração, voltou ao Fluminense para treinar os juvenis em Xerém e chegou, como treinador, a dirigir os profissionais numa Taça Brasil. Com todo este currículo, está trabalhando algum tempo no Detran. Como tricolor de coração e vida, empresta sua fidalguia, disciplinas, honradez e sabedoria esportiva (que aprendeu na mais conceituada escola de futebol do mundo, com mestres da linhagem de José de Almeida e Roberto Alvarenga) a um órgão que precisa historicamente de pessoas íntegras por lá, mas que poderia se estender a quem mais precisa, no momento, de tudo isto mais a cumplicidade de um gelo trocado. Do suor dos vestiários. Das tiradas inesquecíveis do Ximbica. Do burburinho do Bar do Fidélis, do samba e histórias do simpático massagista Jerônimo.

O Fator Rubens Galaxe, que aproveita no clube toda a sabedoria e amor de quem por ali fez sua história, deveria vencer o Fator OAB, que coloca todo clube de futebol órfão das decisões de quem estudou Direito, mas bate torto na bola. Fez residência no Souza Aguiar, mas nunca dormiu em uma concentração. Possui cartão UNIMED, mas não alcança os anseios dos torcedores que vão aos estádios com a carteirinha do SUS. Pedrinho do Vasco, Junior do Flamengo e Afonsinho no Botafogo como diretores de futebol. Simples assim. Então, em nome de toda nossa história, Presidente Siensem, vamos iniciar um novo troca troca como fez seu antecessor Francisco Horta. Rubens Galaxe no futebol, Bittencourt no Detran. O transito já está ruim mesmo e tenho certeza que o Rubens ensinará o Ronaldinho estacionar seu talento na vaga existente entre o Jean, Cícero e o Fred.



Zé Roberto Padilha

quarta-feira, 23 de setembro de 2015

O sepulcro de um defunto medíocre e soberbo

O ambiente nas Laranjeiras está cada vez mais conturbado. E a tendência é a chapa ficar cada vez mais quente. E nesta terça-feira, dia 22/09, foi publicada uma matéria bombástica e estarrecedora no jornal O Globo, demonstrando que o caos impera em Álvaro Chaves. A matéria é intitulada “RELAÇÕES DE PODER FLU OF TRONES”. Intriga, traição e vaidade explicam a queda do time e isolamento do vice-presidente de futebol e advogado do clube, Mário Bittencourt. A matéria é dos jornalistas Tatiana Furtado e Gian Amato. Leia abaixo, na íntegra, a matéria do Globo:


Depois de tê-lo como braço direito durante um ano e meio, o presidente do Fluminense, Peter Siemsen, começou a isolar e a tirar das decisões do futebol o seu vice-presidente, e possível candidato a sucedê-lo, Mário Bittencourt, que sequer participou da escolha do técnico Eduardo Baptista. Nos bastidores das Laranjeiras, fontes apontam o advogado como um dos responsáveis pela derrocada no Brasileiro – não vence há oito jogos – por “querer aparecer mais que as estrelas do elenco”, ter escalado o time em alguns jogos e brigar com jogadores, como o volante Edson.

O time subia na tabela e o sucesso, na cabeça de Mário. O Fluminense estava no G-4 e o dirigente apresentou a ideia de contratar Ronaldinho Gaúcho. Na época, Peter concordou em pagar um salário acima da realidade austera do clube à estrela, apesar de os direitos de imagem de alguns jogadores estarem atrasados naquele momento, o que deu início à insatisfação da maioria do elenco. Em uma reunião, já com a negociação adiantada, e eufórico pela confusão com o Vasco, que chegou a anunciar o jogador como quase certo, Mário teria dito: “Vou fazer e acontecer”.

NA CARONA DE RONALDINHO

Sua insistência em trazer um jogador que vinha de uma temporada fraca no México teve oposição nas Laranjeiras, onde Mário passou a ser chamado de “pavão” por buscar os holofotes da negociação. Além de o jogador ser caro e estar fora de forma, ninguém tolerou no clube a passividade do dirigente diante do vazamento de uma foto de Ronaldinho no vestiário do Atlético-MG, após a derrota no Maracanã, e o mal explicado episódio do Fla-Flu, quando o camisa 10 alegou indisposição ao saber que seria reserva. O médico que o examinou teve que liberá-lo porque o jogador disse estar com dores na garganta. Precisou confiar na palavra dele e o ruído de comunicação foi criado.

Quando houve um problema de relacionamento entre ele e Edson, que não teria atendido a um telefonema, ele avisou para quem quisesse ouvir que o volante “teria que ajoelhar para falar com ele novamente”. Isso não aconteceu e Edson saiu do time. Na época, a suspeita era que o volante teria uma rixa com o ex-técnico Enderson Moreira. Ao mesmo tempo, Mário não escondia de ninguém que escalava o time e gabava-se de contar que dava “esporro” em jogador. Na partida em que Wellington Paulista, que ele contratou, marcou um gol no Maracanã, contra o Atlético-MG, o atacante preferiu comemorar com o dirigente, em que deu um forte abraço. Apenas Gérson, muito timidamente, acompanhou o jogador.    

PRESIDENTE ASSUME QUE TOMOU O COMANDO

Incomodados com a alegada intromissão do dirigente no time, os jogadores passaram a “andar em campo”, como revelou uma fonte, que vai além: “não queriam derrubar o treinador, mas o Mário. Peter trocou o técnico, mas isso de nada vai adiantar, porque o vestiário está rachado e o Mário atordoado”.
Peter ainda reluta em tomar uma decisão definitiva sobre Mário e garante que tenta preservar o vice retomando a frente do futebol. Mas evitou que Bittencourt escolhesse o técnico e mudou o comando da preparação física – Luís Fernando Goulart, do Sport, assumiu ontem. Mário não pretende entregar o cargo, que acumula com o de advogado do clube.

O GLOBO procurou Mário Bittencourt, que, por mensagem, pediu que a reportagem entrasse em contato com a assessoria de imprensa. Já Peter assumiu que está retomando o controle do departamento de futebol, inclusive fez questão de responder aos repórteres, enquanto Bittencourt não se pronunciou. Ao negar estar em conflito com seu vice, ele admitiu que faz isso para preservar o dirigente, exposto demais à crise causada pelos maus resultados do time.
     – Em momentos ruins, um presidente se reaproxima do futebol. Até que a situação melhore, ficarei à frente do departamento, sem que isso signifique uma mudança no status do Mário – garantiu Peter.

O presidente também não quis falar sobre os problemas de vestiário.
     – Todos parecem comprometidos em mudar a situação. Para mim, o que aconteceu foi uma perda de confiança. Acredito que será recobrada – disse o presidente, que escolheu o novo treinador justamente por ter formação em psicologia.

Além da parte emocional, o presidente sabe do problema recorrente de treinar na sede social. A pressão vinda das arquibancadas diariamente e o estado ruim do campo das Laranjeiras, terreno propicio para lesões, tiveram como solução temporária a transferência dos treinos para a Escola de Educação Física do Exército, na Urca. Local isolado sem acesso de torcedores e com possibilidade de fechamento à imprensa, como já foi feito em outras oportunidades.



sexta-feira, 18 de setembro de 2015

Nelson Aguiar: administrador regional da Tijuca e tricolor

Homenagem - Saens Peña 100 anos



Boa praça e sempre atencioso com todos da comunidade tijucana, Nelson Augusto Eiras Aguiar é casado com a Isabel. Nelson é pai do Thiago, da Joana e do Armando. E irmão do ex-vereador do Rio de Janeiro, Chico Aguiar. Nelson tem uma vasta experiência como gestor público na área da Tijuca. Nosso Blog traz aos leitores uma descontraída entrevista com o Nelson.

Blog CIDADÃO FLUMINENSE – Você recebeu a Medalha Zenóbio da Costa, em 17 de dezembro de 2014. É a principal condecoração oferecida pela Guarda Municipal a personalidades que prestaram serviços relevantes para a instituição. Isso é o reconhecimento do trabalho?

NELSON AGUIAR – Eu acredito que sim. Foi um reconhecimento e um motivo de orgulho. Toda medalha é um orgulho.  E é difícil de conquistar. São muitos anos. Nós pegamos quase o princípio da Guarda Municipal. E esse trabalho vem acontecendo desde 1997, quando a gente vem fazendo essa parceria. E é um trabalho fundamental. A Guarda faz a parte de guardiã dos bens municipais, da rua, nas praças. É bacana estar sendo condecorado. Isso foi importante. 





     Homenagem da Associação dos Moradores das Adjacências da Praça da Medalha Milagrosa 



Blog CIDADÃO FLUMINENSE – Você escreveu o livro “Tijuca de rua em rua”, junto com a historiadora Lili Rose. Como foi esse trabalho e relate sua relação afetiva com a Tijuca.

NELSON AGUIAR – Esse trabalho foi assim, a Lili sentou onde você está e falou: “Vamos fazer um folder da Tijuca?” E eu disse: “Não Lili. Vamos fazer um livro da Tijuca”. E começamos a conversar e a coisa foi andando. E a Lili é incansável, trabalhou muito. Eu tinha muitos dados. Fui passando as informações para ela. E ela na dedicação. Um dia ela ligou, acho que faltavam umas 40 ruas pra acabar. São em torno de 300. E ela: “Que rua é Mirabeau Santo Uchoa?” Eu falei: “Uchoa, deve ser parente do Drº Uchoa da Universidade Estácio de Sá”. Aí, ela ligou pra ele. E ele chamou a gente lá. Ele ficou animado com o projeto. Deu uma sala pra gente e três estagiários. Abriu a Editora Rio que era da Estácio. E aí, o livro saiu. Então, isso aí ficou importante, porque eu sou nascido aqui no Hospital Evangélico. Então, eu tenho um carinho pelo bairro, onde educo os meus filhos. Meus pais me criaram aqui. Estudei no Colégio São José. Os meus amigos estão aqui. Então me sinto em casa. E quando vim para a Prefeitura, o Prefeito Conde, a quem eu presto as minhas homenagens, recém falecido, deixou um legado. Me ensinou muita coisa. De como devemos cuidar do passeio, da calçada, do espaço da pessoa. O que é você andar na rua. Então, eu peguei muito disso. O Conde foi um grande professor para mim. E agradeço a ele. Mando um beijo para onde ele estiver. Ele está certamente num grande lugar. Ele merece. E minha história com o bairro vem por aí. E aí com o livro, você vê aqui na sala fotos. E sempre vem historiador conversar. É bacana sabermos do bairro. 



A história da Tijuca em fotos


Blog CIDADÃO FLUMINENSE – Entre 1997 e 1998, você foi Administrador Regional da Tijuca. Nos dois anos seguintes foi Subprefeito da Tijuca. Quais as especificidades básicas destes cargos?

NELSON AGUIAR – O Administrador Regional já foi um cargo muito forte. Quando ele foi criado tinha verbas, fazia obras, tinha participação. Tinha que prestar contas na Câmara Municipal. E é um cargo que você vai policiar os órgãos. Se a fiscalização está trabalhando bem, se a Guarda, a Comlurb. É um trabalho de responsabilidade. Isso com o tempo foi caindo um pouco. Foram criadas outras secretarias. Tudo foi crescendo. E no governo do ex-prefeito César Maia criou-se as subprefeituras. A subprefeitura é um cargo mais forte. Você tem uma ligação mais diária, de momento, toda hora está junto com o prefeito. Então, o Administrador hoje, passou a ser um suporte da Subprefeitura. A Subprefeitura da Tijuca tem duas Administrações: a da Tijuca e de Vila Isabel. É bom, o nosso prefeito Eduardo Paes até incentiva isso de estarmos um trabalhando com o outro. Só não pode ter encrenca política, senão acaba atrapalhando um pouco. Mas eu me dou muito bem com o Márcio Ribeiro que é o subprefeito. Tento ajudar passando a experiência que eu tenho. Temos conversado todo dia. Temos lá os nossos momentos com o prefeito Eduardo Paes com as nossas atribuições. Que elas são mais parecidas. Projetos, essas coisas maiores, as maiores obras, ela pega o caminho da Subprefeitura para ser implantada nos bairros.




Homenagem do Club Municipal ao Nelson Aguiar



Blog CIDADÃO FLUMINENSE – Em 2001 e 2002, você atuou como Agente de Desenvolvimento Local do Governo do Estado do Rio de Janeiro de Vila Isabel (Maracanã, Vila Isabel, Andaraí e Grajaú), cargo que exerceu na área da Tijuca após 2003. Como foi essa experiência?

NELSON AGUIAR – Eu fui convidado pelo Conde, quando ele foi secretário do Governo do Estado. Aí, ele me convidou e eu aceitei. Ia ganhar experiência. Achava que seria importante para o meu currículo. O Governo do Estado é sempre uma máquina mais pesada. Eu acostumado com a prefeitura. A prefeitura é mais rápida nas coisas, mais leve. E a gente foi conhecer o outro lado. Várias atividades que são realizadas pelo Governo do Estado. Foi uma experiência muito boa. Procurei juntar com aquilo que já tinha aprendido como Administrador Regional – que esse é um cargo de administração – e passei a fazer o mesmo trabalho que eu fazia como administrador da Prefeitura, a fazer com os órgãos do Estado. Que é a integração com a comunidade. Chegar próximo. Poder aproximar. E os órgãos do Governo do Estado, você tem a CEDAE, o Meio Ambiente, a Polícia Civil, a Polícia Militar. Tem várias coisas que você tem muito trabalho pra fazer. O que não falta é trabalho. Adaptei isso ao Governo do Estado. Foi uma experiência bacana. Mas prefiro ficar na Administração Regional na Prefeitura. Depois do governo do Estado, em 2006, passei um tempo na Câmara Municipal, no Gabinete do Luiz Humberto (ex-vereador), que me convidou. Também trabalhei no escritório político do deputado estadual Chiquinho da Mangueira. Depois eu vim pra prefeitura na Casa Civil. Há quatro anos atrás eu estava na Casa Civil trabalhando com o Secretário Pedro Paulo. Aí, eles me convidaram pra voltar para Região Administrativa. 

Blog CIDADÃO FLUMINENSE – Como é a relação do Administrador Regional da Tijuca com o Prefeito Eduardo Paes? Estabelece reuniões periódicas? O Prefeito Eduardo Paes é realmente muito exigente com sua equipe de trabalho?

NELSON AGUIAR – Ele é exigente e trabalha muito. A carga horária do Prefeito Eduardo Paes é difícil de acompanhar. Poucos conseguem acompanhá-lo (risos). Temos uma integração. Existe uma reunião mensal que é feita com os subprefeitos e secretários para avaliação. E tem reuniões periódicas dos trabalhos que estamos realizando e que o prefeito vem pedindo a nossa ajuda. Para cumprirmos as determinações. As implantações dos projetos. Tem bastante coisa. Mas o Prefeito Eduardo Paes está sempre junto. E tem hora que a gente tem problema que não consegue resolver e tem que falar pra ele.



A Tijuca e o Flu sempre presentes na vida de Nelson Aguiar



Blog CIDADÃO FLUMINENSE – Que tipo de articulação com a comunidade a Administração Regional da Tijuca estabelece atualmente?

NELSON AGUIAR – Temos que estar próximos de todas as comunidades de todas as classes sociais. Então você tem que andar muito na rua. Você andar nas ruas é uma coisa importante. Você ir às praças. Você ir às comunidades. Falar com os líderes. Eu faço isso todos os dias. Eu procuro ir a Praça Saens Peña que é o coração da Tijuca. Eu hoje já dei minha volta na Saens Peña. Dou em horários diferentes. Às vezes dou de manhã, à tarde, de noite, de madrugada. E é bom por esses anos todos trabalhando na Tijuca. Cumprimentamos muita gente. Falamos com muita gente. Você tem que ouvir, tem que estar próximo e tem que dar facilidade. A Prefeitura, a Casa Civil, hoje, dá uma premiação ao funcionário no meio do ano, que pode chegar a dois salários, pelo desempenho dos atendimentos. O Prefeito Eduardo Paes tem priorizado muito a excelência no atendimento à comunidade. Isso você faz presente estando lá e conversando. Eu vou três vezes por semana vou à Praça da Bandeira, ando, converso com todo mundo, entro, pergunto. Isso aí, você tem que provocar. Você chegar aqui, sentar e ficar esperando as pessoas, não é isso que o Prefeito Eduardo Paes quer. E não é isso que faz um bom administrador.

Blog CIDADÃO FLUMINENSE – Observamos que a Administração Regional da Tijuca tem um trabalho destacado na área cultural. Em linhas gerais, cite as realizações da administração na área.

NELSON AGUIAR – Caramba, é muita coisa que a gente já fez em questão de cultura. Eu gosto muito de festa. E sempre que tem festa, eu procuro fazer alguma coisa. Nos aniversários da Saens Peña, sempre procuramos trazer uma orquestra. Fizemos uma homenagem ao maestro Severino Araújo da Orquestra Tabajara. Fizemos uma homenagem com o irmão dele que tem a Orquestra Tupi. Aí, você vê os casais dançando e vai relembrando os anos dourados da Tijuca. A Prefeitura tem o Teatro Ziembinski, o Centro de Dança Coreográfica, em parceria ao prédio do Extra, a Casa da Música da (Rua) Garibaldi, que tem muita coisa minha ali. Aquilo foi um projeto que o Chico Alencar tombou, o meu irmão Chico Aguiar pediu ao Prefeito Conde pra comprar a casa. Quem comprou a casa fui eu. Eu que fui lá receber a casa da família. Eu acompanhei aquela obra toda, a restauração, o trabalho. Você aprende muito. Eu estava vendo um festival de harpas. Teve uma exposição Império da Tijuca. Lá tem aulas. O Centro Coreográfico tem bailarinos que vem pra cá se especializar, dão cursos. O Teatro Ziembinski sempre fazendo a parte dos artistas. Tudo isso é muito importante. A Tijuca era maior que a Cinelândia. Nós tínhamos mais cinema na Praça Saens Peña que na Cinelândia. O cinema hoje já não tem mais aquele glamour que tinha antigamente. Você marcava com a menina pra levá-la ao cinema. Me lembro que eu ia com meu pai no cinema, comer pizza ali na Bella Itália, que nem existe mais. Então, são coisas assim que, foram se modernizando. E a Tijuca conseguiu ter essas três aparelhagens que eu acho bacana, que é um teatro, um centro coreográfico, um centro de música. (Chico teve três mandatos de vereador).




Nelson Aguiar em sua mesa de trabalho na sede da VIII R. A.



Blog CIDADÃO FLUMINENSE – Algumas pessoas brincavam dizendo que você era mais simpático que o seu irmão. E quem tinha que ser vereador era você e não ele.

NELSON AGUIAR – É. Não (risos). Já ouvi isso. Essa brincadeira rola aí. Às vezes até eu brinco com ele. Mas o político eleito tem um desgaste, né. Ele é muito cobrado depois. Acho que o Chico teve uma participação grande. Fez um trabalho bonito aqui no bairro. Fez o jornal dele “O Tijucão”. Com isso ele foi se aproximando. Se engajou na política, conseguiu ser vereador sem essas fortunas que hoje são comuns. Uma campanha bem suada. Me lembro do meu pai e minha mãe ajudando. E aí ele seguiu a carreira dele. Mas de vez em quando sente saudade de voltar: “Acho que eu vou voltar. Dar jeito nisso aí”. Mas vamos lá. É maneiro! (risos).      

Blog CIDADÃO FLUMINENSE – O Rio de janeiro sediará os Jogos Olímpicos de 2016. De que maneira a Administração Regional da Tijuca estará articulada com o planejamento da organização. Imaginamos que pela proximidade do Maracanã e do Alto da Boa Vista será uma região bem procurada.

NELSON AGUIAR – Bem procurada. Não temos a região do Maracanã. Ela pertence à outra Região Administrativa. Mas temos o metrô da São Francisco Xavier, que é um acesso muito usado para o Complexo do Maracanã. Você indo direto pela São Francisco Xavier chegará lá no Maracanã. E já é um trabalho que iremos fazer. Sempre tem uma ajuda aqui e outra ali. Temos as nossas fronteiras para cuidar, mas não temos fronteiras. Então, pode ser que tenhamos que ajudar na Lagoa, por exemplo. Isso o Prefeito Eduardo Paes determina a estamos aí pra cooperar e estarmos juntos com ele.

Blog CIDADÃO FLUMINENSE – O que a Prefeitura do Rio vem planejando para deixar como legado esportivo para os cariocas após a realização dos Jogos Olímpicos?

NELSON AGUIAR – São todas essas obras que estão sendo feitas da parte esportiva. Eu acho que o grande legado que recebemos aqui, são as obras de combate as enchentes na Praça da Bandeira. Isso foi uma obra corajosa que vinha sendo empurrada com a barriga por anos. Obra embaixo da terra ninguém gosta de fazer, porque ela não aparece muito. Mas três vezes por semana estou na Praça da Bandeira, que era um bairro esquecido. Numa das reuniões com o próprio prefeito Eduardo Paes, me lembro que recebemos um grupo de comerciantes, moradores, reclamando muito das enchentes. E eu fui o último a sair da sala. O prefeito me puxou e disse: “Eu preciso que você cuide do pessoal lá. Me ajuda lá, porque nós faremos essa obra!” E hoje vemos uma parte da obra que são vários reservatórios. Mas vemos o quanto aquilo foi importante. O quanto a Praça da Bandeira está bonita.  E o quanto estamos trabalhando agora com isso. E a gente vem trabalhando no entorno da Praça da Bandeira. E a prefeitura estava preparada, conseguiu essa verba do Governo Federal. Então isso é um legado que vem da Copa, das Olimpíadas. E as ciclovias, o prefeito também tem investido bastante para as pessoas circularem. Principalmente, as obras de construção que estão sendo feitas. Dos aparelhos que receberão os ginastas. A programação é que as pessoas continuem utilizando. E nós formando os atletas aí. Nós já vemos o Brasil em 3º lugar no Pan-Americano. Ficamos felizes em ver os nossos atletas. Vamos sonhar para ficarmos em primeiro em breve.



Objetos fundamentais na mesa de trabalho de Nelson Aguiar



Blog CIDADÃO FLUMINENSE – Você é um desportista? Qual a sua relação com os esportes?

NELSON AGUIAR – Eu comecei com cinco, seis anos nadando aqui no Tijuca Tênis Clube. Com 12 anos me apresentaram a uma prancha de surf. Aí, eu comecei a pegar onda. Gostei mais do que nadar. Nadar tem toda aquela disciplina. Não que um atleta como o Gabriel Medina pra ser campeão mundial tem que ter muita disciplina e treinar tanto quanto um nadador. É o esporte que até hoje eu me identifico, gosto. Vejo sempre. Sempre sou convidado pra participar da Etapa do Mundial. Então eu vou lá pra fazer um social com a galera. Aí, vemos lá os “dinossauros”, que ainda tem gente mais antiga dos que eu (risos). Então, vou encontrar os meus amigos. O São José é um colégio que você fazia tudo: basquete, vôlei, vôlei de praia, futebol. Tudo na praia eu fiz: velejei, frescobol, vôlei, futebol. Tinha uma pelada, na época, que não existe mais: “surfistas contra paraíbas”. Não discriminando os nordestinos, mas a gente chamava de paraíba o cara da obra, o peão de obra. E aquelas construções na Barra, cheia de prédios. Chegávamos no final do dia e tinha uma pelada no Quebra-Mar. E eu ficava no gol, porque aquelas canelas era muito duras (risos). Mas o esporte é uma coisa fundamental. Eu sempre incentivei meus filhos. Tenho um que foi campeão estadual de Futebol de Mesa. Agora é Sub-14. Lá no Fluminense. No primeiro ano, ele foi vice-campeão. E no segundo foi campeão. A final foi lá no Fluminense, com mais sabor ainda. Se bem que ele é atleta do América (risos). Mas o América todo mundo gosta.

Blog CIDADÃO FLUMINENSE – Qual o seu clube do coração?

NELSON AGUIAR – Flusão. Fluminense.

Blog CIDADÃO FLUMINENSE – Conte a sua relação afetiva com o Fluminense.

NELSON AGUIAR – Lá em casa era uma miscelânea. Porque o meu pai era Fluminense. Mas ele passou a freqüentar o América. Foi jogar basquete pelo América. Acabou virando América. Mas o Fluminense passou a ser o segundo time do meu pai. Ele acabou sendo diretor social do América três vezes. Era um americano. A minha mãe era Vasco, por causa dos meus avós portugueses. Mas o meu irmão, o Chico, era Fluminense. Ele é mais velho. O Armando era Flamengo. Mas o Chico era mais próximo. Porque o Armando é mais velho ainda e tinha uma distância maior. Eu podia ser Botafogo, que só faltava botafoguense (risos). Mas aí eu fui na onda do Chico. O Chico me levava no Maracanã. Ele é oito anos mais velho que eu. Me lembro que eu fui ao Fla-Flu, final no Maracanã, que o Fluminense fez 2 a 0. E a torcida do Fluminense vibrando, todo mundo cantando, alegre, feliz da vida. Aí, o Flamengo me empata o jogo. E a torcida do Fluminense calou, né. Aquele empate do Flamengo, 2 a 2. Depois o Fluminense fez 4 a 2. Então foi assim um jogo que marcou. Isso foi em 1973, com Manfrini.

Nelson participou da fundação do Lions Fluminense na época do saudoso ex-presidente Manoel Schwartz. Schwartz chegou a votar em seu irmão Chico Aguiar.




Nelson Aguiar segura com orgulho a bandeira do Flu



Blog CIDADÃO FLUMINENSE – Mencione um grande ídolo e uma conquista inesquecível.

NELSON AGUIAR – Essa de 1973 foi uma conquista inesquecível! Vibrei também com o gol do Antonio Carlos no Volta Redonda. Aos 48 do segundo tempo. Me lembro que o Tuta era o nosso centroavante. Mas esse 4 a 2 do Fluminense, ainda mais no Flamengo. Manfrini foi um grande ídolo. Mas eu gostava de um time. Um time do Fluminense que me marcou, não sei se conseguirei escalar ele todo, mas era Félix, Oliveira, Galhardo, Denílson, Assis, Marco Antonio, Samarone, Cafuringa, Flávio e Lula. O filho do Cafuringa está sempre por aí com a gente. O Fluminense me deu vários ídolos, mas eu gostava muito do Félix. Porque eu fui goleiro no São José. Então, o Félix na Copa de 70. Mas naquele jogo com a Inglaterra, ele agarrou até pensamento. E as pessoas não confiavam muito no Félix. Mas o Fluminense teve vários ídolos. O próprio Rivellino que fazia aqueles lançamentos para o Gil. Era fantástico ver a Máquina! Você falou do melhor jogo, mas o pior jogo foi o Fluminense perder nos pênaltis com aquela invasão do Corinthians no Maracanã. Foi muito triste. Depois foi a Libertadores. Eu não estava lá pra ver com a LDU. Mas o sentimento ali ficou.  E ver um time que era bom. Lembro do Washington, um guerreiro. E a gente não conseguiu. Jogamos bem. Mas fomos parar lá naquela altitude. Perdeu o jogo lá, com uma diferença muito grande. E o jogo aqui... Mas foi por pouco. Mas o meu ídolo é o Félix.





domingo, 13 de setembro de 2015

Almoço em benefício da ABRAPAC

Eduardo Coelho e Sylvio Kelly


Participei neste sábado, dia 12/09, do almoço em benefício da ABRAPAC - Associação Brasileira de Apoio ao Paciente de Câncer. O evento visava arrecadar fundos para a entidade que é presidida pelo Grande Benemérito e ex-Presidente do FLUMINENSE, Sylvio Kelly dos Santos. A causa merecia prestígio. E Sylvio Kelly também. Além de realizar um ato de solidariedade foi um bom momento para o reencontro e vários tricolores colocarem a conversa sobre o Clube em dia. 

Foi também mais uma oportunidade para que os amigos pudessem celebrar os 80 anos de Sylvio Kelly completados no mês de julho. Líder nato e figura agregadora, presidente entre 1981 e 1984, Sylvio Kelly é um dos grandes nomes história tricolor.

Grande atleta das piscinas no passado, Sylvio Kelly foi o idealizador, articulador e grande criador do Centro de Treinamento Vale das Laranjeiras, em Xerém. Visionário, Sylvio Kelly ao idealizar a criação de Xerém, previa que ali estaria o futuro do futebol do Fluminense. O tempo mostrou que Sylvio Kelly estava certo. Viva Sylvio Kelly!