Os amigos fazem parte de uma lista de 658 tricolores, associados e simpatizantes do Fluminense F. C. que conheci nos meus 38 anos de clube.
Recebi algumas críticas de colegas quando num post anterior, usei a expressão “por mais que seja eleitoreiro”, quando na verdade não pretendia demonstrar a minha opinião política sobre o projeto Sócio Futebol, e sim o que pensam algumas correntes políticas do clube. Reconheço que me expressei mal, deveria ter dito “por mais que alguns sócios entendam tratar-se de um projeto eleitoreiro”, pois o que menos me interessa neste projeto são as questões políticas e sim as questões financeiras.
É evidente que um projeto de associação em massa que tenha como objetivo principal aumentar em cerca de R$ 36 milhões anuais a receita de um clube cuja dívida real deve alcançar a marca de meio bilhão de reais no final deste ano, sempre terá o meu apoio à sua aprovação, oferecendo ou não direito de voto aos novos sócios, por se tratar, no meu entendimento, de uma questão secundária no momento atual.
Este é o terceiro projeto de associação em massa que ocorre no clube nos últimos 20 anos e mais uma vez a questão principal que deveria estar sendo discutida, que é a gestão financeira do patrimônio fica em terceiro plano.
Enquanto nossos conselheiros não se conscientizarem de que é no momento de aprovação das contas e principalmente de aprovação dos orçamentos que devemos mostrar nosso verdadeiro amor pela instituição, o Fluminense jamais vai sair deste atoleiro em que se enfiou.
Há poucos meses nossos conselheiros, certamente por serem leigos em contabilidade, aprovaram contas com “pequenos equívocos” em torno de R$ 40 milhões, que mais à frente será objeto de um post específico, só estou no aguardo da resposta por parte da ouvidoria do clube aos quesitos que apresentei esta semana que receberam os números de protocolo nº 1202997-12, 1202998-01 e 1202999-84.
Ouvidoria esta que foi instituída através do TAC Termo de Ajustamento de Conduta celebrado entre o FFC e o Ministério Público, após o conhecido episódio farra dos ingressos, por iniciativa da Fluturo – Associação dos Torcedores do Fluminense, encabeçada na época pelos tricolores Daniel Hora do Paço (DHP), Cláudio Maes e Nicky Dyckerhoff, grande tricolores que de fato “meteram a mão na massa”, e que espero que continuem a atuar em defesa do nosso patrimônio maior que é o torcedor.
DHP (como é mais conhecido) e Cláudio Maes foram dois dos raros tricolores com quem tive o prazer de poder de discutir as finanças do Fluminense, é uma pena que a grande maioria dos tricolores que conheço não se interessa pelo assunto, muitos destes conselheiros inclusive.
O Fluminense precisa muito de tricolores como estes dispostos a “meter a mão na massa”, posso citar vários que conheci nos últimos anos. De longe acompanhei o surgimento do movimento “Vanguarda Tricolor”. Naquela época eu era um piscineiro não envolvido com política, e torcedor fanático do Fluminense como sou até hoje. Lembro dos embates entre Zé Neto, Furtado e Cássio de um lado e Hamilton e Melo do outro, todos tricolores dispostos a meter a mão na massa, e que com certeza amam até hoje o Fluminense, apesar de suas divergências políticas.
Acredito que a maior ajuda que dei a Flusócio, não foi organizando churrascos e participando do SATT, mas sim tentando mostrar aos amigos a visão que alguém de dentro do clube envolvido ou não com política, tinha de movimentos de adesão em massa de torcedores como o primeiro proporcionado pela Vanguarda e que depois veio a ser novamente tentado pela Flusócio de forma mais equilibrada, sem agredir os associados, e principalmente tentando entender melhor o clube em seu interior.
Posso destacar o belíssimo trabalho conciliatório que era feito pelo Rogério Félix, Alexandre Vasconcellos, Flávio Henrique, Pedrão e Bernardo. Mas o sucesso da Flusócio veio também através de outros guerreiros não tão conciliadores, mas que sacrificaram muito o seu lazer em prol de um blog que hoje funciona como uma verdadeira ouvidoria do Fluminense, dentre estes posso citar o Dhaniel Cohen, o Danilo Félix (apesar das nossas divergências políticas), o Abad, o Storino, o Bolt, o Cezar Mota e o Lauro Aires. E da nova geração, o Kadu, o Fábio Dib, o Bruno Curi e o Marcus Vinicius.
O movimento Legião Tricolor também teve sua importância em todo o processo, apesar de entendermos que o objetivo do movimento não tinha vinculação com a política, não tem como negar que o apoio recebido pelo Peter de nomes como Pedro Machado, Marcelão, Felipe UFO, Léo Bagno, Gustavo Ribeiro e Lucas Sodré, tricolores que meteram a mão na massa nas arquibancadas, foram fundamentais para a vitória do “Novo Fluminense”.
E qual seria o objetivo deste post afinal? Na verdade procuro alcançar dois objetivos. O primeiro deles, é pedir aos conselheiros do Fluminense que não deixem passar esta oportunidade que não sei se teremos novamente de poder ajudar a salvar o Fluminense, posso afirmar aos senhores que a situação é bem pior do que se imagina, tentar esconder dos torcedores, associados e conselheiros a verdade sobre a real situação financeira do clube não ajuda em nada, se quisermos salvar o doente precisamos saber de todas as suas doenças, por mais estragos que estas venham a ocasionar.
E a segunda delas é que mesmo que este projeto não seja aprovado, que não deixem de se associar ao Fluminense, e principalmente que procurem tentar entender um pouco mais de suas finanças, que leiam com atenção cada linha dos orçamentos e balanços, que questionem quando tiverem dúvidas, não caiam mais nessas conversas de que se os balanços e orçamentos não forem aprovados o clube fica engessado.
Não adianta apenas se associar, temos que meter a mão na massa.
ST.
Milton Borges