segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

FILHOS DO PETER

Não há dúvida de que, no Rio, o futebol nasceu com o Fluminense. O rol de glórias para o clube, que o “velho esporte bretão” proporcionou, foi e será imenso. Por esta razão, a mancha de passar de campeão à segunda divisão terá seu fim em um futuro próximo. O Fluminense já superou fases adversas, o mesmo ocorrerá com essa.

O Fluminense Football Club tornou-se maior que o jogo que está atrelado ao nome. O clube tomou dimensões olímpicas. A parte social já o diferenciava quando foi fundado. A Taça Olímpica, ganha em 1949, foi o reconhecimento pelo exemplo de organização. Foi honraria concedida a um clube vitorioso nos esportes, e atuante nos setores artísticos, cívicos e sociais.

Arnaldo Guinle, patrono do Fluminense no primeiro período de presidência, construiu o estádio das Laranjeiras. Nele o Brasil obteve sua primeira conquista futebolística internacional: o campeonato sul-americano de 1919. Guinle construiu a sede social, a piscina, as quadras de tênis e o standard de tiro. Um atleta tricolor ganhou, para o Brasil, a primeira medalha de ouro em uma olimpíada. No segundo período na presidência, Guinle expandiu o quadro social para mais de 7.500 associados.

O Iate Clube do Rio de Janeiro foi fundado, na sede de Álvaro Chaves. Deixou de ser um “departamento” para práticas náuticas do Fluminense.

Necessitando de grandes somas para executar o programa de construção e aparelhamento esportivo, Arnaldo Guinle abriu mão do “departamento”. Guinle julgou ser impossível continuar as construções na sede do clube e ainda buscar fundos para os esportes náuticos. Atitude de um gestor, sem qualquer vocação para aventuras.

O papel do esporte é causar dissensões no seio da sociedade e, particularmente, nos sócios e torcedores dos clubes brasileiros. O esporte tem função política. O futebol tem função social. As vitórias não ocorrem apenas ao derrotar os adversários.  As vitórias se manifestam no cotidiano contra discriminações social e racial. Também contra o assédio moral.

A política popularesca chegou ao Fluminense com o sócio-futebol. Não houve expansão do quadro social, como daqueles sócios que Guinle trouxe para viver a sede. O dia a dia do clube. Contudo, nas próximas eleições, o sócio-futebol participará com peso significativo no resultado final do pleito.

A política do “é dando que se recebe”, para se tornar presidente, criou o grupo dos “filhos do Peter”. Foi o que se viu nas eleições. Na recondução para um segundo mandato. Aliás, os “filhos do Peter” devem se convencer de que eles passarão. O Fluminense ficará para a eternidade. Eles foram gerados nessa gestão. O Fluminense veio antes do nada.

Getulio, um dos presidentes de honra do Fluminense, deixou carta testamento. Políticos renunciam. Presidentes do Fluminense já renunciaram. As razões, os historiadores podem explicar. Aliás, a história não se repete. Mas, estudá-la para saber o porquê dos fatos acontecidos ajuda a compreendê-la. Peter Siemsen já entrou para história. Levou o clube de campeão à segunda divisão. Sugiro que serenamente dê o primeiro passo de real abraço ao Fluminense. Renuncie a presidência do clube.

O Fluminense, suas cores, sua marca, têm seu valor de mercado. Todavia, os verdadeiros tricolores não estão humilhados. Com a presidência de Peter Siemsen, estamos todos desrespeitados.



Protasio Castro   

6 comentários:

  1. Prezado Eduardo Coelho, prezados Tricolores,
    inicialmente, sem tergiversações, o rebaixamento deve ser tratado como um fato catastrófico! Diante dessa catástrofe, o que resta ao clube é se reinventar. Sim, mas essa reinvenção não deve encobrir a magnitude da catástrofe! Fomos rebaixado, e fomos rebaixados com o "mecenato" perdulário da UNIMED - ou seja, num contexto frontalmente diferente do final da década de 90. Não destinarei o comentário para arrolar a abundância de despautérios no futebol, em 2013, e nem para rechaçar ou questionar o que a gestão Peter e sua base de sustentação chamam "Novo Fluminense". A questão é: com um mínimo de ombridade, nesse exato momento que escrevo, toda a gestão Peter deveria RENUNCIAR o cargo. Concomitantemente, a oposição deve se reerguer no clube, com a consciência de que os tempos são outros: sem trabalho de base, com utilização maciça das ferramentas virtuais, e com presença no clube e nas arquibancadas, não será possível estabelecer correlação de força para a mudança - não basta apenas três ou quatro nomes de peso, sem um trabalho de base: e isso não apenas do ponto de vista eleitoral, mas do ponto de vista da retomada de uma cultura participativa dentro do clube. É lamentável, por exemplo, que não haja nenhuma iniciativa de protesto (sem violência, obviamente) para o pronunciamento que o presidente da gestão que rebaixou o Flu está organizando, Parece que está agendado para amanhã, certo?
    FORA TODA A GESTÃO PETER! POR UMA EFETIVA REINVENÇÃO DO FLUMINENSE!
    SAUDAÇÕES TRICOLORES, desculpando-me por possíveis erros de português, por conta da pressa.

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  2. A farsa acabou, Os nomes foram divulgados. Não há mais escapatória.

    Os farsantes serão responsabilizados, de um jeito ou de outro. Sejam eles acólitos do mecenas caga-goma, sejam eles partidários do Peter Pigarro.

    Providências serão tomadas.

    O inferno agora é verde, branco e grená.

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  3. Prezado Eduardo, ainda não me recuperei do trauma.
    Mas digo, que a segunda divisão venha com cara de segunda chance, para concretizar tudo o que antes não deu...
    Que seja o recomeço.
    Peço sua reflexão para que seja possível criar uma oposição firme com nomes fortes e que façam frente aos recém eleitos trapalhões.
    Do amigo Ricardo Garcez

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  4. Prezado Felipe Brito,

    Sua capacidade intelectual, seus pertinentes e brilhantes argumentos são imprescindíveis ao nosso amado Fluminense.

    O “Novo Fluminense” nunca existiu! Foi apenas um efeito alucinógeno de uma euforia coletiva. Algo bem típico dos regimes totalitários. O totalitarismo nunca residiu na aristocrática sede de Álvaro Chaves. E nós temos um compromisso de honra com a inigualável história do Fluminense: o maior patrimônio de nosso Clube.

    Quem sabe faz a hora não espera acontecer!

    Seguiremos no caminho...


    Saudações tricolores,

    Eduardo Coelho

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  5. Prezado Fábio Ribeiro,

    Você tem toda razão...

    A farsa acabou. Não há mais escapatória.


    Saudações Tricolores,

    Eduardo Coelho

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  6. Prezado Ricardo Garcez,

    O trauma está sendo violento. O Fluminense somos todos nós. Mas alguns se esqueceram disso. As humilhações também são de todos nós. E elas não serão esquecidas...

    Como bem disse o companheiro Fábio Ribeiro, os farsantes serão responsabilizados.

    As reflexões serão feitas. E sempre com firmeza. Passo a passo.


    Saudações Tricolores,

    Eduardo Coelho

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