Fernando Ferreira - Diretor da Pluri Consultoria
No dia 17 de setembro, a Trevisan Escola de Negócios e a Pluri Consultoria realizaram o seminário “O Futuro dos Clubes Brasileiros” com a presença de profissionais e autoridades ligados ao mercado esportivo brasileiro. O plenário esteve cheio durante todo o dia. Passaram pelo auditório montado na Nova Arena Palmeiras, em São Paulo, mais de 300 pessoas.
Fernando Trevisan - Diretor da Trevisan Escola de Negócios
O evento marcou o lançamento do Brasil Sport Market (BrSM), fórum permanente cuja proposta é contribuir objetivamente para o desenvolvimento do esporte nacional, ampliando a discussão dos temas relevantes aos desafios do mercado esportivo brasileiro. As metas da iniciativa são aproximar profissionais, empresas e instituições, proporcionar o aumento da qualificação profissional assim como abrir espaço para o debate de idéias, apresentação de produtos e serviços, intercâmbio de propostas de networking.
Mais de 300 pessoas participaram do Seminário
Depois das boas-vindas oferecidas por dirigentes da Sociedade Esportiva Palmeiras, anfitriã do encontro, os trabalhos foram abertos por Fernando Trevisan, diretor da Trevisan Escola de Negócios, e Fernando Ferreira, diretor da Pluri Consultoria, que destacaram a importância de se discutir a gestão do esporte e sua contribuição econômica para o país, tendo em vista o avanço que o setor terá nos próximos anos com a realização da Copa das Confederações e a Copa do Mundo da FIFA, assim como as Olimpíadas de 2016.
Logo após, o assessor especial do Ministério dos Esportes, Ricardo Gomyde, que representou o ministro Aldo Rebelo, falou sobre “O papel do estado na reestruturação dos clubes”. Ele destacou a intenção do governo federal em ampliar o escopo das ações de incentivo ao esporte. “O futebol tem uma cadeia produtiva extremamente importante no país, gera renda e empregos, e deve ser apoiado. Recentemente criamos a Secretaria Nacional de Futebol, um órgão que tem a proposta máxima de difundir e propor melhorias. Uma dessas propostas está voltada para às equipes femininas. Existe um grande incentivo da presidente Dilma Roussef no sentido de criar um calendário que permita as equipes femininas joguem durante todo o ano, profissionalizando a categoria”, disse Gomyde.
Eduardo Coelho e Rodrigo Caetano e o troféu de "Melhor Executivo de Futebol" de 2011
Atendendo ao propósito do BrSM de disseminar conhecimento, Fernando Ferreira, da Pluri Consultoria, apresentou durante o seminário três estudos inéditos: “O PIB do Esporte no Brasil”, “Causas da baixa presença de público no estádios”, e “O potencial de consumo das torcidas brasileiras”.
O estudo “O PIB do Esporte Brasileiro” mostra que o esporte tem participação de 1,6% no PIB nacional. Dos R$ 4,1 trilhões de PIB nacional em 2011, R$ 67 milhões são do esporte. Os números abrangem todas as modalidades, não apenas o futebol, envolvendo faturamento dos clubes, entidades de classes, marketing esportivo, mídia relacionada ao setor, equipamentos esportivos, eventos e serviços em geral. De acordo com o levantamento, o esporte tem, ainda, impacto relevante sobre os setores de alimentação, transporte e hotelaria.
Os dados do estudo demonstram que, nos últimos cinco anos, a economia cresceu 4,2% e o esporte, 7,1%. Para 2012, a previsão de alta é de 6,4%. “Eu diria que a economia brasileira vem andando em ritmo europeu e o esporte em ritmo chinês”, frisou Ferreira.
O jornalista Paulo Calçade da ESPN
Fernando Trevisan abriu o painel sobre a indústria dos estádios. Ele apontou que no Brasil apenas 8% da receita dos clubes vem dos dias dos jogos. A média de público é de 15 mil pessoas por jogo, o que representa 46% de ocupação. Como comparação, colocou que na Inglaterra a média de público é de 34 mil, com 92% de ocupação. Trevisan fez uma analogia às salas de cinema. “Em 2002, este setor vendeu 92 milhões de ingressos, contra 144 milhões alcançados em 2011. A arrecadação aumentou 172%”.
A segunda parte da manhã foi reservada à mesa de debate sobre “A nova geração de Arenas Brasileiras”, que teve a moderação do presidente da Abrarenas, João Gilberto Vaz. Participaram do debate o diretor de novos negócios da WTorre e responsável pela Nova Arena Palmeiras, Rogério Dezembro, e o presidente da Grêmio Empreendimentos e Responsável pela Grêmio Arena, Eduardo Antonini. Dezembro destacou a necessidade de se pensar em todo o entorno do evento esportivo, desde o momento em que o consumidor (cidadão/torcedor) busca o ingresso até o processo de saída do estádio. Antonini, da Grêmio Arena, que será inaugurada em dezembro, num jogo amistoso entre Grêmio e Hamburgo (final do Mundial de 1983), disse que em seu plano de negócios mais de 40% da receita será oriunda dos serviços de hospitalidade, ou seja, dos camarotes e espaços corporativos.
Marcos Blanco, Diretor de Marketing do Vasco e o troféu de "Eficiência na Gestão de Futebol - 2011"
Na abertura da parte da tarde, o jornalista Paulo Calçade apresentou “Um olhar da imprensa sobre a Gestão e o marketing dos clubes”. Olhar este que estava representado por profissionais da mídia de mais de 40 veículos de comunicação que fizeram a cobertura do evento.
Após a intervenção de Calçade, houve o anúncio do clube mais eficiente de 2011, o Vasco da Gama, e dos vencedores da 1ª edição do Prêmio Executivo do Esporte 2011, organizado pelo BrSM. Na categoria Marketing houve empate entre Armênio Neto, diretor de marketing do Santos F. C., e Jorge Avancini, diretor de marketing do Internacional. Na categoria Futebol, o ganhador foi RODRIGO CAETANO, diretor de Futebol do FLUMINENSE, que conquistou o título pelo trabalho realizado no ano passado no Clube de Regatas Vasco da Gama. “O marketing do Brasil é a linha de frente para o futuro. Esperamos que daqui saíam novos prêmios. Só assim, vamos voltar a ter o futebol mais forte do mundo”, declarou Armênio Neto.
“Nos honramos com o prêmio. Para nós, ser indicado como único clube fora do eixo Rio/São Paulo é muito importante”, avaliou Avancini.
Já Rodrigo Caetano afirmou que “mais importante que o reconhecimento profissional é o reconhecimento deste novo cargo que é relevante para a profissionalização dos clubes”.
Armênio Neto - Dirtetor de Marketing do Santos F. C.
Um dos pontos altos do dia foi a presença do presidente do Santos futebol Clube, Luiz Álvaro Oliveira Ribeiro, que discorreu sobre o tema “Montando um time competitivo em um mercado inflacionado”. Luiz Álvaro descreveu a estratégia em que o time santista apostou para sair da delicada situação que se encontrava em 2009, quando ele assumiu a presidência e teve que equacionar uma dívida milionária.
“A primeira medida foi profissionalizar a gestão, sob o compromisso de utilizar um modelo de governança corporativa. Deixamos de trabalhar com diretores voluntários, prática que vinha desde os tempos de Pelé, e fomos buscar no mercado profissionais experientes”, explicou.
Jorge Avancini - Diretor de Marketing do Internacional
Para Luiz Álvaro, um dos maiores desafios foi fazer com que o clube passasse a entender o futebol como negócio. Os primeiros passos foram contratar uma comissão técnica permanente, estabelecer teto salarial, promover maior aproveitamento da base (que levou ao surgimento de atletas como Neymar, Ganso e André) e reaproveitamento dos atletas já renomados que saíram da Vila Belmiro, como Robinho. “Trinta e três meses depois, temos cinco títulos conquistados no profissional, um a cada seis meses (entre eles o tri da Taça Libertadores da América), três no feminino, um no futsal e mais dez em todas as outras categorias de base. Passamos a ser incluídos no grupo dos clubes de maior audiência, antecipamos a renovação de contratos de publicidade e os valores dos patrocínios aumentaram 500%. Por fim, quase todas as dívidas estão quitadas”, afirmou.
Eduardo Coelho e José Carlos Brunoro
O presidente do Conselho da Brunoro Sport Business, José Carlos Brunoro, trouxe a experiência do projeto Audax: “Os desafios e oportunidades para os clubes empresa”. Para ele, o aspecto positivo do clube empresa no Brasil é a ausência de intervenções políticas comuns nos clubes sociais, o que permite um planejamento de longo prazo. “Por outro lado, o fato de não ter torcida é um dificultador na medida em que não atrai público nem patrocínio”, afirma.
O projeto nasceu em 2003 e conta hoje com o Centro de Treinamento Audax São Paulo Esporte Clube e o Audax Rio de Janeiro Esporte Clube. A cada ano é montado um grupo de cerca de 70 jovens atletas por sede, que são selecionados em peneiras que chegam a ter 30 mil aspirantes a craque.
Luiz Álvaro de Oliveira Ribeiro (LAOR) - Presidente do Santos F. C.
O dia terminou com a mesa de debates “O futuro do Marketing dos Clubes”, moderada pelo diretor da Divisão de Esportes da Nielsen, Rafael Plastina, que contou com a participação do Vice-Presidente de Marketing do Corinthians, Luis Paulo Rozenberg, e o diretor de Marketing da Seara, Antonio Zambelli.
Rosemberg apresentou a nova etapa do marketing do clube, agora voltada para a difusão dos valores fundamentais da marca. “É uma parte menos visível do nosso trabalho, mas essencial para agradar nosso torcedor e solidificar o que representa a marca”, afirmou. Ele lembrou ainda que o trabalho de marketing realizado pelo clube durante a queda para a série B virou referência e passou a ser solicitado por outros clubes, como o Vasco e até o River Plate da Argentina.
José Carlos Brunoro
Zambelli trouxe sua contribuição para as áreas de marketing e comunicação das empresas. Explicou que o objetivo principal da Seara com o patrocínio do esporte, especialmente o futebol, é criar um posicionamento de marca entre os jovens, para fortalecer a presença dos produtos em consumidores que ainda estão formando suas preferências de consumo. “Investimos inicialmente no Santos, que tem abrangência e tradição, e partimos, posteriormente para a seleção brasileira e a FIFA, dentro da estratégia de internacionalização da marca”, explicou.
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