sexta-feira, 12 de julho de 2013

CONTO DO VIGÁRIO - DE MESSIAS À JUDAS

No início do ano de 2010 um grande número de associados foi chamado para se unir em nome de uma proposta nova que pudesse levar esperanças à sobrevivência do Fluminense. Este grande número de associados se engajou de corpo e alma na crença de que um Novo Fluminense pudesse ressurgir e encampou a ideia de construir um novo Fluminense.

Tantos foram os sócios, sedentos por mudanças, que viam no candidato da oposição – Peter Siemsen - a própria encarnação do Messias, enviado por DEUS, com a missão de salvar da falência um clube de tantas glórias. A maioria dos associados acreditou que um verdadeiro milagre estava a caminho. Acreditou nas palavras de um homem que, quando pregava, se mostrava sério, bem intencionado, firme nas suas alegações e consciente de suas promessas. Acreditou num homem que demonstrava uma educação exemplar, que atendia a todos, a todo instante, com extrema generosidade e nobreza. Acreditou num homem que, aos quatro cantos, fazia ecoar disposição, sabedoria e, principalmente, confiança. Aliás, confiança foi uma das palavras mais repetida durante toda sua campanha. Cada voto pedido era um pedido de voto de confiança.

O associado confiou e deu seu voto. Deu porque acreditou na palavra de um homem que prometeu um Novo Fluminense aos seus frequentadores apaixonados. Deu porque acreditou num homem que mesmo sendo esbofeteado por seus adversários ofereceu o outro lado da face, num gesto demonstrativo de perdão, como se eles não soubessem o que faziam.

Promessas e mais promessas. O Messias fez o povo (o sócio) acreditar que havia esperança, fez acreditar que a probabilidade de o Fluminense se reerguer, de recuperar a dignidade e o prestígio era grande, pois estavam em suas mãos milagrosas as possibilidades de êxito.

A expectativa de mudanças reais e concretas foi criada fundada em suas promessas de campanha. Hoje, o associado se sente completamente enganado, tendo a certeza que seu voto de confiança depositado na urna foi enterrado em vala comum, como indigente. A decepção é enorme entre os associados e também entre os atletas dos esportes olímpicos. Atitudes de abandono do Presidente do Clube deixam uma dor de angústia no peito daqueles que vêem fracassadas suas esperanças. É um sentimento de revolta despertado por omissões ou ações indignas de quem em tanto se confiou.

Como em todo processo eleitoral, palavras são palavras, nada mais do que palavras. Nas eleições presidências do Fluminense, promessas de campanha foram somente promessas. Por ser pleito, uma disputa decidida pelo voto, o vencedor parece achar-se no direito de não cumpri-las. Esquece que promessas são compromissos assumidos em campanha diante da boa fé de todos. Com isso, esquece também que cada promessa não cumprida corresponde a um castigo, a uma pena. Uma pena que pode até não ser imposta pela justiça dos homens aqui na terra, mas por certo será aplicada por AQUELE que o mandou como redentor.

Quando todos achavam estar diante do fim, uma luz se acendeu, a esperança brilhou. Um Salvador surgiu entre poucos. Porém, mal se sabia que este não descia dos céus. Ao contrário, erguia-se das profundezas escuras e infernais como numa ressurreição de Judas. (Cristo foi traído por Judas e este padeceu no inferno).

Os associados e os atletas do Fluminense sentem no rosto o beijo da traição. O mesmo sinal de afeição com que, por trinta moedas, Judas identificou Jesus para os líderes judeus.

Alguém que pratica um ato de deslealdade, que viola um contrato de confiança apalavrado entre pessoas de bem com interesses comuns, comete, sim, um ato de traição. E o associado do clube se sente traído já que foram rompidos inúmeros acordos firmados anteriormente, época de campanha.

Os associados e os atletas do clube se sentem traídos por aquele que após alcançar a vitória no voto mostrou que não tinha a menor intenção de cumprir o que foi estabelecido, que chegando ao poder tornou-se “santo” e que pagar promessa é coisa para devoto.

Hoje, o presidente do Fluminense não tem um pingo de respeito pelo Estatuto do Clube. Pensa que tem o poder nas mãos e que está acima das leis que regem esta Instituição.

Sei que uma escola foi criada e sei qual o seu lema:

“o Estatuto foi feito para ser descumprido e quem se sentir prejudicado que recorra à justiça”.

Esta é a máxima que impera nos Conselhos do Clube.


Não sei classificar alguém que pensa desta forma, mas, com certeza, este alguém não tem boas intenções. Alguém que adota este tipo de pensamento deixa claro que não tem intenção de agir corretamente.

Pelo que podemos observar nesta gestão, mais pessoas estão frequentando a escola que foi criada. E estas pessoas, pelo que demonstram, também não têm a mínima intenção de cumprir as regras.

O Presidente do Clube, como advogado que é, deveria saber que as leis foram feitas para serem cumpridas e não burladas. Achar que tem o poder nas mãos e que está acima das leis que regem esta Instituição é se achar dono do Fluminense. É achar que o clube é o quintal da sua casa e que pode fazer dele a casa da mãe Joana.

Se ele pensa que o Fluminense é seu, eu digo que não é. O Fluminense é de todos e o presidente é tão somente aquela pessoa eleita para administrar o clube em benefício dos associados.

Se ele pensa que o associado lhe deu carta branca para fazer o que bem entende, está completamente enganado.

O associado quando depositou seu voto na urna, nas eleições, lhe concedeu, na verdade, um voto de confiança. Um voto de confiança nas promessas feitas por ocasião da campanha eleitoral.

O associado acreditou nas palavras de um homem que se dizia merecedor da tal confiança.

O associado acreditou nas palavras de um homem que se mostrou a favor de uma administração limpa e transparente.

Aliás, transparência foi também uma das palavras mais usadas pelo então candidato durante a sua campanha eleitoral.

Pelo que podemos perceber agora, diante de suas esquivas frente aos problemas do Clube, diante de sua imaginária onipotência – ele pensa que pode tudo, que tem o poder absoluto – é que por trás daquela aparência de bom moço existia um homem pérfido, com intenções maquiavélicas.

A máscara caiu. A transparência tão citada pelo Presidente agora aflorou. Veio à tona sua verdadeira face. Hoje, o associado tem a nítida visão do que se escondia atrás de toda aquela boa aparência.

Fora, Presidente. O Fluminense não precisa de você.

Devolva o clube aos seus verdadeiros donos.





Rogério Do Val – Conselheiro do Fluminense (eleito pela Chapa “NOVO FLUMINENSE”)





2 comentários:

  1. Edu, vc tem a relação de promessas de campanha? Sugiro um post com elas,e, claro, indicando quais foram cumpridas e quais não.

    Andre Costa

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  2. Ele tem um conselho servil,caga e anda para o Estatuto, adora bajuladores, seu braço direito é vascaíno e pensa e se sente dono da bola digo, do clube.
    Conselho para quê?! E ainda batem palmas para ele, o camarada é um artista!

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