Algumas considerações do conselheiro Paulo Studart

O conselheiro Paulo Studart redigiu um documento e enviou para alguns sócios do Fluminense. Leia abaixo as considerações do conselheiro Paulo Studart:

Não participando, atualmente, de nenhuma corrente política no clube, estou enviando a minha ideia a respeito das propostas apresentadas pela Direção e o faço de maneira pontual:

1 – Novas categorias de sócios

A situação econômico-financeira do clube é catastrófica.

Não somos insensíveis a isso.

A Direção tem a ideia fixa no Sócio Futebol que, segundo o seu projeto, pagaria uma mensalidade, no máximo, 30% do que paga o sócio efetivo e seriam necessários apenas 2 anos para que esses tenham o direito de votar.

Melhor que fosse estipulada uma fração:  1/3, por exemplo.

A instituição do Sócio-Futebol e o número projetado (50.000) poderia contribuir para melhorar o fluxo de caixa do clube. Caso fosse admitida a quantidade projetada (50.000), quase R$ 2.000.000,00 entrariam no caixa todo mês.

Mas seria esse o real objetivo da Direção? Da maneira como vem sendo apresentada, a proposta do Sócio Futebol pode não visar nem a captação dessa quantidade de sócios anunciada (50.000) e também nem serviria para a amortização da dívida. Mas, certamente, a admissão de 5.000 (cinco mil) sócios efetuada através do grupo que a preconiza (Flusócio), como, aliás, vem sendo feita, daria a esse grupo e a Direção, uma massa de manobra barata capaz de eleger qualquer presidente que com discurso eleitoreiro e demagógico a pudesse controlar.

Em tempo: Deploramos veementemente a maneira como vem sendo adotada a campanha para a admissão desse tipo de sócio. Não podemos tolerar, e é bom que o Presidente saiba disso, o modo fascista com que alguns membros da Flusócio preconizam a pressão a ser exercida pela Torcida contra os Conselheiros. Consideramos perigoso e irresponsável esse tipo de atuação podendo, mesmo, gerar sérios problemas. E esses, acontecendo, quem será responsabilizado?

2. Participação dos novos sócios na Assembleia Geral

Qualquer novo sócio a ser criado terá direito a voto, respeitado o critério isonômico. Ou seja, o Sócio Futebol, adotado esse critério, obteria  esse direito num prazo inversamente proporcional à sua contribuição em relação ao Sócio Contribuinte Efetivo. Assim, se a contribuição do Sócio Futebol é  1/3 do Sócio Efetivo, o prazo necessário para torná-lo com direito a voto seria 3 vezes maior que o do Sócio Contribuinte Efetivo, ou seja, de 3 anos de contribuição ininterrupta. Havendo interrupção de pagamento e tendo sido efetuado o ressarcimento, novo prazo será reiniciado.

Não sendo assim, pode-se especular que o projeto é demagógico, eleitoreiro e eivado de falso populismo e vontade de perpetuar-se casuisticamente no poder.

Essas medidas somente teriam efeito a partir de 2015.

Voto eletrônico: Não

Dispendioso e de difícil execução

Composição de chapas

Penso que sócio-torcedor, por definição, possa somente discutir a respeito de futebol e não atuar da gestão do clube. Portanto, o Sócio-Futebol não poderá participar da formação de chapas.

As demais composições apresentadas me soam artificiais e complicadas de serem adotadas.

Sócio-Futebol não terá direito a dependentes.

3 – Adequação de marcas e produtos.

Aprovação do Manual de Marcas, regulamentando a utilização dos símbolos e cores mediante a aprovação do Conselho Deliberativo.

A utilização da escala de cores não pode ser alterada.

A fixação dos padrões métricos e estéticos para as camisas 1 e 2 é estipulada pelo Conselho Deliberativo.

A camisa 3 (e outras) com apelo comercial poderão ser liberadas e aprovadas pelo Conselho Diretor.

Cores diversas para a camisa de goleiro e de treino também poderão ser liberadas pelo Conselho Diretor.

4 – Decisões Financeiras e Patrimoniais

A alteração no art 4 proposta pela Direção no que se refere a aquisição de patrimônio que conferiria poderes ao Presidente não pode ser feita até mesmo para salvaguardar a responsabilidade de quem faz a compra. Essa proposta não tem o menor cabimento.

Também não podem passar a ser prerrogativas do Presidente as medidas propostas de alteração e fixação de jóias, mensalidades, admissão, readmissão e isenção para sócios.

Aí virá bagunça. Uns vão ter direitos, outros não.

Saudações Tricolores,

Paulo Cesar Carvalho Studart

Conselheiro e Sócio Proprietário