O CINEfoot e a programação tricolor

No último sábado, dia 29/05, à noite, o Blog “CIDADÃO FLUMINENSE” fui dar uma conferida na programação do 1° CINEfoot (Festival de Cinema de Futebol), que se realizou no Unibanco Artplex, na Praia de Botafogo, n° 316, em Botafogo. A programação de sábado do CINEfoot era muito especial para os tricolores.

Pra começar, o nosso goleiro FÉLIX seria o grande homenageado. Como é o primeiro “Festival de Cinema de Futebol”, os organizadores decidiram começar por um jogador da “CAMISA UM”. E ninguém melhor que o nosso querido “PAPEL” (apelido de FÉLIX). O primeiro filme da programação da noite foi o curta, “UM ARTILHEIRO NO MEU CORAÇÃO”, de Diego Trajano, Lucas Fitipaldi e Mellyna Reis. O filme é sobre a vida do centroavante ADEMIR MARQUES DE MENEZES, o “QUEIXADA”.

O Ademir se notabilizou no Vasco da Gama. Mas também teve um período importante no Fluminense em 1946 e 1947. E ficou eternizado na história do futebol brasileiro pela profética frase do técnico do Fluminense, Gentil Cardoso, em 1946. A frase era: "DÊEM-ME O ADEMIR QUE EU LHES DAREI O CAMPEONATO". E o Fluminense foi o campeão carioca de 1946, com um gol,de Ademir contra o Botafogo. E na sequência, o longa, “TELÊ SANTANA – MEIO SÉCULO DE FUTEBOL ARTE”, de Ana Carla Portella e Danielle Rosa.


Logo ao chegar ao Artplex podia-se observar que os torcedores do São Paulo Futebol Clube tinham comparecido em bom número com suas camisas demonstrando não se intimidarem pelo fato de estarem na Cidade Maravilhosa. Os torcedores do “Tricolor Paulista” queriam provar que Telê Santana é mais ídolo deles do que nosso. Éramos alguns torcedores tricolores vestidos com a camisa do Fluminense. A disputa estava muito acirrada. Não me atrevi a contar qual dos dois times – São Paulo ou Fluminense – tinha mais torcedores com a sua respectiva camisa. É a nossa ‘torcida de guerreiros’ ou será que ‘está chegando a playboyzada’??? Um dia teremos que definir nosso dilema ‘freudiano’.


Mas, logo ao chegar, o lado bom da noite foi que imediatamente ao entrar me deparei com alguns companheiros de luta e de glória, como o “Seu Luiz”, do grupo político ‘Tricolor de Coração’, o membro do Conselho Deliberativo do Fluminense Valterson Botelho e o Paulo César Filho, do grupo político Pavilhão Tricolor. Depois de cumprimentar os companheiros tricolores, fui ao encontro do sr° FÉLIX MIELI VENERANDO.


O nosso goleiro FÉLIX, o “PAPEL” (era “PAPEL” por ser muito leve e ágil) foi campeão carioca pelo Fluminense em 1969, 1971, 1973 e 1975. E também foi campeão do Brasil em 1970, quando o campeonato chamava-se Taça de Prata. FÉLIX foi o goleiro titular da Seleção Brasileira tricampeã mundial, no México, em 1970. FÉLIX foi um goleiro que marcou toda uma geração de tricolores do final dos anos 1960 e primeira metade dos anos 1970. E lá estava eu, diante de um dos mitos do futebol brasileiro e da minha infância. Como não se emocionar? Como não ficar exultante? Como não lembrar, de parentes e amigos tricolores (alguns que já se foram) que vivemos muitos momentos juntos e torcendo pelo FÉLIX?


UFA! Era muita emoção. E nesta época de Copa do Mundo chegando, não tem como não lembrar, da imensa festa do tricampeonato de 1970. Uma época maravilhosa do nosso futebol brasileiro. E uma época maravilhosa do nosso Fluminense. E ali, estava o nosso inesquecível goleiro FÉLIX.


Tratei logo de dar-lhe as tradicionais ‘saudações tricolores’ e um forte e afetuoso abraço. Não tinha a mínima condição de esconder minha emoção (e nem queria) naquele momento. Naquele exato momento, era capaz de me transformar novamente no menino que no mágico dia de 15 de junho de 1969, foi devidamente uniformizado e literalmente ‘coroado’. E no final do dia, o título de campeão carioca de 1969, após a nossa ‘santa vitória’ num dos maiores Fla x Flus de toda a história. E o nosso goleiro? Era o FÉLIX! O FÉLIX que estava bem na minha frente, simpático e educado, ali no Artplex.


E pra emoção ficar mais forte ainda, apareceu diante dos meus olhos RENÊ SANTANA, filho do nosso “eterno ídolo” e mestre TELÊ SANTANA. Mas, para os mais íntimos (todos os tricolores), simplesmente TELÊ.


TELÊ SANTANA conquistou seu primeiro título profissional como técnico de futebol no clube de seu coração. Clube onde jogou o maior período de sua carreira como jogador de futebol. E que lhe deu a condição de ser o terceiro jogador que mais atuou com a camisa deste clube, em toda a sua história. Que clube é este? O FLUMINENSE! E TELÊ conquistou seu primeiro título profissional como técnico de futebol, no Fluminense, em 1969, treinando dentre outros atletas, o nosso goleiro FÉLIX.


Meu encontro com FÉLIX e RENÊ SANTANA era pura emoção (como era o propósito do CINEfoot que é ‘feito com paixão’). Tive a honra de relatar ao RENÊ SANTANA um dos momentos mais emocionantes de toda a minha vida. Vale a pena destacar que, de forma muito simpática e gentil, logo ao me encontrar, as primeiras palavras ditas por RENÊ SANTANA foram: “SAUDAÇÕES TRICOLORES”.


Era o dia 21 de julho de 2002, exatamente no dia do “centenário” do Fluminense. Um dia inesquecível, onde foi realizada uma intensa festa em nosso Clube. Lá pelas tantas, num fim de tarde, encontrava-me pelo Bar da Piscina quando percebi uma movimentação diferente. Algumas pessoas se aglomeravam próximas de um automóvel, na parte entre o Bar da Piscina e o corredor que dá no estacionamento. Aí, minha curiosidade obrigou-me a ver o que acontecia, o quê ou quem causava toda aquela aglomeração junto ao automóvel. Logicamente, minha imaginação trabalhava na hipótese de ser alguém com alguma relevância para o Fluminense. Mas, num dia maravilhoso e de festas como aquele, nós sempre estávamos, em todo momento preparados para mais uma surpresa, para mais uma emoção.


E para minha enorme e agradabilíssima surpresa, quem era o responsável por aquela aglomeração de pessoas junto ao automóvel no Bar da Piscina??? O MESTRE TELÊ SANTANA! TELÊ tinha ido à sede do Fluminense no dia do seu “centenário”. Imediatamente, tive uma reação de ficar apenas parado, hipnotizado, observando tudo atentamente. TELÊ já apresentava nitidamente certa fragilidade física, andava com dificuldades, amparado por amigos e familiares. Mas, o sorriso que TELÊ estampava nos lábios era radiante e repleto de felicidade. Percebia-se com toda certeza, que TELÊ SANTANA estava muito feliz ali, em visitar o “seu clube do coração” num dia da mais alta importância em sua história, que era “o dia do centenário do Fluminense”. E TELÊ merecia muito estar ali, naquele momento. Pois ele, como poucos, ajudou a construir dentro dos campos de futebol a gloriosa história do Fluminense.


No entanto, foi chegando o momento de iniciar os filmes e nos dirigimos para a sala de exibição. Entretanto, antes que se iniciassem os filmes, os organizadores do CINEfoot realizaram a homenagem ao nosso goleiro FÉLIX. A homenagem foi bem interessante, algumas crianças e jovens entraram na sala de exibição junto com o FÉLIX. Era como se estivessem entrando no gramado de um campo de futebol. E com direito a terem sido muito aplaudidos pela platéia (torcida).


FÉLIX após ter sido muito aplaudido, recebeu uma placa e fez um bonito discurso agradecendo os organizadores. FÉLIX fez questão de lembrar, de uma forma carinhosa, do seu técnico no primeiro campeonato carioca que conquistou pelo Fluminense, TELÊ SANTANA. No fim, FÉLIX agradeceu muito a todos os brasileiros que até hoje são muito carinhosos com ele por causa da conquista da Copa do Mundo de 1970. Mas, em especial, FÉLIX agradeceu o carinho dos torcedores do Fluminense. E pra terminar, FÉLIX desejou a todos “SAUDAÇÕES TRICOLORES”.






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