domingo, 7 de dezembro de 2014

Um ano de 'calmaria política'

No último dia 23 de novembro completou um ano da eleição que reelegeu Peter Siemsen como presidente do Fluminense. De lá pra cá algumas coisas aconteceram.

Poucos dias depois da reeleição de Peter, o Fluminense foi “rebaixado” pra Segunda Divisão do campeonato brasileiro. “Nunca antes na história deste país” um time campeão brasileiro no ano anterior foi “rebaixado” no ano seguinte. Afinal, “nós somos a história!” Este foi o grande presente que os eleitores de Peter Siemsen receberam.

Mas isso parece que pouco importou ou não aconteceu (entre eleitores ou não do presidente). Tanto que não ocorreram manifestações de protesto pelo “rebaixamento”. Talvez pelo fato de ter sido o “quarto rebaixamento” é possível que os tricolores não tenham esquentado muito.

Com a denúncia de problemas com equipes adversárias, o STJD entrou em campo e tudo foi decidido no tapetão. E alterou radicalmente o resultado do campo. O Fluminense apesar de “rebaixado” no campo de jogo não disputaria a Série B sendo beneficiado pelo resultado no tapetão. Mas a Lei foi cumprida no STJD.

Alguns renomados juristas e ex-dirigentes tricolores consideraram desnecessária a presença do advogado tricolor no julgamento do STJD. Alegavam que mesmo sem sua a presença no recinto, as votações no tapetão acabariam beneficiando o Fluminense. É lógico, que terá gente que dirá que isso é uma besteira. Principalmente, quem se beneficiou com isso. O fato é que vários setores da imprensa se voltariam contra o Fluminense. Era compreensível que isso acontecesse. Teve gente pensando mais em si do que no Clube. E no futebol não é difícil manipular as pessoas.

Com a presença tricolor, no julgamento do STJD, abriu-se o precedente para que clubes e torcedores rivais implantassem uma intensa campanha visando ridicularizar o Fluminense. Afinal de contas, “o Fluminense entrou no tapetão”. Mesmo que não tenha sido o autor da denúncia, mas com a presença de seu funcionário no julgamento, confirmava-se o fato. E é óbvio que, sozinho contra todos, fica muito difícil para o Fluminense.  

Com a transmissão direta do julgamento feita por um canal de TV, muitas coisas se explicavam. As luzes da ribalta! Um verdadeiro ‘circo’ com tudo que tem direito. Na sequencia dos fatos, tanto o presidente, como o advogado, como toda a diretoria, foram ineficientes na defesa do clube das Laranjeiras. Isso é uma constatação coletiva na comunidade tricolor. O Fluminense passou a ser o clube mais ridicularizado do Brasil. Apenas o tricolor Ricardo Tenório – que naquele momento não fazia parte da diretoria – publicou um importante texto no jornal O Globo, intitulado“Defesa tricolor”.

Ricardo Tenório posteriormente assumiu o cargo de vice-presidente de Futebol do Flu. Porém, poucos meses após assumir o cargo, Tenório se demitiu. Prevendo que não teria as melhores condições de trabalho e autonomia, preferiu se retirar. Tenório é um empresário experiente. Não deu entrevistas sensacionais.

Seu sucessor apareceu bem na fita. Foram várias fotos ao lado de jogadores, sorrindo e segurando camisas do Flu. Entre os oposicionistas, vários criticaram um desacordo infringindo o Estatuto do Flu: uma pessoa remunerada pelo Clube tornar-se também diretor.  

Durante e depois da novela do tapetão o presidente Peter foi torpedeado incessantemente no blog de seu grupo político. Chegou a dar pena. Foi um verdadeiro massacre! Se as críticas descritas ao presidente tricolor naquele período, caso fossem publicadas no Blog Cidadão Fluminense, ou por qualquer outro membro da oposição, poderíamos ter consequências drásticas. Mas como diz uma frase da sabedoria popular: “O tempo é o senhor da razão!”

Foi muito engraçado ler as críticas ao presidente Peter no blog de seu partido político. ‘Fogo amigo’ foi pouco. Aquilo foi um verdadeiro “incêndio amigo”. Muitas das críticas não eram inéditas. Pois, já eram escritas há anos. Mas vinham da oposição, que não tem o que fazer. São malucos querendo destruir o Fluminense e não podem escrever críticas ao presidente ou a quem lhe apoia. Dizem que é crítica viciada. A crítica da situação deve ser ‘virgenzinha’ e pura. Essa está liberada. Crítica reflexiva, não pode!

O mesmo aconteceu com o ex-guru do presidente. O ‘de fato’. Quando a oposição, no Blog Cidadão Fluminense, criticava o dito cujo – “desde o início de 2011” –, era crítica viciada. Mas depois era possível observar-se o ex-guru também sendo torpedeado pela situação. Mas aí, mais uma vez estava liberada a crítica. É bem explicativo sobre o momento atual em que vive o Flu.

Na questão do ex-guru, no episódio de sua saída, tivemos a participação heróica, garbosa e patriótica dos “dezoito do forte” (ops... parece que foram vinte), que de forma destemida e combativa foram até a sala do ex-guru. Uma pena que a visita foi feita num horário bem depois do expediente terminado. E o ex-guru não se encontrava. Fica pra próxima. Mas valeu a participação. “Não basta ser tricolor, tem que participar”. Avante, companheiros! A luta continua!

Em certo momento, o presidente Peter Siemsen declarou que o Flu vivia um período de “calmaria política”. É, pode ser. Ele poderia estar com saudades da combatividade e do bom humor do Blog Cidadão Fluminense. Realmente, pra colocar “pimenta no vatapá” é preciso ter a mão certa. E não é uma questão de receita. É de quem faz o prato.

A falta de energia do facebook surpreendeu o presidente. Peter esperava mais energia. "Não basta emoção, tem que rolar ação". Com a afirmação do Peter sobre a “calmaria política” é possível imaginarmos que o facebook estivesse (ou esteja) precisando se revigorar. Com o passar do tempo tudo cai, tudo é rebaixado, tudo muda. Aconteceu assim com o Flu e com o Orkut

Neste final de campeonato brasileiro, o Flu ficará entre o ou lugar. E tem gente dizendo que está bom. Afinal, no ano passado o Fluminense foi “rebaixado”. O vice-presidente de Futebol, srº Fred, afirmou isso. É a democracia! Vale recordar que, quando o Flu terminou em lugar na Taça Libertadores de 2013 e Rodrigo Caetano elogiou a classificação, foi apedrejado por muitos situacionistas, que pediram sua cabeça. E só sossegaram quando ela foi colocada na bandeja.

O que não faltou foi jogador de futebol nesta reta final dando declaração para a imprensa. O treinador criticou a pré-temporada de 2015. Esse episódio fez lembrar uma reunião do Conselho Consultivo – que Peter Siemsen saiu antes de seu término – em que o presidente tricolor disse que “o Fluminense era uma zona”, nas gestões anteriores. Era? Pelo visto, voltamos a ser um primor de organização. Deve ser tudo decorrência da ‘calmaria política’. E como bem lembrou Francisco Horta recentemente: “A única luta que se perde é a que se abandona!”




Um comentário:

  1. Prezado Eduardo.

    Crônica perfeita, estamos vivendo no país das "Laranjeiras nas terras do Nunca Jamais", obsoletos que estão os gestores na falácia que utilizam para defender o indefendível.

    Calmaria política? Nunca existiu a não ser pelos que se venderam aos cifrões dos seus contratos. Pessoas como você, come eu, continuamos trilhando o caminho. Somos Fluminense, se fazem bem, batemos palmas... Se fazem mal, colocamos o dedo na chaga... Nada além disso.

    O Peter e a Flusócio desmoronam nas próprias mentiras, nas inverdades que tentam transformar em dogmas, nos subterfúgios do oportunismo, onde costumam navegar, ou melhor, velejar, com o falso brilhantismo que o momento lhes permite. Traduzindo: como pintos, frangos e frangas no lixo...

    No caso do Jackson Vasconcelos, foi uma decisão tomada na hora, sem estratégias mesquinhas, ausente de maquiavelismos que tanto dignificavam e dignificam as cabeças do poder situacionista.

    Numa mescla de Igreja Universal com a politica "barriobarrenta" dos tempos dos "coroné", entre os "Edires" Macedo de turno e os "Ademares" de Barros paraquedistas, anda o hoje.

    Sabem de tudo, só eles são perfeitos, a oposição é prostituta na definição deles que foram a PEDRA mais escrota que existiu na história política do Fluminense.

    Só que a pedra virou uma vidraça deveras mariquinha... Eles são perfeitos, eles não erram, eles são superiores, eles são extra terrestres que criaram o DIVISIONISMO no Fluminense... Antes deles, 108 anos e 5 meses de história existiram, com fases boas, fases obscuras, fases excelentes... Mas, é a vida do Fluminense, e não pode ser jogada fora em nome de um REBAIXADO 'novo Fluminense'...

    Cada um deve saber o seu papel, cada um deve escolher o seu caminho, a história colocará cada um no seu devido lugar...

    Até 2016 muita água vai rolar... Isso se sobreviver após a terceirização do clube, a cisão entre o futebol e o clube, ao Marketing dos Paulistas. Quem viver verá.

    Passe o que passe, pessoas como você, como eu, continuarão torcendo pelo Fluminense. Já os OPORTUNISTAS.

    Saudações TETRACOLORES

    Antonio Gonzalez

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