segunda-feira, 11 de outubro de 2010

"O CRETINO FUNDAMENTAL"

No dia 8 de outubro, foi publicado no blog do “maior grupo de oposição” do Fluminense um texto interessante. O texto é do grande tricolor Edu Rocha, membro da Flusócio, “o maior grupo de oposição” do Fluminense. O título do texto é “A GERAÇÃO DE OURO”

O texto descreve “as gerações mais novas e fala da criançada de trinta e poucos anos, que infelizmente, viveram títulos escassos e a inimaginável humilhação dos rebaixamentos”. Não creio que qualquer tipo de generalização seja um caminho muito bom. No texto, o autor afirma convictamente: “A nova geração está ensinando aos mais antigos o que é torcer pelo Fluminense. O que é SER FLUMINENSE”. O autor, ainda garante, sem exagero (???), “que eles AMAM nosso clube mais do que nós”. Mas, segundo o autor, e possivelmente pelo próprio grupo, já que o texto foi publicado em caráter oficial no blog, “A FRASE ‘O FLUMINENSE SOMOS TODOS NÓS’ PERDEU ‘MAIS UMA VEZ’ O SENTIDO”. E sobre, “ele AMAM nosso clube mais do que nós”, vou mais além... Com todo respeito, “ISTO É RIDÍCULO’!!!

O texto foi escrito e publicado após a partida Fluminense 0 x 3 Santos. Durante os momentos finais da partida, uma parte da torcida tricolor, indignada com a atuação de nosso time e com a derrota acachapante, começou a gritar “Vergonha, time sem vergonha”. E outra parte da torcida, tentando neutralizar os cantos de revolta, começou a gritar “Time de Guerreiros” e “Seremos Campeões”. Eu, como de hábito estava no setor Leste Superior das arquibancadas do Estádio Olímpico João Havelange ao lado da torcida do Fluminense que "canta e apóia durante os 90 minutos".

Também acho que incentivar a garotada é sempre bom. Tanto acho isso que me tornei um professor. Trabalhar com jovens, compreender seus códigos de comunicação, estabelecer relações sem estratificações hierárquicas com eles, é imprescindível no processo de transferência das tradições culturais de nossa sociedade. Formular questionamentos, contestações, reflexões, sem nenhuma verdade absoluta, dogmática ou doutrinária, é contribuir para a inteligência alheia. E principalmente dos mais jovens. É sempre preocupante quando observamos pessoas ou grupos políticos exaltando qualquer ‘geração de luta armada’ ou qualquer tipo de ‘guerreiro fundamentalista’. Com quais interesses??? O da segregação??? O da exclusão??? O de se conquistar algum tipo de poder??? É bastante comum que, em todo “PROCESSO DOUTRINÁRIO” utilize-se alguma forma de “LAVAGEM CEREBRAL”. A lavagem cerebral é atualmente um elemento forte na cultura popular globalizada e muitas vezes é retratada como uma ‘teoria conspiratória’.

O autor do texto continua dizendo que, “eles são mais FLU e mais NENSE do que eu ou você”, referindo-se aos tricolores “coroas” como ele. E o autor ainda diz que, “estamos na primeirona esse ano graças a eles”. Ou será que foi pelo “bicho” que foi pago aos jogadores pela empresa patrocinadora do futebol profissional do Fluminense?????

O autor levanta a tese em seu texto, que os tricolores das ‘novas gerações’ seriam mais tricolores do que os que estão na faixa etária dos “entas” (40, 50, 60, 70, 80...). Não creio que algum tipo de “classificação etária” seja um elemento fidedigno para se determinar “quem é mais alguma coisa” do que os outros. E também não acredito nesta coisa de que “uns são mais tricolores que os outros”. “SER FLUMINENSE É UM SENTIMENTO”! E sentimento é algo muito subjetivo para alguém determinar, quem é mais do que os outros. Quem torce mais ou quem torce menos. Cada um reage aos seus sentimentos de maneira diferente.

Discordo totalmente da idéia de que as pessoas das “novas gerações” sejam mais tricolores que os outros que viveram o período glorioso e vencedor de nosso Clube. Não existe isso! Afinal, os tricolores que viveram o período glorioso do Fluminense também viveram as crises dos rebaixamentos e a escassez de títulos. E também foram gozados por seus colegas. Talvez, não da escola, mas do trabalho ou da vizinhança. Se fosse por aí (seguindo esta ‘tese pueril’), estes tricolores sim, que viveram os momentos vencedores do Fluminense, teriam mais motivos para sofrerem. Pois, viram épocas de vários títulos, viram um Fluminense poderoso e respeitado, com times que tinham super craques. E tiveram que suportar as constantes humilhações e a falta de títulos dos anos 1990 para cá.

Não vejo tal tipo de pensamento entre os torcedores do Botafogo Futebol e Regatas. Este tipo de pensamento em que estratifica os torcedores, como os que AMAM MAIS O CLUBE do que os outros, por uma simples “classificação etária”. Não vejo entre os jovens alvinegros, uma tentativa de “exaltarem em heróis da resistência” ou denominarem como “geração de ouro” os quarentões torcedores do Botafogo que “VIVERAM 21 ANOS SEM TÍTULO ALGUM”. Até porque, os tais “heróis da resistência tricolor” (os que têm entre 18 e 30 anos) perto dos quarentões botafoguenses que “VIVERAM 21 ANOS SEM TÍTULO ALGUM”, são ‘uns felizardos’.

Admiro muito o movimento desta garotada, mas não me sinto nem um pouco menos tricolor do que eles. Admiro tanto, que por isso estou sempre com eles nas arquibancadas procurando participar de tudo como sempre. Acredito que todas as fases da vida podem ser fecundas e criativas. No que o homem é criador e fecundo, ele é jovem, independente da idade cronológica que tenha.

Mas, o autor do texto ainda disse que, “são eles que cumprirão as Profecias de São Nelson e garantirão a nossa Eternidade Triunfal. Realmente, através de seu pensamento e sua obra “NELSON RODRIGUES É ETERNO”. E considero que “NELSON RODRIGUES É O TORCEDOR MAIS EMBLEMÁTICO DO FLUMINENSE”. E Nelson Rodrigues dizia que, “A ALMA É IMORTAL”. Nelson Rodrigues era de um destemor nas suas idéias, nunca temeu dizer, nunca se omitiu.

E o grande Nelson, na qualidade de “gênio” criou inúmeras expressões e personagens. E um deles é “O CRETINO FUNDAMENTAL”. Foi Nelson Rodrigues quem descobriu “O CRETINO FUNDAMENTAL”. E Nelson confessava que, por incrível que pareça, também já tinha sido um “CRETINO FUNDAMENTAL”. Nelson dizia que: “Eu era de uma ‘IGNORÂNCIA ENCICLOPÉDICA’ quando era um ‘CRETINO FUNDAMENTAL”.

Nelson Rodrigues dizia: “Ponha ‘O CRETINO FUNDAMENTAL’ em cima de uma lata de querosene e você manda ele falar, ele dá um berro e imediatamente, milhares de ‘CRETINOS FUNDAMENTAIS’ se organizam, se arregimentam e se aglutinam. Qual é o maior acontecimento do século XX? É a rebelião dos ‘CRETINOS FUNDAMENTAIS’! Antes, ‘O CRETINO FUNDAMENTAL’ raspava a parede da sua humildade e na consciência da sua inépcia. Mas, agora conseguiram finalmente pela superioridade numérica. Porque para um gênio, você tem um milhão de imbecis. ‘O CRETINO FUNDAMENTAL’ é aquele que tenta deturpar o óbvio ululante. Nenhum ‘CRETINO FUNDAMENTAL’ vê o óbvio ululante”.

O autor do texto “Geração de Ouro” diz que, “o Fluminense pertence mais a eles do que nós, com raras e honrosas exceções”. E Nelson Rodrigues também dizia algo parecido. Nelson dizia: “É verdade, tem algumas exceções entre os ‘CRETINOS FUNDAMENTAIS”. Querem saber quem é “O CRETINO FUNDAMENTAL”??? Perguntem a São Nelson, o “Profeta Tricolor”.



Saudações Tricolores

9 comentários:

  1. Eduardo, acho que o post deles errou no substantivo, mas acertaram no adjetivo.

    Tá na cara que essa nova geração de tricolores tem um algo à mais do que a "antiga": é MUITO mais TORCEDORA do que a nossa geração -- mas não quer dizer que amen mais o FFC do que os outras, ou que sejam mais tricolores.

    Marcelo IGREJA

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  2. Caro Eduardo,

    Tenho 43 anos e acompanho o Flu desde 1975/76 quando meu pai me levou aos jogos da máquina. A partir de 1980, mesmo quando ele não podia ir, eu já frequentava o Maraca sem ele(com amigos ou sozinho). Deste momento que não dependia mais de ninguém para ir aos jogos, foram poucas partidas que faltei. Faltei, este é o termo, como se fosse um trabalho de verdade, é assim que me sinto quando não posso ir aos jogos. Faltar jogo no Maior do Mundo então, é "impensável", uma heresia.
    Em 1986 entrei para Young Flu me tornando inclusive Diretor(na época de faixa). Viajei o Brasil inteiro,carregava nas costas a faixa que tinha cerca de 25 metros de comprimento, briguei, lutei, fiz de tudo para apoiar e invergar o estandarte mais bonito que existe, a Bandeira e Escudo tricolor.
    Mas, sinceramente, nunca me senti mais ou menos tricolor do que ninguém. Apenas minha contribuição era maior nesse sentido de presença nos estádios. Talvez por ter mais tempo, mais condição financeira, maior prazer, sei lá o motivo.
    Mesmo hoje mais velho e com mais aividades profissionais(na época tb trabalhava) dou a minha cota, mas volto a dizer, não sou mais tricolor do que ninguém.
    Agora, achar que a nova geração apoia mais, tem mais presença, canta mais, não vejo assim. Eu mesmo, como todos que conheço da minha geração, fomos aos jogos da segunda e terceira divisão, a TODOS os jogos da arrancada do ano passado, inclusive o último em Curitiba.
    Levantar esta questão sobre qual geração da torcida é melhor, no mínimo é rídiculo e abominável. Discurso QUE DIVIDE, não agrega nem soma nada.
    Mas não me surpreendo. Outro dia li no forum do PavTri um membro da Grande Seita escrever que tinha 30 anos de associado (colocando-se de uma forma superior aos sócios que lá estavam escrevendo).
    Esta é uma postura segmentarista, elitista, desagregadora e muito triste de ver no meu amado Clube do coração. Ave Benito Mussolini.

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  3. Errata: como estou no trabalho e um pouco enrolado, não fiz a revisão. Por favor, onde está escrito "invergar" trocar para envergar. E aividades para atividades.
    Grato.

    http://flueternapaixao.blogspot.com/

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  4. Mensurar amor e paixão não dá!

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  5. Até entendo a intenção, mas o erro é grande.

    Não porque eu seja um dos "enta", mas porque a qualificação de mais ou menos tricolor é errada.

    Sempre foi e sempre será.

    Outro erro é comparar "atuações" sem considerar a época.

    Hoje temos mosaicos, festas e o canto e nos tempos jurássicos levávamos bandeiras e, pasmem, cantávamos também.

    Ah! e os dinossauros iam a Bangu, Campo Grande, Madureira, Olaria, Bonsucesso (como era longe Bonsucesso) e hoje estamos devendo muito no Engenhão.

    A intenção é boa e atingirá plenamente os incautos, mas um pequeno esforço de raciocínio mostra que a análise é míope.

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  6. Eduardo
    me permita, mas apesar de tudo, achei que você foi bastante deselegante com o colega autor do texto.

    Estou contigo no que tange a Flusócio, mas as conexões ao Cretino fundamental foram ao meu ver desnecessárias. Tenho a impressão que no afã do jogo político, na sua crítica ao processo, acabou mirando no cara só para fazer seu papel/declaração contra o grupo/lado político. Quase um "criticou por criticar"

    Não deixe de expor a Flusócio e as babaquices dela, um grupo fascista e amoral. No entanto, não é tricolor de nossa parte crucificar um sujeito individual só por fazer parte deste grupo. Sei que o jogo democrático dá espaço a isso; você só tem democracia quando pode falar o que acha e aceita ouvir o que acham do que você falou. Mas com respeito, concorda? Ele pode ter falado que x é melhor que y, mas foi isso, enalteceu alguém o que acabou colocando outrém abaixo. Nunca botou alguém pra baixo diretamente para colocar outrém pra cima, como eu achei que você fez no seu texto.

    Sei que o amigo entenderá minha crítica, que tal qual a sua na maioria das vezes visa engrandecer e contribuir ao futuro do nosso Flusão! É importante saber a responsabilidade que seu blog adquiriu pautando os debates com o acesso de tanta gente importante para o clube e pensar mil vezes antes do que escrevemos!

    um saudoso abraço

    ps: tens alguma novidade da data de eleição? está ficando em cima para programar ida ao Rio.

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  7. Professor Eduardo,

    mais uma vez, ótimas suas ponderações, apenas acrescento:" Fundamental mesmo, é o amor, é impossível ser feliz sozinho".
    Viva! Viva! Viva! para as torcidas tricolores de hoje e de sempre.

    Saudações Tricolores

    Por Amor ao Fluminense
    Claudio Bruno

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  8. Prezado Eduardo,

    Eis que chego de um paradisíaco feriado muito bem curtido na boa terra, onde inclusive consegui escapar da decepção de domingo (no pelourinho o que se via era goiás e vitória - ui!) e me deparo com um dos textos mais cretinos jamais escrito por um torcedor do Flu.

    Uma das tentativas mais canalhas para tentar puxar o saco dos novos associados e torcedores? Com que objetivo? Desmerecer eu e você? (tenho 42 de idade e 36 de arquibancada). Denegrir boa parte da torcida? Cadê esta garotada que não está enchendo o Engenhão? Estão em casa escrevendo textos apedeutas?

    Como disse o João Alberto, não sou melhor nem pior que ninguém, nesta e em outras facetas da vida. Então, qual o objetivo da puxada de saco? Mostrar que existem tricolores ruins? Que desfaçatez! E os comentários elogiosos? Aí vejo que existem mesmo tricolores que se consideram maus tricolores! Afinal, tem mais de 40 e acham que essa garotada fez tudo pelo Flu. Só Eles fizeram? E nos outros 100 anos do clube? Não existiam jovens então? Não sei nem que juízo fazer destes senhores que se acham piores tricolores.

    Olha, prefiro parar por aqui porque a raiva é grande e a vontade de baixar o nível é imensa. Incrível como consegui me sentir ofendido pela minha própria torcida.

    Parabéns Flusócio! Incentivando a divisão do Fluminense! Agora temos bons e maus tricolores! Tricolores piores que outros! Só os jovens prestam. E imagino que o "velho" Peter Siemsen" faça parte do grupo dos piores, como eu.

    Minha sugestão é mudar o lema do grupo para:
    "Porque o Fluminense somos todos nós. Mas alguns são melhores tricores do que outros."

    Ainda acreditando no título,

    STs
    Carlos Clark

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  9. Prezado Bruno do Tênis,

    É uma grande honra contar mais uma vez com sua presença aqui neste espaço livre democrático. Mas se me permite... Você está equivocado! Eu não fui deselegante com o colega autor do texto... Até porque não tenho o hábito de ser deselegante com ninguém. E não é aqui neste Blog que se ‘critica por criticar’. Você deveria ler o texto com mais atenção.

    Sobre a sua impressão em relação ao ‘afã do jogo político’, também se equivocou. Seu ‘achismo’ está errado. Eu ‘não perco a linha’ com jogo político. Já passei faz muito tempo dessa fase. E aqui neste espaço não se crucifica ninguém.

    Com todo respeito, mas antes de você tentar fazer uma critica, procure saber melhor sobre o que está falando. Mas, pelo visto você desconhece a obra e o pensamento do “gênio” Nelson Rodrigues. Sinto muito! Mas, a culpa não é minha.

    No texto que escrevi, apenas mencionei que o grande Nelson Rodrigues criou inúmeras expressões e personagens. E um deles é “O CRETINO FUNDAMENTAL”. Pois, foi o Nelson Rodrigues quem descobriu “O CRETINO FUNDAMENTAL” e não eu!!! Mas, fica aqui uma sugestão... Procure alguns bons livros sobre a vasta obra de Nelson Rodrigues. Talvez, isso possa lhe ajudar.

    Agradeço sua preocupação comigo. Mas, fique tranquilo, sei muito bem sobre o espaço e a proporção que o Blog “CIDADÃO FLUMINENSE” adquiriu quanto aos debates sobre o nosso Clube. Sobre ‘pensar antes de escrever’, fique mais tranquilo ainda... Só escrevo aquilo que pode e deve ser escrito. E sobre pensar... Este espaço foi feito criado basicamente com esta finalidade.


    Um saudoso abraço e...

    Saudações Tricolores,

    EDUARDO COELHO

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