domingo, 14 de novembro de 2010

O problema está no modelo

Neste domingo, dia 14/11, foi publicado um artigo sobre o nosso Fluminense no jornal LANCE! O artigo é intitulado “O PROBLEMA ESTÁ NO MODELO”. O artigo é do jornalista Luiz Fernando Gomes. Veja o artigo na íntegra:


Não importa de que lado esteja, que candidato apoie. Mas uma coisa você há de convir: a postura do presidente da Unimed, Celso Barros, no processo eleitoral do Fluminense, é um retrato pronto e acabado da fragilidade dos clubes brasileiros diante de seus patrocinadores. Pior do que isso, diante de mecenas que por paixão ou por interesse, legítimo ou nem tanto, investem alto e, no primeiro sinal de contrariedade, não se constrangem de apresentar a conta. Por vezes, multiplicada.

Celso Barros, apoiador do candidato Peter Siemsen na acirrada disputa pelo comando do Tricolor carioca, entrou na campanha pela porta dos fundos. Do alto do poderio econômico da cooperativa médica que dirige, aliás como se fosse o dono, bradou aos quatro ventos nas páginas deste LANCE! que, em caso de vitória do adversário, Julio Bueno, a Unimed estaria fora do Fluminense.

Intervencionismo covarde. Direito de escolher com quem faz negócios, Celso Barros tem total. O que não deveria é se tornar ator da disputa interna do clube. O que não poderia é desrespeitar, por conta do jogo político, as próprias instituições, o clube e a cooperativa, como se investir, manter jogadores de alto nível fosse um capricho pessoal seu e não uma decisão empresarial ou um projeto esportivo.

Ou será que os milhões que ele enfiou no Fluminense nos últimos anos não passam mesmo disso, um mero capricho pessoal? Se eu fosse sócio da Unimed, pode ter certeza que ia querer entender bem direitinho...

Mas vamos ficar no Fluminense. O antídoto a esse papel horroroso de

A INTERVENÇÃO INTEMPESTIVA DO PATROCINADOR NA ELEIÇÃO DO FLUMINENSE É IMPENSÁVEL NUM CLUBE DE FINANÇAS FORTES

personagens como Barros é simples. Se buscassem a profissionalização, funcionassem no regime de empresa, com transparência e, mais do que isso, responsabilidade fiscal e financeira na sua gestão, certamente nossos clubes não teriam a dependência que têm de um patrocinador ou um só financiador.

Uma nova organização permitiria negociações mais sólidas. Atraindo mais patrocinadores diversificando as receitas, permitiria negociações mais lucrativas de direitos de TV e de outras propriedades que os clubes têm e não exploram, multiplicaria a arrecadação com programas de fidelização de sócios. Ou seja, ampliaria o acesso ao capital e de forma muito mais segura e com menos risco do que o modelo atual.

O Corinthians, com as últimas ações negociais, juntando-se talvez aos clubes do Rio Grande do Sul, é um exemplo, ainda que ralo, do que começamos a construir de bom no Brasil. Afinal, em terra de cego quem tem um olho é rei. Já o Fluminense, em que pese a boa fase atual, é um modelo do que temos de ruim a ser abandonado: ao viver às custas da Unimed, perde até sua independência, assiste a uma divisão pública de poder em que ora o presidente aponta para um lado ora o patrocinador imbica para o outro.

Quando os ventos sopram a favor, reina a paz. Ou a tolerância surda entre as partes. Mas no temporal de uma campanha eleitoral caem as máscaras, surgem as fraturas. E quem perde é o clube, que vê trincarem suas estruturas.

8 comentários:

  1. Esse modelo nos empurra Deco e Belleti sem consultas. Por este motivo ficamos sempre no quase.

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  2. Grande texto.
    O que me deixa triste é saber que o clube não age pela profissionalização. A independência da Unimed é fundamental. Um dia os sócios da empresa vão determinar o fim da parceria. E o que fará o "desmamado" e despreparado Fluminense?

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  3. O Fluminense precisa além de ficar independente de seu "Emil Pinheiro" ou "Castor de Andrade", se transformar num clube com gestão moderna e principalmente eficiente.
    Por esta razão eu apoio a candidatura Julio Bueno.

    SDS TRI
    Cassio

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  4. Eu teria escrito o último parágrafo tranquilamente.

    Venho batendo nesta tecla e vejo que não estou sozinho.

    Intervenção espúria e antiética na eleição do Fluminense.

    Que o Celso Barros concorra de uma vez por todas.

    Que compre o Fluminense! Se puder.

    Mas que nunca mais faça o que faz hoje, manchando a eleição do Fluminense.

    Saudações Tricolores

    Carlos Clark

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  5. Carlos Clark, nao te conheço so tenho informaçao sobre ti dos textos que escreves sobre o nosso FLUMINENSE e so discordo de um ponto nesse seu texto.
    Por favor NAO,NAO deixem o Celso Barros comprar o nosso Fluminense, pq se achando dono ele ja faz essas besteiras que estão alardeadas por ae imagine se ele compra o Fluminense, ae ele realiza o sonho de f... de vez com o nosso Tricolor.

    Raphael Tricolor Simões

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  6. O texto é mesmo muito bom. Obrigado, Eduardo, por "trazê-lo à tona".

    Abraço, ST!
    PC

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  7. Olá Rafael,

    Melhor seria se ele efetivamente comprasse o clube e o gerisse da forma profissional. Como imagino que ele comanda a Unimed. Seria mais ético.
    Se ele conseguiu resultados fantásticos à frente da empresa, porque não conseguiria sucesso no Fluminense?

    O que não pode acontecer é o tipo de interferência que vem acontecendo nesta eleição.

    Ficaríamos muito mais à vontade para cobrar, pois saberíamos quem é o responsável e não da forma como é hoje, com gestão compartilhada. Com o modelo de gestão atual, que o Sr. Barros deseja perpetuar, vemos o quadro onde nas vitórias a culpa é da Unimed e quando perdemos o clube é o culpado.

    Inclusive porque não temos (e nem teremos) uma figura como a do José Carlos Brunoro (remunerado, homem da parmalat) , que foi quem conduziu profissionalmente a gestão do futebol do Palmeiras quando do patrocínio da Parmalat nos anos 90.

    Portanto, que o clube assuma verdadeiramente a gestão do futebol.
    De uma vez por todas.

    Abs e STs
    Carlos Clark

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  8. Grande Carlos Clark, olhando por esse prisma sou obrigado a concordar com vc.
    Grato.

    Raphael TRICOLOR Simoes

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