O 'moralismo udenista' e a política tricolor

Recentemente, o “MAIOR GRUPO DE SITUAÇÃO” do Fluminense, a Flusócio, publicou em seu blog um texto bem interessante intitulado “JOGO SUJO”. Em uma parte do texto é importante destacar o trecho que diz: “Que o futebol carioca está envolto em um mar de podridão há mais de 25 anos, isso não é novidade para ninguém”. O trecho que diz ‘mar de podridão’, pode facilmente nos remeter a lembrança do famoso ‘mar de lama’ que tantas vezes o jornalista Carlos Lacerda – o “demolidor de presidentes” – relacionou ao governo Vargas.

Em outra parte do texto da Flusócio, existe outro trecho que vale destacar: “Eduardo Viana comandou a Federação por longos anos, trazendo a era dos campeonatos decididos não apenas dentro de campo, mas também a partir da influência vinda de dentro dos gabinetes. Deixou seu legado para Rubens Lopes, um sucessor à altura”.

E ainda devemos observar mais um trecho do texto da Flusócio bastante interessante: “Infelizmente vivemos em um país onde o grau de exigência para esse tipo de dilema moral é bem baixo”. A Flusócio tocando insistentemente na questão ‘moral’ – já tinham feito isso durante a campanha eleitoral – se assemelha com a ‘velha’ UDN (União Democrática Nacional), o partido de Carlos Lacerda, que para muitos foi o grande modelo de oposição no Brasil. A UDN foi o braço civil do golpe militar de 1964. Foi o partido que mobilizou setores médios e conservadores da sociedade brasileira.

A jornalista Maria Inês Nassif define o udenismo como “uma ação política firmada num discurso de muita agressividade, em que a retórica moral e moralista é tornada pública, reiterada e repetida de modo a tornar-se impositiva, um padrão que deve ser aceito como uma verdade para todos. A construção do discurso é, emocionalizada – é pela raiva que tenta adesão ao discurso. Na retórica udenista, os julgamentos morais são reiterados e repetidos como verdade, mesmo que exagerados ou injustos, porque se trata também de fixar, perante um segmento da opinião pública, aquela parte como a legítima julgadora moral dos demais atores que se movem no cenário político. É aquele que domina a retórica agressiva, o depositário da verdade, o juiz da moral nacional, o fiscalizador – e todos os contrários à retórica são os objetos da desconfiança nacional, os desonestos e impatriotas”.

No texto “JOGO SUJO” da Flusócio, “O MAIOR GRUPO DE SITUAÇÃO” do Fluminense, ficou faltando citar o nome de outro ‘grande personagem’ do futebol do Estado do Rio de Janeiro nos últimos 25 anos, o Dr° Eurico Ângelo de Oliveira Miranda, o EURICO MIRANDA. O Dr° Eurico Miranda, jurista formado pela PUC-RIO e ex-presidente do Clube de Regatas Vasco da Gama, era o ‘grande aliado’ do Dr° Eduardo Viana. O Dr° Eduardo Viana comandou a Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro de 1985 a 2006.

Todavia, no texto “JOGO SUJO”, a Flusócio omitiu uma 'pequena' informação – talvez por esquecimento – que um ‘grande personagem’ da política tricolor integrou os quadros da Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro durante o “mar de podridão que envolve o futebol carioca há mais de 25 anos”. No texto “JOGO SUJO”, a Flusócio não mencionou que o Dr° ALCIDES ANTUNES FOI VICE-PRESIDENTE DE COORDENAÇÃO TÉCNICA DA FEDERAÇÃO DE FUTEBOL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO. Porém, mais do que Vice-Presidente de Coordenação Técnica da FERJ, o Dr° ALCIDES ANTUNES desfrutou da amizade e companheirismo dos ‘grandes líderes’ que comandaram o futebol de nosso estado nas últimas décadas. Vale destacar, que o Dr° ALCIDES ANTUNES atualmente exerce o cargo de Vice-Presidente de Futebol do “NOVO FLUMINENSE”.

No entanto, após a leitura do interessante texto “JOGO SUJO” do grupo Flusócio, é preciso que se façam algumas reflexões:

SERÁ QUE O DR° ALCIDES ANTUNES NO PERÍODO EM QUE OCUPOU O CARGO DE VICE-PRESIDENTE DE COORDENAÇÃO TÉCNICA DA FERJ TEVE CONHECIMENTO DE ALGUM TIPO DE “JOGO SUJO”?????

SERÁ QUE O DR° ALCIDES ANTUNES NO PERÍODO EM QUE OCUPOU O CARGO DE VICE-PRESIDENTE DE COORDENAÇÃO TÉCNICA DA FERJ TEVE CONHECIMENTO DE ALGUM ‘ESQUEMA’ VISANDO PREJUDICAR O FLUMINENSE?????

SERÁ QUE O DR° ALCIDES ANTUNES NO PERÍODO EM QUE OCUPOU O CARGO DE VICE-PRESIDENTE DE COORDENÇÃO TÉCNICA DA FERJ TEVE CONHECIMENTO DE CAMPEONATOS DECIDIDOS A PARTIR DA INFLUÊNCIA VINDA DE DENTRO DOS GABINETES?????

SERÁ QUE O DR° ALCIDES ANTUNES NO PERÍODO EM QUE OCUPOU O CARGO DE VICE-PRESIDENTE DE COORDENAÇÃO TÉCNICA DA FERJ TEVE CONHECIMENTO DE ALGUM “JOGO DE CARTAS MARCADAS”?????

POR QUE SERÁ QUE NO TEXTO “JOGO SUJO” A FLUSÓCIO NÃO INFORMOU SEUS LEITORES QUE O DR° ALCIDES ANTUNES FOI VICE-PRESIDENTE DE COORDENAÇÃO TÉCNICA DA FERJ????? SERÁ PELO FATO DO DR° ALCIDES ANTUNES SER O ATUAL VICE-PRESIDENTE DE FUTEBOL DO “NOVO FLUMINENSE”?????

SERÁ QUE O DR° ALCIDES ANTUNES ATUAL VICE-PRESIDENTE DE FUTEBOL DO "NOVO FLUMINENSE" CONCORDA COM O TEXTO "JOGO SUJO" DO GRUPO FLUSÓCIO?????

SERÁ QUE O GRUPO FLUSÓCIO, 'TENDO REFERENDADO' O DR° ALCIDES ANTUNES COMO VICE-PRESIDENTE DE FUTEBOL DO "NOVO FLUMINENSE", TEM "MORAL" PARA CRITICAR ALGUÉM NA FERJ?????

POR QUE SERÁ QUE RECENTEMENTE UM CONSELHEIRO DA FLUSÓCIO REFERIU-SE AO DR° ALCIDES ANTUNES NO BLOG DO GRUPO, CHAMANDO-O DE “RAPOSA VELHA”?????


Estas questões devem ser observadas apenas no intuito de colaborarmos com o “NOVO FLUMINENSE”. E ainda utilizando a definição da jornalista Maria Inês Nassif sobre o udenismo, ela afirma que “existe uma diferença fundamental entre o moralismo udenista e a ética. O moralismo udenista aumenta, exagera, cria situações-limite – e relativiza a ética, ao distorcer fatos e forçar julgamentos coletivos pautados por fortes ondas de comoção. Por esses critérios moralistas, é feita uma confusão entre moral e ideologia”. O grande problema que deve ser observado e analisado é o risco do discurso moralista na boca de quem parece só ter isso como instrumento de intervenção política. Portanto, não se espantem se em breve alguém no Fluminense quiser revitalizar “as mal-amadas do Lacerda”.


Saudações Tricolores