NÓS E VOCÊ. JÁ SÃO DOIS GRITANDO.

Após ler uma nota publicada hoje, na coluna do jornalista Ancelmo Góis, do jornal O Globo, resolvi escrever um pronunciamento para esclarecer o caso. E publico aqui a mensagem, no intuito de incentivar outros companheiros (as) da comunidade tricolor a exercerem sua 'cidadania fluminense', sempre que julgarem necessário. Eis a mensagem na íntegra, que enviei ao prestimoso jornalista.


Prezado Ancelmo Góis,

Diante de uma nota intitulada “Fala sério, Flu”, em sua conceituada coluna no importante jornal O Globo, “o maior jornal do país”, não poderia ficar sem dar uma pequena colaboração, para uma melhor compreensão dos fatos. Na referida nota, é mencionado o fato de uma criança de 7 anos ter sido barrada ontem na porta do Fluminense, porque usava uma camisa da seleção da Inglaterra.


A nota menciona que o nosso Clube veta a entrada de pessoas com camisas de qualquer outro time que não seja o Fluminense. Não é uma questão de veto. Está escrito no Estatuto do Fluminense, em seu Artigo 118, Parágrafo Primeiro: “Os sócios do FLUMINENSE, bem como seus Familiares Inscritos, convidados ou acompanhantes, não poderão usar, nas dependências do Clube, uniformes, distintivos, ou outros tipos de identificação de qualquer associação desportiva, nacional ou internacional”. E no Parágrafo Segundo, do mesmo artigo, diz: “A infração do disposto no parágrafo anterior sujeita o Sócio à pena de suspensão, prevista no art. 121 – inciso IX”.


Como jornalista altamente conceituado e cidadão exemplar, você sabe muito bem que o Estatuto de um clube está para o clube como a Constituição está para o nosso país. Fazer cumprir e valer o Estatuto do Fluminense é o mesmo que honrarmos a Constituição do Brasil. E não podemos em hipótese alguma, abrir espaço para o famoso “jeitinho brasileiro” que é usado para driblar normas, leis e convenções sociais.


O impedimento de qualquer outra camisa que não seja a do Fluminense e do Brasil visa apenas, preservar a tranqulidade, segurança e integridade física dos Sócios do Fluminense, no interior de nosso Clube. Permitir a entrada de quem quer que seja, mesmo que seja uma criança de 7 anos, seria cedermos a recursos e chantagens emocionais que não contribuiriam em nada para a valorização de nosso Estatuto e do cumprimento das Leis no Brasil. Fazer valer o Estatuto do Fluminense neste caso é demonstrar atenção e preocupação com o futuro desta criança de 7 anos que deverá ser educada dentro de parâmetros que lhe façam cumprir as leis do Brasil. Fazer valer o Estatuto do Fluminense neste caso é demonstrar carinho e dar total segurança para esta criança de 7 anos, colaborando neste sentido com o dever de seus responsáveis. Isto é falar muito sério!


Não tenho prerrogativa para pronunciar-me em nome do Fluminense Football Club. E não é o que faço neste momento. Faço este pronunciamento, apenas na qualidade de educador e cidadão brasileiro. Como Sócio do Fluminense, trabalho para que nosso Estatuto seja “cumprido por todos”, sem exceção, independente da idade que tenham. E para os que sejam menores de idade, que seus responsáveis tomem ciência do que é, ou não, possível que se faça no interior de nosso Clube.


Este pronunciamento é feito apenas no intuito de colaborar com sua prestigiosa coluna, neste que é um dos mais importantes jornais de nosso país. Afinal: “NÓS E VOCÊ. JÁ SÃO DOIS GRITANDO”.


Saudações Tricolores,


EDUARDO COELHO


PROFESSOR DE HISTÓRIA E SÓCIO-PROPRIETÁRIO DO FLUMINENSE FOOTBALL CLUB