BRASIL 3 X 2 FRANÇA - 01/08/1930

Neste dia 1° de agosto, celebra-se um fato singular na história do futebol brasileiro. Nesta data, numa sexta-feira, em 1930, realizava-se “A PRIMEIRA PARTIDA DE UMA SELEÇÃO EUROPÉIA NO BRASIL”. O jogo seria entre “BRASIL e FRANÇA”. A França era a terra de Jules Rimet, presidente da Fifa e “pai” da idéia da criação da Copa do Mundo.

Após o término da I Copa do Mundo, no Uruguai, à revelia da CBD, o Fluminense convidou a seleção francesa para jogar no Rio de Janeiro, em cujo porto faria escala. O local da partida seria o “ESTÁDIO DAS LARANJEIRAS”.

O problema é que o Fluminense chamara para compor o time jogadores de São Paulo. Ora, a APEA (Associação Paulista de esportes Athléticos) não cedera seus craques para a Copa do Mundo, no Uruguai. A CBD ainda não havia decidido que punição dar aos paulistas, mas decidiu não impedir o jogo. Os paulistas se regozijaram. Era a chance de mostrar o quanto haviam feito falta no Uruguai.

No dia do jogo, a CBD decidia punir a APEA por 8 meses, 7 dias e 12 horas. Ninguém levou a sério a punição e a partida aconteceu. Diante de um público de 15.000 pessoas, pela primeira vez, brasileiros e franceses se enfrentaram. O “capitão” da equipe brasileira na Copa do Mundo do Uruguai, Preguinho, desfalcou o time na ocasião por encontrar-se enfermo. Delfour abriu a contagem para os franceses, com um chute de fora da área. No segundo gol, Delfour chocou-se com Del Debbio e mandou, mesmo caído, para dentro do gol. A reação começou com uma excelente jogada de Nilo, que fintou vários adversários e passou para Heitor, que se livrou de dois e marcou. Teófilo lançou Friedenreich, que empatou o jogo em sua última partida pela seleção contra uma seleção estrangeira. O terceiro gol veio numa ação de Friedenreich, que serviu Heitor para dar a vitória ao Brasil. O selecionado brasileiro venceria a França por 3 a 2.

A equipe brasileira jogou com: Velloso (Fluminense), Grané (Corinthians), Del Debbio (Corinthians), Pepe (Palestra Itália), Fausto (Vasco da Gama), Serafini (Palestra Itália), Ministrinho (Palestra Itália), Heitor (Palestra Itália), Friedenreich (São Paulo), Nilo (Botafogo) e Teófilo (São Cristóvão). O técnico brasileiro era Luís Vinhais. A seleção da França jogou com: Thépot, Mattler, Capelle, Chantrel, Delmer, Villaplane, Liberati, Delfour, Pinel, Laurent e Langiller. A seleção da França era treinada por um “Ground Commiteé” formado por: Gaston Barreau, Jean Rigal e Maurice Caudron.

É uma data importante e histórica, para o Fluminense Football Club, para o futebol brasileiro e para a França. Neste ano de 2009, estamos celebrando “O ANO DA FRANÇA NO BRASIL”. A França já está presente no Brasil. Este “Ano da França no Brasil” se dará através de uma programação cultural e de cooperação de qualidade. O “Ano da França no Brasil” envolve as principais cidades brasileiras e atinge todos os públicos. Está prevista a organização de manifestações itinerantes, mais de 200 eventos, dentre eles alguns grandes eventos populares. A abertura do “Ano da França no Brasil” se deu em 21 de abril, data da Inconfidência Mineira e o término ocorrerá em 15 de novembro, data da proclamação da república.

O Fluminense Football Club conquistou a Taça Olímpica em 28 de abril de 1949. Na ocasião da entrega feita pelo Comitê Olímpico Internacional, “o francês” Jules Rimet disse: “O Fluminense é a organização esportiva mais perfeita do mundo”.

É lamentável que a atual administração e toda a sua assessoria não tenham cultura e conhecimento da própria história do nosso Fluminense. Uma data como esta, da mais alta significância, tanto para a FRANÇA como para o BRASIL, jamais poderia passar em branco. Temos a missão de fazermos com que “nossa história centenária se espalhe pelo mundo”.

No mundo contemporâneo com seus novos paradigmas, CULTURA, ESPORTE e TURISMO ganham cada vez mais força, demonstrando enorme potencial e viabilidade econômica. Com a riquíssima e singular história que possuímos, temos a obrigação de trazermos muitos visitantes para que conheçam o “SOLO SAGRADO DO FUTEBOL BRASILEIRO”. Caso contrário, estaremos incorporando definitivamente o rótulo de “IGNORANTES”.

Não pensar todos estes aspectos e também como forma de fortalecermos “A NOSSA INSTITUIÇÃO CENTENÁRIA”, significa falta de inteligência, cultura, ousadia, criatividade, espírito empreendedor e amor a história e ao patrimônio do Fluminense. O que nos resta de consolo, é que as administrações medíocres passam e temos um belo futuro pela frente. E que ninguém jamais irá apagar a história de nosso clube e do nosso histórico “ESTÁDIO DAS LARANJEIRAS”.

Saudações Tricolores