A palestra teve como moderador o sr° Antonio Augusto Dunshee de Abrantes (Presidente do Clube de Regatas do Flamengo entre 1981 e 1983). Logo no início, Antonio Augusto Dunshee de Abrantes mencionou algo que todos concordavam, “o Dr° JOÃO HAVELANGE dispensa apresentações”. Mas, não custa nada lembrar que, o Dr° JOÃO HAVELANGE foi presidente da CBD (atual CBF) entre 1958 e 1974, presidente da FIFA (Fédération Internationale de Football Association) entre 1974 e 1998. E é presidente de Honra da FIFA e presidente de Honra do Fluminense Football Club.
Antonio Augusto Dunshee de Abrantes comentou sobre uma entrevista em que o Dr° JOÃO HAVELANGE teria sido perguntado como era ser uma pessoa polêmica. E, então, Dunshee de Abrantes perguntou ao Dr° JOÃO HAVELANGE: “- Como é ser uma unanimidade”? E o Dr° JOÃO HAVELANGE respondeu com um simpático sorriso nos lábios: “- SENDO TORCEDOR DO FLUMINENSE”!
O Dr° JOÃO HAVELANGE começou sua palestra falando sobre a crise econômica mundial de 2008, que praticamente não atingiu o futebol no mundo. Enfatizou o poder do futebol e o que ele representa no mundo. Observou as Copas do Mundo de 1978, na Argentina e 1982, na Espanha, que foram as duas primeiras sob seu comando na presidência da FIFA. A Copa da Argentina rendeu U$ 78 milhões de dólares e a da Espanha U$ 80 milhões de dólares. Percebeu que se mudasse o sistema de como era realizada as Copas do Mundo poderia obter resultados bem mais expressivos. Começando pelo aumento de 16 países membros para 24 países membros.
O Dr° JOÃO HAVELANGE afirmou que, “aquele que dirige não pode perder. Um presidente não pode perder”. Então, ele não poderia correr riscos na tentativa de aumentar o número de participantes nas Copas. Foi aí, que teve a idéia de contar com a ajuda de seu amigo, o rei Juan Carlos da Espanha. Durante anos de exílio em Portugal, no período da ditadura de Francisco Franco, o rei Juan Carlos falava a língua portuguesa fluentemente facilitando os diálogos e fortalecendo a amizade entre os dois.
O Dr° JOÃO HAVELANGE pediu que o rei Juan Carlos fizesse um discurso favorável ao aumento do número de países participantes em Copas do Mundo, antes da reunião do Comitê Executivo da FIFA. Resultado? Vitória por unanimidade! Na Copa do Mundo de 1986, o faturamento da FIFA chegaria a U$ 500 milhões de dólares. E na Copa do Mundo de 1994, já com 32 equipes, o faturamento chegaria a U$ 2 bilhões de dólares. Na Copa do Mundo de 1998, que seria a última da gestão do Dr° JOÃO HAVELANGE, o faturamento da FIFA chegaria a U$ 4 bilhões de dólares. Para o Dr° JOÃO HAVELANGE o futebol precisa ser estudado, analisado e potencializado.
Quando o Dr° JOÃO HAVELANGE chegou na presidência da FIFA, em setembro de 1974, o patrimônio da entidade era praticamente nenhum e atualmente possui U$ 200 milhões de dólares e cinco propriedades belíssimas. Isso até 1998, quando deixou a presidência da FIFA. Nada ocorreu com a FIFA após a crise econômica de 2008. O valor de U$ 75 milhões de dólares é quanto investe cada companhia para divulgar numa Copa do Mundo.
Sobre o passe do jogador, o Dr° JOÃO HAVELANGE disse: “- Fico triste, pois um erro foi cometido. Trato como filho o Pelé. Mas, hoje, eu vejo no meu clube (o Fluminense) e nos demais clubes, que os clubes não tem mais a posse do jogador. O meu clube esse ano já mudou vários jogadores. O jogador tem que ser patrimônio do clube. Um jogador que tem três donos, isso é que é escravidão. O Kaká pertence ao Real Madrid”.
Quando chegou a presidência da CBD, em 1958, o Dr° JOÃO HAVELANGE lembrou: “- Falaram de mim, ‘ele é nadador e não entende nada de futebol’. Fiquei 62 anos na Viação Cometa e não era motorista, nem mecânico. Aumentei a Comissão Técnica de três quatro pessoas, para doze. Falaram que levava pessoas para passear. Chamei uma pedicure e falaram que eu estava formando um time de pederastas. Mas a pedicure encheu um balde com unhas encravadas dos jogadores. Qual é a parte principal do corpo de um jogador de futebol? O Brasil foi a melhor equipe fisicamente da Copa de 1958. Uma pessoa tem que ter capacidade de definir e decidir, quem não tiver isso não administra nada”.
Ao ser perguntado sobre a Copa do Mundo de 2014, no Brasil, o Dr° JOÃO HAVELANGE respondeu: “- O futebol nos educaria. Eu digo ‘nos’, pois me coloco entre todos. A FIFA tem 187 países filiados e viajei a 186 países. Só não fui ao Afeganistão, porque não tinha condição do avião aterrissar por causa de guerra. Já fiz mais de 20.000 horas de avião. Quando era garoto e morava numa casa no Cosme Velho, em que tinha um campo de futebol e uma piscina, a primeira coisa que fazia no dia era beijar minha mãe. E ela me perguntava, ‘já beijaste a empregada’? Quando visitava os países africanos, eu beijava as mulheres e em seguida seus maridos, os representantes da África. Achas que algum europeu faz isso? Quando deixei a presidência da FIFA, só fiz um pedido ao Blatter (Joseph Blatter é o atual presidente da FIFA e foi apoiado pelo Dr° JOÃO HAVELANGE), para que faça uma Copa do Mundo na África”.
O Dr° JOÃO HAVELANGE mencionou que: “- Você não pode maltratar ninguém. Se a ONU (Organização das Nações Unidas) pensasse como a FIFA, ela teria ido mais a África. Me sensibilizava o problema das crianças da África. A FIFA associou-se a uma organização, a SOS Criança. Demos U$ 30 milhões de dólares para a SOS Criança”.
Sobre a Lei Pelé o Dr° JOÃO HAVELANGE falou: “- Falei com o presidente Lula e o Ministro dos Esportes sobre revisar a Lei Pelé. O presidente Lula é um grande aliado dos esportes. Quero relembrar Paris. Em 1984, o prefeito de Paris era Jacques Chirac. Almocei com ele certa vez. Ele queria meu apoio para a Olimpíada de 1992, em Paris. Disse a ele, ‘não posso já me comprometi com Barcelona. Não coloca se não perde’. Resultado, Barcelona 49 votos, Paris 19 votos. Disse a ele que poderia ajudá-lo mais para frente. Em 1998, como presidente da república da França, Jacques Chirac entregou a Taça de Campeão do Mundo para a seleção de seu país, em Paris. Penso que, fui uma das poucas pessoas que cruzou o Muro de Berlim tranquilamente de automóvel. Futebol é futebol”!
Sobre a Copa do Mundo no Brasil em 2014º Dr° JOÃO HAVELANGE disse: “- Falam que vai se gastar dinheiro para fazer a Copa do Mundo, em 2014. Sim! Paris recebia 60 milhões de pessoas em turismo. Hoje, após a Copa do Mundo, Paris recebe 70 milhões de pessoas em turismo, houve um crescimento econômico de U$ 10 bilhões de dólares. ‘O MUNDO VIRÁ NOS CONHECER’. Fico muito feliz com duas cidades terem sido escolhidas como sedes da Copa do Mundo, Manaus e Cuiabá. Manaus representa a Amazônia e Cuiabá o Pantanal. A Copa do Mundo representará empregos e uma evolução da nossa juventude".
Sobre os Jogos Olímpicos de 2016 o Dr° JOÃO HAVELANGE falou: “- Estou no COI (Comitê Olímpico Internacional) há 46 anos e faltei há duas assembléias. Fomos há todos os países. Os dois últimos Secretários Gerais da ONU foram? Temos que conhecer o mundo! Hoje, a FIFA possui 210 países filiados e a ONU 192 países. Numa reunião da Sul-Americana sobre 2014, eu pedi que colocassem o Brasil na pauta. Fiz 104 cartas em espanhol e inglês pedindo que a candidatura da nossa cidade do Rio de Janeiro. Gostaria que me dessem esse presente em 2016, quando farei 100 anos. O Brasil em 2014, faz 100 anos de filiado ao COI”.
O Dr° JOÃO HAVELANGE lembrou importantes episódios: “- Em 1998, o presidente Fernando Henrique Cardoso queria me condecorar e fazer um banquete para 500 pessoas. Eu lhe pedi dois dias para pensar. Após os dois dias, eu lhe disse, ‘vamos fazer isso num almoço para 10 pessoas’. A gente tem que se despir de vaidades e se preocupar em servir. Faz 40 anos que as duas Coréias não se entendem. A Seleção do Brasil jogaria em Seul. Falei com o presidente Lula. Certa vez na Copa do EUA, durante uma partida, estavam atrás de mim, Bill Clinton, Henry Kissinger, dentre outros. E um enorme calor e todos começaram a tirar seus paletós e arregaçarem as mangas das camisas. E uma secretária perguntou-me se não sentia calor. Respondi-lhe que, ‘eu não sinto calor nem frio’! Quando tenho missão, tenho que cumpri-la. Eu ia à meia-noite na Cometa, às vezes duas da madrugada. O resto do ano eles (os funcionários) trabalhavam o tempo todo, com medo que eu voltasse. Quem faz isso em nosso país”?
Sobre o Estádio Municipal, mais conhecido como “Engenhão”, que leva o seu nome, o Dr° JOÃO HAVELANGE lembrou: “- Eu pedi ao prefeito César Maia que fizesse apenas duas coisas, estacionamento e desapropriações em volta do terreno. As únicas coisas que pedi ele não fez”.
Em suas considerações finais, o Dr° JOÃO HAVELANGE disse: “- Se eu fosse presidente da república faria uma revisão da malha ferroviária desde Belém (no Pará). O senhor acabava com as favelas e daria ao Brasil uma posição. Criaria muitos empregos. O que a malha ferroviária faria de importante por nós é inimaginável. Os clubes precisam cuidar da sua força. A primeira coisa, o jogador tem que ser do clube. O futebol tem um poder e pessoas querem se aproveitar disso. Temos que preservar a força do futebol. Eu trabalho até hoje, aos 93 anos, acordo às 05:00 hs da manhã, às 06:00 hs estou nadando na piscina do Country Club e às 09:00 hs estou no escritório até ás 17:00 hs. Precisamos sermos menos egoístas, pensarmos mais na nossa nação, na nossa juventude”!
Ao término da palestra, como não poderia deixar de ser, o Dr° JOÃO HAVELANGE foi efusivamente aplaudido por todos nós. E no momento seguinte o Dr° JOÃO HAVELANGE atendeu atenciosamente a todos nós, com sua extremada educação e cavalheirismo, que tanto lhe são peculiares. O encontro, contando também com a presença do ex-presidente do Fluminense Francisco Horta e do Benemérito Carlos Eugenio Lopes transformava-se numa “reunião de tricolores”.
Saudações Tricolores
Antonio Augusto Dunshee de Abrantes comentou sobre uma entrevista em que o Dr° JOÃO HAVELANGE teria sido perguntado como era ser uma pessoa polêmica. E, então, Dunshee de Abrantes perguntou ao Dr° JOÃO HAVELANGE: “- Como é ser uma unanimidade”? E o Dr° JOÃO HAVELANGE respondeu com um simpático sorriso nos lábios: “- SENDO TORCEDOR DO FLUMINENSE”!
O Dr° JOÃO HAVELANGE começou sua palestra falando sobre a crise econômica mundial de 2008, que praticamente não atingiu o futebol no mundo. Enfatizou o poder do futebol e o que ele representa no mundo. Observou as Copas do Mundo de 1978, na Argentina e 1982, na Espanha, que foram as duas primeiras sob seu comando na presidência da FIFA. A Copa da Argentina rendeu U$ 78 milhões de dólares e a da Espanha U$ 80 milhões de dólares. Percebeu que se mudasse o sistema de como era realizada as Copas do Mundo poderia obter resultados bem mais expressivos. Começando pelo aumento de 16 países membros para 24 países membros.
O Dr° JOÃO HAVELANGE afirmou que, “aquele que dirige não pode perder. Um presidente não pode perder”. Então, ele não poderia correr riscos na tentativa de aumentar o número de participantes nas Copas. Foi aí, que teve a idéia de contar com a ajuda de seu amigo, o rei Juan Carlos da Espanha. Durante anos de exílio em Portugal, no período da ditadura de Francisco Franco, o rei Juan Carlos falava a língua portuguesa fluentemente facilitando os diálogos e fortalecendo a amizade entre os dois.
O Dr° JOÃO HAVELANGE pediu que o rei Juan Carlos fizesse um discurso favorável ao aumento do número de países participantes em Copas do Mundo, antes da reunião do Comitê Executivo da FIFA. Resultado? Vitória por unanimidade! Na Copa do Mundo de 1986, o faturamento da FIFA chegaria a U$ 500 milhões de dólares. E na Copa do Mundo de 1994, já com 32 equipes, o faturamento chegaria a U$ 2 bilhões de dólares. Na Copa do Mundo de 1998, que seria a última da gestão do Dr° JOÃO HAVELANGE, o faturamento da FIFA chegaria a U$ 4 bilhões de dólares. Para o Dr° JOÃO HAVELANGE o futebol precisa ser estudado, analisado e potencializado.
Quando o Dr° JOÃO HAVELANGE chegou na presidência da FIFA, em setembro de 1974, o patrimônio da entidade era praticamente nenhum e atualmente possui U$ 200 milhões de dólares e cinco propriedades belíssimas. Isso até 1998, quando deixou a presidência da FIFA. Nada ocorreu com a FIFA após a crise econômica de 2008. O valor de U$ 75 milhões de dólares é quanto investe cada companhia para divulgar numa Copa do Mundo.
Sobre o passe do jogador, o Dr° JOÃO HAVELANGE disse: “- Fico triste, pois um erro foi cometido. Trato como filho o Pelé. Mas, hoje, eu vejo no meu clube (o Fluminense) e nos demais clubes, que os clubes não tem mais a posse do jogador. O meu clube esse ano já mudou vários jogadores. O jogador tem que ser patrimônio do clube. Um jogador que tem três donos, isso é que é escravidão. O Kaká pertence ao Real Madrid”.
Quando chegou a presidência da CBD, em 1958, o Dr° JOÃO HAVELANGE lembrou: “- Falaram de mim, ‘ele é nadador e não entende nada de futebol’. Fiquei 62 anos na Viação Cometa e não era motorista, nem mecânico. Aumentei a Comissão Técnica de três quatro pessoas, para doze. Falaram que levava pessoas para passear. Chamei uma pedicure e falaram que eu estava formando um time de pederastas. Mas a pedicure encheu um balde com unhas encravadas dos jogadores. Qual é a parte principal do corpo de um jogador de futebol? O Brasil foi a melhor equipe fisicamente da Copa de 1958. Uma pessoa tem que ter capacidade de definir e decidir, quem não tiver isso não administra nada”.
Ao ser perguntado sobre a Copa do Mundo de 2014, no Brasil, o Dr° JOÃO HAVELANGE respondeu: “- O futebol nos educaria. Eu digo ‘nos’, pois me coloco entre todos. A FIFA tem 187 países filiados e viajei a 186 países. Só não fui ao Afeganistão, porque não tinha condição do avião aterrissar por causa de guerra. Já fiz mais de 20.000 horas de avião. Quando era garoto e morava numa casa no Cosme Velho, em que tinha um campo de futebol e uma piscina, a primeira coisa que fazia no dia era beijar minha mãe. E ela me perguntava, ‘já beijaste a empregada’? Quando visitava os países africanos, eu beijava as mulheres e em seguida seus maridos, os representantes da África. Achas que algum europeu faz isso? Quando deixei a presidência da FIFA, só fiz um pedido ao Blatter (Joseph Blatter é o atual presidente da FIFA e foi apoiado pelo Dr° JOÃO HAVELANGE), para que faça uma Copa do Mundo na África”.
O Dr° JOÃO HAVELANGE mencionou que: “- Você não pode maltratar ninguém. Se a ONU (Organização das Nações Unidas) pensasse como a FIFA, ela teria ido mais a África. Me sensibilizava o problema das crianças da África. A FIFA associou-se a uma organização, a SOS Criança. Demos U$ 30 milhões de dólares para a SOS Criança”.
Sobre a Lei Pelé o Dr° JOÃO HAVELANGE falou: “- Falei com o presidente Lula e o Ministro dos Esportes sobre revisar a Lei Pelé. O presidente Lula é um grande aliado dos esportes. Quero relembrar Paris. Em 1984, o prefeito de Paris era Jacques Chirac. Almocei com ele certa vez. Ele queria meu apoio para a Olimpíada de 1992, em Paris. Disse a ele, ‘não posso já me comprometi com Barcelona. Não coloca se não perde’. Resultado, Barcelona 49 votos, Paris 19 votos. Disse a ele que poderia ajudá-lo mais para frente. Em 1998, como presidente da república da França, Jacques Chirac entregou a Taça de Campeão do Mundo para a seleção de seu país, em Paris. Penso que, fui uma das poucas pessoas que cruzou o Muro de Berlim tranquilamente de automóvel. Futebol é futebol”!
Sobre a Copa do Mundo no Brasil em 2014º Dr° JOÃO HAVELANGE disse: “- Falam que vai se gastar dinheiro para fazer a Copa do Mundo, em 2014. Sim! Paris recebia 60 milhões de pessoas em turismo. Hoje, após a Copa do Mundo, Paris recebe 70 milhões de pessoas em turismo, houve um crescimento econômico de U$ 10 bilhões de dólares. ‘O MUNDO VIRÁ NOS CONHECER’. Fico muito feliz com duas cidades terem sido escolhidas como sedes da Copa do Mundo, Manaus e Cuiabá. Manaus representa a Amazônia e Cuiabá o Pantanal. A Copa do Mundo representará empregos e uma evolução da nossa juventude".
Sobre os Jogos Olímpicos de 2016 o Dr° JOÃO HAVELANGE falou: “- Estou no COI (Comitê Olímpico Internacional) há 46 anos e faltei há duas assembléias. Fomos há todos os países. Os dois últimos Secretários Gerais da ONU foram? Temos que conhecer o mundo! Hoje, a FIFA possui 210 países filiados e a ONU 192 países. Numa reunião da Sul-Americana sobre 2014, eu pedi que colocassem o Brasil na pauta. Fiz 104 cartas em espanhol e inglês pedindo que a candidatura da nossa cidade do Rio de Janeiro. Gostaria que me dessem esse presente em 2016, quando farei 100 anos. O Brasil em 2014, faz 100 anos de filiado ao COI”.
O Dr° JOÃO HAVELANGE lembrou importantes episódios: “- Em 1998, o presidente Fernando Henrique Cardoso queria me condecorar e fazer um banquete para 500 pessoas. Eu lhe pedi dois dias para pensar. Após os dois dias, eu lhe disse, ‘vamos fazer isso num almoço para 10 pessoas’. A gente tem que se despir de vaidades e se preocupar em servir. Faz 40 anos que as duas Coréias não se entendem. A Seleção do Brasil jogaria em Seul. Falei com o presidente Lula. Certa vez na Copa do EUA, durante uma partida, estavam atrás de mim, Bill Clinton, Henry Kissinger, dentre outros. E um enorme calor e todos começaram a tirar seus paletós e arregaçarem as mangas das camisas. E uma secretária perguntou-me se não sentia calor. Respondi-lhe que, ‘eu não sinto calor nem frio’! Quando tenho missão, tenho que cumpri-la. Eu ia à meia-noite na Cometa, às vezes duas da madrugada. O resto do ano eles (os funcionários) trabalhavam o tempo todo, com medo que eu voltasse. Quem faz isso em nosso país”?
Sobre o Estádio Municipal, mais conhecido como “Engenhão”, que leva o seu nome, o Dr° JOÃO HAVELANGE lembrou: “- Eu pedi ao prefeito César Maia que fizesse apenas duas coisas, estacionamento e desapropriações em volta do terreno. As únicas coisas que pedi ele não fez”.
Em suas considerações finais, o Dr° JOÃO HAVELANGE disse: “- Se eu fosse presidente da república faria uma revisão da malha ferroviária desde Belém (no Pará). O senhor acabava com as favelas e daria ao Brasil uma posição. Criaria muitos empregos. O que a malha ferroviária faria de importante por nós é inimaginável. Os clubes precisam cuidar da sua força. A primeira coisa, o jogador tem que ser do clube. O futebol tem um poder e pessoas querem se aproveitar disso. Temos que preservar a força do futebol. Eu trabalho até hoje, aos 93 anos, acordo às 05:00 hs da manhã, às 06:00 hs estou nadando na piscina do Country Club e às 09:00 hs estou no escritório até ás 17:00 hs. Precisamos sermos menos egoístas, pensarmos mais na nossa nação, na nossa juventude”!
Ao término da palestra, como não poderia deixar de ser, o Dr° JOÃO HAVELANGE foi efusivamente aplaudido por todos nós. E no momento seguinte o Dr° JOÃO HAVELANGE atendeu atenciosamente a todos nós, com sua extremada educação e cavalheirismo, que tanto lhe são peculiares. O encontro, contando também com a presença do ex-presidente do Fluminense Francisco Horta e do Benemérito Carlos Eugenio Lopes transformava-se numa “reunião de tricolores”.
Saudações Tricolores
João Havelange é sem dúvida uma personalidade brasileira que muito nos orgulha, sua educação que mistura nobreza com simplicidade e humildade, e sua atenção aos mais pobres o tornam especial! Só não perdôo a marmelada da Copa da França. Ah Sr. Jean-Marie!!!...
ResponderExcluirO Dr. Havelange é um exemplo de diplomata brasileiro que deveria servir como um exemplo para o povo, retratado em filme e passado para as massas, principalmente as crianças mais carentes que veem no futebol, a única saída de uma vida destinada ao fracasso.
ResponderExcluirSaiu na Veja dessa semana sua famosa citação sobre os 186 países visitados por uma única pessoa, ou seja, um recorde absoluto que jamais nenhum chefe de estado conseguirá, nem mesmo o atual secretário-geral da ONU, Ban Ki Moon, alvo de sua cítica ao limitar-se a permanecer em NY.
obs.: o único registro inequívoco foi o de colocar a copa de 1994 com 32 participantes, na verdade isso aconteceu apenas a partir da copa de 1998.