Devido aos seguidos ataques de submarinos alemães aos navios brasileiros, o Brasil declarava guerra à Alemanha e à Itália, em 22 de agosto de 1942. E no dia 27 de agosto de 1942, realizou-se no Estádio do Fluminense um "grande comício" contra o Eixo (Alemanha – Itália – Japão), no qual se reafirmava o propósito do governo brasileiro de lutar ao lado dos Aliados.
Estudantes conduziam cartazes alusivos aos inimigos do Brasil. Após a execução do Hino Nacional, que foi cantado com indescritível entusiasmo pela multidão. O presidente da UNE (União Nacional dos Estudantes), Paes Leme falou convidando o Ministro da Educação Gustavo Capanema a presidir o comício dando-lhe imediatamente a palavra.
O primeiro orador da noite foi o Ministro da Educação Gustavo Capanema, que num discurso entusiasta disse entre outras palavras que, os países totalitários no seu afã de conquistas, invadiram e tentavam se apoderar das riquezas e dos recursos materiais de outras nações, quando aqueles países não dispunham mais de suas forças econômicas desgastadas pela preocupação do aumento constante das indústrias de guerra e quando ainda tinham de lutar pelo problema do “espaço vital” (as forças nazistas afirmavam que era preciso à integração das comunidades alemães dispersas na Europa, e conquistar a Polônia e a Ucrânia, consideradas espaços “vitais” para o povo alemão).
Daí o desespero do Eixo, agredindo e se apoderando de terras que não lhes pertenciam. O Ministro Gustavo Capanema, salientava o papel da mocidade universitária na guerra, frisando os deveres e as responsabilidades da juventude numa hora que era decisiva para os destinos do Brasil. O Ministro Gustavo Capanema fez um discurso longo, sendo aplaudido pelos presentes, que interrompiam suas palavras com palmas e aclamações.
Terminadas as palavras do Ministro Gustavo Capanema, falou o presidente da UNE, Paes Leme, que explicou de início, que a manifestação projetada era de estudantes para estudantes. Nessa altura do discurso de Paes Leme, chegava ao Estádio do Fluminense Football Club, o embaixador norte-americano Jefferson Caffery.
O orador então é obrigado a interromper as suas palavras por vários instantes, porque a multidão ao avistar a figura do embaixador norte-americano, manifestou-se de repente com palavras e aclamações ao presidente Franklin Delano Roosevelt e aos EUA. O embaixador Jefferson Caffery acenando sorridente para o povo, tomou lugar entre as autoridades brasileiras.
Insistentemente aclamado pelo enorme público que enchia o Estádio das Laranjeiras, o embaixador norte-americano pronunciou então um vibrante discurso, terminando por erguer vários “vivas” ao Brasil, à América e as Nações Aliadas. O “grande comício” só terminou as primeiras horas da madrugada do dia seguinte. Uma multidão calculada em mais de 30 mil pessoas superlotaram o Estádio das Laranjeiras.
Desde cedo o povo começou a afluir ao local do comício e muito antes das 21 horas o Estádio das Laranjeiras já estava completamente lotado. Bandeiras brasileiras e flâmulas das várias entidades universitárias emprestavam ao Estádio das Laranjeiras um aspecto de singular vibração. A cada instante ouviam-se canções patrióticas executadas pelas bandas da Polícia Militar, Corpo de Bombeiros e Polícia Municipal.
O entusiasmo da multidão chegou ao auge, antes do comício quando os universitários deram a volta à pista do estádio empunhando dísticos e legendas patrióticas, alusivos a campanha por eles mesmos iniciada. E exortando o povo que ali se comprimia a juntar metais e borrachas que seriam doados ao governo, no esforço de guerra da Nação. Vários estudantes percorreram a pista e as arquibancadas angariando donativos para o auxílio de guerra.
Saudações Tricolores
quinta-feira, 27 de agosto de 2009
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Por essas e outras que o Fluminense precisa de um museu. Nossa história não se confunde apenas com a do futebol mundial, mas com a história do Brasil!
ResponderExcluir***
ResponderExcluirAlgo que eu desconhecia completamente.
Obrigado, Senhor Professor!
Mauro Balbino
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