Doval adorava ficar perto da Rua Montenegro na Praia de Ipanema
Um ídolo de futebol é uma coisa muito séria. O ídolo de futebol é eterno. Jamais esquecemos nossos ídolos de futebol. Seus feitos são heróicos, sua conquistas imortais. Os ídolos de futebol (eu disse, "ídolos") são verdadeiros deuses para sua torcida. E nós tricolores temos uma vasta constelação de "eternos ídolos". E muitos deuses.
Em um Clube de 109 anos de muitas glórias e tradições, temos ídolos de muitas gerações diferentes, mas que fazem parte da belíssima história tricolor. E é super importante que as gerações mais jovens, que não tenham tido a oportunidade de conhecer determinado ídolo de uma geração anterior a sua, saiba um pouco mais sobre ele. Pois este ídolo é ídolo do nosso Fluminense. E o que é a insignificância de nossas vidas perto da grandiosidade da história de 109 anos do Fluminense? Nada!
Neste dia 12 de outubro de 2011, venho falar de um grande ídolo tricolor da segunda metade da década de 1970, NARCISO HORÁCIO DOVAL. O argentino, nascido em 4 de janeiro de 1944 na capital Buenos Aires, que começou a jogar futebol nas peladas de Palermo onde nasceu e morava. E daí para o San Lorenzo. Em 1967, Doval foi considerado um dos melhores atacantes argentinos e inclusive chegando a Seleção Argentina.
Em 1968, Elba de Páuda Lima, o Tim, eterno ídolo tricolor do tricampeonato carioca de 1938 e do bicampeonato de 1941, estava treinando o time do San Lorenzo. Tim, como técnico foi campeão carioca pelo Fluminense em 1964. Tim ou El Péon, foi campeão metropolitano pelo San Lorenzo em 1968. Tim se tornaria um grande fã do futebol de Doval. E Doval consideraria Tim o melhor treinador que teve. Ainda no San Lorenzo, Tim teria dito para Doval: "Se você for ao Rio, nunca mais vai sair de lá". Com Tim treinando o Flamengo, Doval aceita o convite feito pelo treinador. Em 1969, Doval chega ao Rio de Janeiro.
1977: Doval e as belezas que enfeitavam o bairro de Ipanema
Em 1971, com problemas com o técnico Yustrich, Doval volta à Argentina para jogar no arquirival do San Lorenzo, o Huracán. Mas em 1972, com Zagallo treinando o Flamengo, Doval voltaria ao Rio de Janeiro. Neste ano de 1972, Doval foi campeão carioca e artilheiro do campeonato com 16 gols. Em 1974, Doval voltaria a ser campeão carioca pelo Flamengo.
1978: Doval aos 34 anos era um jogador em plena forma
O Drº Francisco Horta, presidente do Fluminense na época, propôs a seguinte troca com o Flamengo: os tricolores Toninho, Roberto e Zé Roberto iriam para a Gávea, e Doval, Rodrigues Neto e Renato, viriam para as Laranjeiras. Com a transação acertada, Doval declarou animado com o futuro no Tricolor: "No Fluminense, sei que vou jogar onde quero e gosto, ao lado de uma porção de cobras. Gil e eu lá na frente vamos resolver o problema de gols". Para profundo desgosto dos rubro-negros, Doval prometia vestir a vestir a camisa do Fluminense com o mesmo amor que suou a do Flamengo. Prometeu e cumpriu!
O Flu engrenava com os gols do "Gringo"
Em setembro de 1976, em grande fase no Fluminense, Doval declarou: "O Flamengo é mais raça, garra, a torcida empurra o time. O Fluminense é mais técnico, futebol-alegria. Hoje, afirmo sem medo de errar, estou na melhor fase de minha carreira. E o futebol jogado pelo Fluminense enche a vista de qualquer torcedor, seja de que clube for".
Faltava um jogo para acabar o campeonato carioca de 1976. E na ocasião Doval e Gil poderiam decidir quem seria o artilheiro do campeonato. Ambos estavam empatados com 19 gols. Eram os tempos da "Máquina". Existia um prêmio em dinheiro para quem fizesse mais gols. Doval faria um trato com Gil. Dividiriam o prêmio caso um dos dois marcasse na partida decisiva contra o Vasco. O Fluminense venceu por 1 a 0 com um gol sensacional de Doval aos 14 minutos do segundo tempo da prorrogação, conquistando espetacularmente o bicampeonato carioca de 1976.
1978: Doval carregando a bola com categoria
Doval com o gol do título marcado contra o Vasco se tornaria artilheiro isolado do campeonato carioca de 1976 com 20 gols. Em 1976, Doval recebeu o Troféu Bola de Prata da revista Placar como o melhor centroavante do Brasil. Em 1976, Doval naturalizava-se brasileiro. Doval de fato se considerava brasileiro.
Doval era apaixonado pelo Rio de Janeiro. Gostava muito de praia. Gostava da beleza das cariocas. Gostava de jogar vôlei. Gostava de ficar em frente à Rua Montenegro (atual Vinicius de Moraes). Doval gostava de passar no Bar Veloso (atual Garota de Ipanema) pra bater papo com os amigos. Doval dizia brincando: "Vou acabar prefeito do Rio. Aí, todo mundo trabalharia dia sim, dia não. Isso é, um dia de trabalho, outro de carnaval".
Doval era extremamente profissional, dava tudo de si. Dava a perna numa jogada. Enfiava a cabeça nos pés dos adversários. Não queria nem saber. Para Doval qualquer jogo era "VENCER OU VENCER".
Gringo, maluco, paquerador, índio velho, encarnador, brincalhão, carioca, brasileiro e argentino. Doval em Ipanema conhecia todo mundo, batia papo e marcava encontros - geralmente com as mulheres. O locutor de rádio Waldir Amaral costumava dizer sobre Doval: "O gringo mais carioca que a Argentina mandou para o Brasil".
Entre 1976 e 1979, Doval realizou 143 jogos com a camisa do Fluminense, marcando 68 gols. Dentre eles, o inesquecível gol do título que deu o bicampeonato carioca de 1976. Nessa época, Doval fez muitos tricolores felizes tornando-se um grande ídolo do Fluminense. Especialmente, muitas crianças. Muitas crianças de todas as idades.
DOVAL, o gringo, o argentino que aprendeu a amar o Brasil como ninguém, nos deixou no dia da padroeira do Brasil. DOVAL que levava a vida de maneira alegre, irreverente, feliz, no melhor estilo do povo da cidade do Rio de Janeiro, nos deixou no dia da criança. DOVAL só podia nos deixar num dia como esse, em que o nosso povo está feliz e em paz de espírito.
Por tudo o que NARCISO HORÁCIO DOVAL representou para o futebol brasileiro e em especial para o nosso Fluminense, fica a nossa eterna gratidão. O Blog "CIDADÃO FLUMINENSE" faz questão absoluta de reverenciar a memória do nosso querido "DOVAL, ETERNO ÍDOLO TRICOLOR".
Assista o gol espetacular de DOVAL que deu o título do Flu de 1976
http://www.youtube.com/watch?v=xpuezH1tq90
Assista DOVAL no FLUMINENSE - 1976
http://www.youtube.com/watch?v=cGaCwp0DQEU"VIVA DOVAL"
'VIVA O FLUMINENSE"
Prezado Eduardo,
ResponderExcluirComo leitor regular deste blog, considero inestimável o serviço aqui prestado à causa da memória tricolor.
É lastimável não haver iniciativa oficial neste sentido.
Saudações Tricolores.
FALA AI PROFESSOR, TUDO BEM? PARABÉNS MAIS UMA VEZ, PELA MATÉRIA VAI AI UMA SUGESTÃO, QUE TAL TENTARMOS ENCONTRAR O FELIZ GAROTO DA FOTO COM DOVAL, TAREFA DIFÍCIL PORÉM POSSÍVEL, QUE PRAZER SENTIRÁ ESSE HOJE SENHOR QUE APARECE NA FOTO COM DOVAL, ACEITA ESSA EMPREITADA, VAMOS TENTAR!!! SUGESTÃO DO ANÔNIMO DESIRÉE ROGÉRIO DE CARVALHO!!!
ResponderExcluirInfelizmente, vivemos tempos em que a memória se esvai com grande rapidez... Iniciativas como esta, em que se valoriza a imensurável grandeza de um atleta-herói tricolor, deve ser tão ovacionada quanto o próprio guerreiro Doval. Parabéns por tamanho êxito!!! Do amigo anônimo Ener.
ResponderExcluirBoa tarde
ResponderExcluirSem querer cliquei neste bloog, mas não me arrependo pois este Bloog e show' muito legal mostrar a historias de jogadores que deixaram as suas marcas que fizeram historia no Fluminense!
Saudações Tricolores.!
SOU VASCAÍNO, MAS RESPEITO TODOS OS CLUBES E ÍDOLOS DO FUTEBOL, E O FLUZÃO É UM CELEIRO DE ÍDOLOS ETERNOS, DESTACO OS MEUS ÍDOLOS TRICOLORES, TIM,ROMEU,CASTILHO,E AQUELA MÁQUINA DE 1975 76, EM QUE DOVAL ERA PEÇA BRILHNATE.
ResponderExcluirCLOVIS RIBEIRO.
Meu nome é Salomao. Em 1975 eu estava com 17 anos, era um torcedor fanático do meu querido Flusão, naquela época eu tinha que ouvir os jogos do meu querido clube no rádio, pois, como tenho cinco irmãs abria mão da tv, era voto vencido. Que tempo bom aquele! Como era maravilhoso escutar a voz do Waldir Amaral, narrando o jogo. Valeu meus amigos
ResponderExcluirDIA 04/11 FOI ANIVERSARIO DELE FARIA 68 ANOS.SERIA UM COROA ENXUTÃO
ResponderExcluirSAUDADES SEMPRE!
Amigo, fiz a redação do verbete dele na wikipédia. Fico contente em ver o artigo como uma boa referência. E as fotos que colocaste são maravilhosas, uma pena não poder usá-las na wiki; as argentinas estão lá porque ficam livres depois de 25 anos de tiradas e de 20 de publicação...
ResponderExcluirEu, do meu lado, sou flamenguista, mas tive todo o cuidado no relato da grande passagem do gringo pelo Flu. Eu tinha só dois anos quando ele morreu. A importância dele? Com Zico, fez meu pai ser Flamengo. E, por tabela, a mim também, haha.
Grande abraço!
Caio Brandão da Costa
Un abrazo enorme desde la Republica Argentina, lasttima que no estas para dartelo personalmente, siempre estaras en mis recuerdos.-
ResponderExcluirParabéns,
ResponderExcluirDoval foi e sempre será um grande idolo tricolor.
Abraços
que saudades daquele tempo que o maracanã botava 180 mil pessoas para ver um jogo , assisti muito com o maracanã lotado o doval jogando que saudades daquele tempo .
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