sábado, 5 de maio de 2012

IIº Simpósio Internacional Hooliganismo e Copa de 2014

Nos dias 24 e 25 de abril, o CPDOC da Fundação Getulio Vargas (FGV) realizou o “IIº  Simpósio Internacional sobre Hooliganismo e a Copa de 2014”. E o Blog "CIDADÃO FLUMINENSE" esteve presente participando do Simpósio. No dia 26 de abril o encontro seria realizado na Unicamp, em Campinas, em São Paulo. O hooliganismo é um fenômeno europeu e tem raízes no século XIX, mas a palavra começou a ser associada à violência das torcidas no esporte na década de 1960, no Reino Unido.      

Profº Bernardo Buarque iniciando o "IIº Simpósio Internacional Hooliganismo e Copa de 2014"

O encontro foi coordenado pelo professor e pesquisador de História Social do Esporte e torcidas organizadas de futebol, Bernardo Buarque de Hollanda, com o intuito de discutir os desafios de implantação de políticas preventivas em resposta à violência das torcidas organizadas, no contexto para a Copa do Mundo de 2014, que será realizada no Brasil.

Camilo D’Ornelas (Centro de Estudos da Academia de Polícia-Rio)

Desde a década de 1980, com a ocorrência de tragédias de impacto midiático – Heysel (1985) e Hillsborough (1989), autoridade e forças repressivas da Europa tem envidado esforços no sentido de conter os embates, de punir e de impedir a entrada de grupos de torcedores que constituem potencial ameaça à “ordem” dos espetáculos esportivos. Junto ao crescente processo de penalização e de repressão, políticas de higienização, gentrificação e modernização dos estádios completam esse quadro de asfixia e afastamento dos atores “indesejados” do futebol, com estratégias de limitação no interior das arenas remodeladas.  

Flávio Martins, o “Frajola” (Young-Flu-FTORJ – Federação das Torcidas Organizadas do Rio de Janeiro)
A abertura foi no dia 24 de abril, na FGV, em Botafogo. Participaram da mesa de abertura Bernardo Buarque (CPDOC), Heloísa Reis (Unicamp), Camilo D’Ornelas (Centro de Estudos da Academia de Polícia-Rio), Flávio Martins, o “Frajola” (Young-Flu-FTORJ – Federação das Torcidas Organizadas do Rio de Janeiro), Paulo Sérgio Castilho (1º Promotor de Justiça do JECRIM central da Capital de São Paulo). 

Paulo Sérgio Castilho (1º Promotor de Justiça do JECRIM central da Capital de São Paulo)

O Profº Bernardo Buarque iniciou o Simpósio afirmando que existiam pessoas presentes de vários estados, como Paraná, São Paulo, dentre outros. E até uma pessoa do Chile. O profº Bernardo Buarque é Pesquisador do Centro de Pesquisa e Documentação (CPDOC) e professor da Escola Superior de Ciências Sociais, da FGV. É autor do livro “O clube como vontade e representação: o jornalismo esportivo e a formação das torcidas organizadas de futebol do Rio de Janeiro”. Eram mais de 230 inscritos. O Profº Bernardo Buarque disse que “as torcidas organizadas, conhecemos de maneira estereotipada. Conhecendo o processo europeu estaremos mais capazes para entendermos a nossa realidade”.

Heloísa Reis (Unicamp)

Em seguida o Profº Bernardo Buarque passou a palavra para Camilo D’Ornelas da ACADEPOL-RIO. O advogado Camilo D’Ornelas pronunciou-se: “Temos alguns desafios. E eles são grandes. Temos que entender esse homem que entra num cenário de emoções como os estádios. Ultimamente, eu tenho estudos que nos levam a razão dos comportamentos inadequados nos estádios. A Polícia Civil tem pensado como vamos treinar esse policial inserido na questão da segurança. A polícia precisa ser entendida e precisa entender. Ultimamente, tem se debatido sobre as torcidas organizadas do Rio e São Paulo. Os membros das torcidas organizadas do exterior não virão ao Rio de Janeiro para conhecer o Corcovado e outros pontos turísticos. Virão para conhecer como se manifestam as torcidas organizadas daqui”.

Plateia participando do Simpósio

Flávio Martins, o “Frajola” também fez sua colocação: “A FTORJ (Federação da Torcidas Organizadas do Rio de Janeiro) já existe há quatro anos. Temos dez filiadas e em breve mais duas. Começamos a reunir pessoas, de várias torcidas, que não ficavam nem no mesmo ambiente. É um avanço! A FTORJ é a primeira Federação do Brasil. Já tem uma no Ceará e em Pernambuco. Aqui está se criando um modelo de estádio europeu. Hoje a FTORJ é respeitada por todo o poder público. Nós participamos de todas as decisões. O site da FTORJ é www.ftorj.com”. 

Paul Dietschy (Science PO – Paris)
As torcidas filiadas a FTORJ são: Torcida Botachopp, Torcida Fla-Manguaça. Torcida Força Jovem do Vasco, Torcida Força Flu, Torcida Fúria Jovem do Botafogo. Torcida Ira Jovem do Vasco, Torcida Jovem do Flamengo, Torcida Raça Rubro Negra, Torcida Urubuzada e Torcida Young Flu. O Profº Bernardo Buarque fez um breve comentário: “Essa entidade precisa ser fortalecida nos próximos anos”.

José Paulo Florenzano (PUC/SP)


Na sequência, pronunciou-se Paulo Sérgio Castilho: “Eu defendo 5% para os visitantes nos estádios e torcida única para os jogos de riscos. E sei que são medidas polêmicas. Eu defendo as torcidas organizadas. As torcidas organizadas são fruto da sociedade. Em que setor da sociedade não tem bandido? O futebol tem o ingrediente da paixão. O cidadão muda de casa, muda de mulher, mas não muda de time de futebol. Temos que trabalhar com a imprensa porque ela fomenta a violência. Quero deixar a minha opinião, como Promotor de Justiça: ‘Temos que combater a causa de violência. Porque estamos tomando medidas paliativas. Trabalhamos as consequências e não as causas. Temos que combater tudo que gera violência. Os líderes, as pessoas que ameaçam com barra de ferro. Nós temos delegados, inspetores de polícia, políticos, que fre quentam torcidas organizadas. Como também temos pessoas ligadas a facções criminosas. Dos integrantes de torcidas organizadas 80% trabalham ou estudam. Me parece que na última Copa da França não teve bebida alcoólica. Ocorre 90% da redução da violência sem a bebida alcoólica. Não é só briga que se evita, existem os acidentes também que são ocasionados pelo consumo de bebida alcoólica. Aí, alguns dirão, ‘mas em show também tem bebida alcoólica’. Mas em show não tem ‘dois lados’, não tem rivalidade”.

Martin Curi Spörl (UFF)
Em seguida falou a Profª Heloisa Reis da Unicamp. Heloísa Reis é Professora da Faculdade de Educação Física da Unicamp. É autora do livro “Futebol e violência” e de inúmeros artigos relacionados à temática do hooliganismo no Brasil e na Europa. A Profª Heloisa Reis disse: “Pesquiso futebol e violência desde 1995. Comecei sozinha em 2000 tentando mostrar que o tema é extremamente complexo. É necessário na academia e na sociedade compreendermos o conceito de hooliganismo. Não podemos confundir hooligans com torcedores de torcidas organizadas. Existe uma tendência de misturar as coisas. Eu defendo a existência de torcidas organizadas. É um erro achar que acabando com as torcidas organizadas vamos diminuir com a violência. Qual é a importância das torcidas organizadas para a sociedade brasileira? É o grande interesse para a academia. Facção organizada é uma expressão com conotação negativa que ´so potencializa o problema”.

Anastassia Tsoukala (Universidade de Paris V)
Em seguida foi apresentado um documentário sobre cenas de violência na Copa do Mundo da Alemanha que não foram exibidas pelos canais de TV. Cenas fortes de violência. Foi dito pelo Profº Bernardo Buarque que estavam presentes ao Simpósio integrantes da Força Flu, Young Flu, Força Jovem do Vasco, Movimento Guerreiros do Almirante do Vasco, Associação Nacional dos Torcedores e Frente Nacional dos Torcedores. Depois foi também exibido um filme de torcedores franceses. Era um filme sobre os 40 anos do Paris Saint-Germain. E duas torcidas organizadas do clube que se confrontam. Em 2009, ocorreu uma morte por causa deste confronto. E o clube acabou com as torcidas organizadas. E hoje o que existe é um estádio frio e sem a festa.    

  
Marcos Alvito (UFF)

No dia 25 de abril, de 9h às 12h, realizou-se o debate “Distúrbios em estádios na Europa: histórico da violência torcedora”. A mesa era composta por: Paul Dietshchy (SCIENCE PO – Paris), José Paulo Florenzano (PUC/SP) e como Moderador Bernardo Buarque.
Paul Dietschy (Science PO – Paris) é Historiador do Esporte. É autor do livro “L’historie du football”. Colaborou em projeto institucional de História da FIFA, patrocinado pela mesma entidade. Paul Dietschy fez uma longa apresentação sobre os “Tifosi du Napoli”. E Paul Dietschy finalizou dizendo: “Podemos afirmar que estas violências são mais nacionalistas. Nos anos 1960, já vemos desenhada a cultura dos ‘ultra’. Que se tornou hegemônica nos anos 1970”.

Tenente-Coronel João Fiorentini, comandante do GEPE (Grupamento Especial de Policiamento em Estádios)


Posteriormente, José Paulo Florenzano (PUC-SP) pronunciou-se. José Paulo Florenzano Historiador e Antropólogo, professor da PUC-SP. É autor de livros sobre futebol (“Afonsinho e Edmundo: a rebeldia no futebol” e “A democracia corintiana: práticas de liberdade no futebol brasileiro”) e de artigos em jornais e revistas acadêmicas sobre o caso dos ‘ultras’ na Itália. José Paulo Florenzano disse: “O cineasta Pier Paolo Pasolini em 1969 estava no estádio em Turim. E disse: ‘Eu tenho a impressão que nada mudou nos últimos 25 anos. Nada mudou e nada mudará’. Pasolini era um ‘tifosi’, frequentava estádios. Já é possível detectar o enfrentamento de torcedores com pedras e paus no período ‘Entreguerras’ (1918-1939). O personagem do 'tifosi' merece uma reflexão aprofundada. Isso já na década de 1920. O nacionalismo exacerbado vai potencializar a violência. A uma rivalidade que passa pela rivalidade esportiva, mas existe aí uma rivalidade local. O período Pós-guerra, mostra a genealogia dos ‘ultra’. Os ‘ultra’ entram em cena nos anos 1970. San Ciro 1968, ocorre o advento da torcida ‘Fosso dos Leões’. Movimento 'ultra' expressa  a autonomização da juventude nos anos 1960. A via italiana é marcada por uma originalidade. Os 'ultra' apresentam uma carnavalização. Os 'ultra' vão fustigar a rivalidade norte/sul. A um percurso do movimento 'ultra' pelo extremismo político. Daí Chê Guevara é cultuado nos estádios  italianos. Os 'ultra' são contemporâneos da ‘Era do Terrorismo’. O ‘Fosso dos Leões’ cultuava o guerrilheiro Chê Guevara um suas bandeiras. A um limite na politização das torcidas. Roma e Lazio, março de 1974, objetos são jogados no gramado. Será gerada uma briga que sairá dos estádios. A partir de 1977, os 'ultra' entram na militarização das torcidas, Mas não se tocam nas mulheres, nos velhos e em quem não tem nada a ver. É a conduta moral dos 'ultra'. A partir de meados anos 1980, ocorre a fragmentação dos 'ultras'. Agora ao lado da figura, surge Alex, personagem do filme ‘Laranja Mecânica’. Quem é o inimigo para o movimento 'ultra'? Não pode ser reduzido a extrema violência. E a utilização da violência”.    

Leandro Moraes, o "Campinho" (Young-Flu); Profº Bernardo Buarque (FGV); Eduardo Coelho; Gustavo Coelho (UERJ); Flávio Martins, o "Frajola" (Young-Flu e FTORJ)

De 14h às 17h, realizou-se o debate “Polícia e políticas de segurança na Europa: hooliganismo, terrorismo e imigração”. A mesa era composta por: Anastassia Tsoukala (Universidade de Paris V), Marcos Alvito (UFF) e como Moderador Martin Curi Spörl (UFF).
Anastasia Tsoukala é Jurista e criminóloga, professora na Universidade Paris-Sud XI e pesquisadora na Universidade Paris V-René Descartes (Sorbonne). Trabalha com a concepção e a aplicação das políticas de segurança na Europa, em matéria de hooliganismo, de antiterrorismo e de imigração.
Anastasia Tsoukala disse: “Eu sou jurista. No caso do hooliganismo temos muitas leis. Não faltam textos. É proibido consumir álcool. É proibido invadir o gramado. O problema do alcoolismo é no norte da Europa. No sul não existe. Eu sou grega. Os torcedores gregos não precisam beber para externar a sua violência. Os do norte sim. Quantas vezes você pode levantar da sua cadeira? Não estamos numa ópera num estádio. Ocorreram muitas mortes em 1985, entre Juventus e Liverpool, em Bruxelas. E culparam os hooligans. Quando vemos os processos, vemos que todos deveriam ser culpados. Mas só falam dos hooligans. A partir de 1985 os países europeus começam a adotar leis anti-hooligans. Com o fim do comunismo não existe mais o inimigo. Nos anos 2000 viu-se surgir uma nova tendência, que é diferente. É impessoal, o torcedor está ausente. O controle dos torcedores no estádio passa para o setor privado. Quem é suspeito? Você não tem a liberdade de agir. O político para ser reeleito precisa reduzir o sentimento de insegurança de seus eleitores. O sentimento de insegurança é muito subjetivo. O eleitor quer se sentir seguro. Realmente a segurança dentro dos estádios melhorou. A violência foi transferida para fora dos estádios. Os jovens hooligans vão se encontrar fora do espaço urbano. Enquanto os meios de comunicação não falarem a população está tranquila, o governo está tranquilo, todos estão tranquilos. Quando os europeus vierem formar vocês (sobre segurança) para a Copa do Mundo, eles não vão procurar saber a realidade de vocês. Eles vão fazer do jeito deles. É claro que vocês terão incidentes. É impossível que vocês não tenham. Na Alemanha, em 2006, existiram 9.000 detidos. A Alemanha vendeu a i magem de um torneio perfeito e pacífico”.
Em seguida era vez de Marcos Alvito, que é Historiador e Antropólogo, professor da Universidade Federal Fluminense (UFF) coordenador da Revista Esporte e sociedade e do Núcleo de Estudos em Esporte e Sociedade (NEPESS). Autor de livros e do artigo “A parte que te cabe neste latifúndio: o futebol e a globalização”. Pós-doutor na Inglaterra (University of Leicester), com o projeto: “A paixão vigiada: o policiamento de torcidas no Brasil e na Inglaterra”. O título da palestra de Marcos Alvito era: “A madeira de lei: gerir ou gerar a violência nos estádios brasileiros?” Marcos Alvito disse: “Eu sou você amanhã. O que ocorre na Europa vão trazer aqui para o Brasil. Indagações fundamentais:
Qual a racionalidade, ou quais as racionalidades em torno das quais são montados os dispositivos de segurança, vigilância e controle?
Em que medida determinados tipos de gestão da violência nos estádios são incapazes de impedi-la?
O GEPE (Grupamento Especial de Policiamento em Estádios) foi criado em 1991. Não existe nenhuma força policial especializada em segurança de estádios no Brasil. Ele é subordinado ao Batalhão de Choque. O Brasão da PM é do tempo do Império, com dois ramos de plantas, do café e tabaco e duas armas entrelaçadas. A PM na sua História esteve marcada a caça de escravos fugidos e defendendo os interesses dos poderosos. Um clube que tradicionalmente é conhecido como aristocrático, o Fluminense Football Club, proporcionou aquilo que ficou conhecido como a “FARRA DOS INGRESSOS” que todos nós vimos. A mesma rede de TV (Globo) que fala em violência dos estádios, coloca o jogo às 22:00 horas causando a violência. O hooliganismo na Inglaterra diminuiu quando o torcedor começou a ser tratado como gente, sem ser tratado como animal. Num conflito na Inglaterra entre o Leeds e o Millwall, o que fizeram os policiais? Apenas filmaram os torcedores agindo de forma violenta. Para posteriormente, promoverem o indiciamento e a condenação dos torcedores com as provas das filmagens. E o que fariam aqui? Partiriam para a violência contra os torcedores. O melhor amigo do policial: é o cassetete. Já vi policial do GEPE se gabando: “Mandei fazer um cassetete de maçaranduba que dói pra cacete”. Policial do GEPE na aparta a briga, ele entra na briga. Os torcedores são uma espécie de gado. O gado ainda é tratado com algum carinho. Durante a minha pesquisa entrei no banheiro do GEPE e estava sujo, sem papel higiênico. Eles não tinham plano de saúde. E um deles dizendo que não tinha grana para comprar uma casa na favela em Santa Cruz. Nada contra quem mora numa favela em Santa Cruz. Mas apenas para desatacar um local e um bairro distantes do centro da cidade e com pouca valorização no mercado imobiliário. De que maneira a preocupação com a segurança deixa em segundo plano o respeito à democracia e às liberdades individuais? Em março de 2009 foi assinado o “Cadastro Nacional dos Torcedores” proposto pelo então Ministro do Esporte, Orlando Silva, Em nome da ‘segurança’ visando a Copa de 2014 havia o plano de instituir o cadastramento obrigatório de ‘todos’ os que quisessem frequentar um estádio de primeira ou segunda divisão do país no ano seguinte. A lei que ainda impera nos estádios é o cassetete. É interessante observar que a imprensa esportiva não está presente neste seminário. O futebol no Brasil é feito como controle de massa. Recentemente num jogo entre Fluminense e Botafogo, a PM prendeu 62 (sessenta e dois) botafoguenses. Só um ficou preso. Os policiais do GEPE diziam que o pior jogo de trabalhar eram os jogos do Fluminense, pelo elevado nível cultural dos torcedores. Eram os mais contestadores. Sabiam leis e regras que amedrontavam os policiais”.
Estava presente no seminário o Tenente-Coronel João Fiorentini, comandante do GEPE (Grupamento Especial de Policiamento em Estádios). Durante a abertura do Simpósio para as perguntas e debate com a plateia, o Tenente-Coronel João Fiorentini realizou uma importante e corajosa explanação que recebeu aplausos e a admiração de todos. O Tenente-Coronel João Fiorentini disse que estava ali no seminário para aprender. Ele reconhecia alguns erros da Polícia. E pedia a colaboração de todos para que apontassem soluções para os problemas.

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