quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

A DEMISSÃO DO TENÓRIO

Nos últimos dias cresceram os rumores de uma possível desavença entre o Vice-presidente de Futebol do Fluminense Ricardo Tenório e o Gestor de Futebol Mário Bittencourt. Os dois fazem parte do “núcleo duro” do candidato a presidente do Fluminense Peter Siemsen. A confusão teria ocorrido em Campos, na ocasião do jogo contra o Americano. E isso teria feito com que Mário Bittencourt tivesse regressado ao Rio de Janeiro antes do prazo previsto. E ao ser procurado pela imprensa para pronunciar-se sobre a crise, Mário Bittencourt não teria sido encontrado pelos repórteres.

Alguns tricolores no parquinho diziam ser “mentirinha” da Flapress. Outros já na colônia de férias do Fluminense consideravam que fossem “artimanhas da Flapress”. Não vamos entrar aqui, no mérito de julgar se isso, que alguns tricolores chamam de “Flapress”, existe ou não. Só me recordo que na época do RIVELINO e do ROMERITO esse troço não existia. Mas, o fato é que as denúncias da imprensa se concretizaram. E o Tenório foi demitido!

Logo que assumiu Tenório cometeu um erro político que já demonstrava alguma inexperiência dele para um cargo político. Tenório logo que assumiu o cargo propôs uma “trégua entre os grupos políticos” do Fluminense. Nada contra a sua iniciativa! O problema é como surgiu à proposta, diante dos “holofotes” da mídia. A iniciativa de propor uma trégua é completamente louvável. Porém, o mais correto é que Tenório tivesse procurado e se articulado com os mais diversos grupos políticos do Fluminense e seus líderes, na tentativa de salvarmos o clube do rebaixamento. Mas, não o fez. E isto causou desconforto em alguns setores da política tricolor que julgaram que ele teria se utilizado da importância do cargo para realizar tal proposta e “ficar bem na fita” com a torcida. Ou como se diz por aí, “jogou pra torcida”.

Ao longo de sua permanência no cargo, percebíamos que Tenório não tinha respaldo político algum e sem base de sustentação. E sabe-se que um dos problemas para alguns rompimentos foi à permanência de Alcidades Antunes no cargo que ocupava. Sabemos que Tenório teve problemas com Celso Barros. E sabemos também que Tenório não era unanimidade na própria direção do Fluminense. Mas, o que fez Tenório? Continuou isolado politicamente. Deve ter confiado apenas nos resultados (dentro de campo) do "time de guerreiros".

As alegações para a demissão de Tenório é de que possuía um temperamento autoritário, mandão e que em algumas situações gritava com as pessoas. Seu relacionamento com os jogadores tornou-se péssimo na questão da premiação aos jogadores sobre a permanência na Série A. Um dos que reclamaram do Ricardo Tenório foi o centroavante Fred, ídolo da torcida, que teria telefonado para o sr° Celso Barros e para o presidente Horcades para manifestar sua insatisfação e de todo o grupo.

No site oficial do Fluminense, no dia 19/01/10, às 19:40 hs, foi publicada uma NOTA OFICIAL dizendo que: “O Departamento de Futebol do Fluminense possui um grupo coeso, atletas, comissão técnica e dirigentes trabalham num ambiente de respeito mútuo e alto grau de profissionalismo. Nunca houve qualquer problema de relacionamento interno da forma como vem sendo insistentemente divulgada por alguns veículos de comunicação.

Qualquer tipo de discordância que possa a vir a acontecer neste departamento será resolvida internamente e dentro do clube. Nunca fora dele. Sempre com educação e num debate em alto nível, onde todos os envolvidos tenham a oportunidade de expor seus pontos de vista”.

Bem, na verdade esta NOTA OFICIAL ficou um pouco confusa diante dos fatos que se sucederam em menos de 48 horas após ela ter sido publicada. Mas se fizermos uma leitura dela “nas entrelinhas”, quando ela diz que, “qualquer tipo de discordância que possa a vir a acontecer neste departamento será resolvida internamente e dentro do clube”, já poderíamos prever aí a demissão do Tenório.

E assume o cargo de Vice-presidente de Futebol do Fluminense Alcides Antunes, que era assessor de Tenório. Alcides Antunes exerceu a função na vitoriosa campanha do título estadual de 1995. Alcides Antunes disse ao site oficial do Fluminense: “Problemas de relacionamento acontecem em qualquer lugar. O grupo e a comissão técnica não tiveram nada a ver com isso. Se houve problema do Tenório com alguém não foi com nenhum jogador, foi uma coisa resolvida internamente”. Louvável o discurso de Alcides Antunes, pois se percebe nitidamente em sua fala que, procura solidarizar-se com o companheiro demitido e preservar o elenco de possíveis críticas dos defensores de Tenório.

O site Globoesporte.com sobre Alcides Antunes disse: “Unanimidade entre os jogadores, Alcides chegou para acabar com um foco de insatisfação interna diante da postura de seu antecessor. Apesar dos desmentidos em nota oficial e panos quentes, o novo vice foi sincero e admitiu que existiam problemas de relacionamento de Tenório com membros do grupo tricolor”. Analisando por este prisma, o presidente Horcades não foi tão cruel assim, como alguns querem dizer. Dessa forma fica difícil segurar não só o Tenório, como qualquer um.

No blog do grupo político Flusócio agora oficialmente se escreve que o trabalho de Alcides Antunes é bom. Não estamos aqui julgando o trabalho de Alcides Antunes, muito menos o grupo Flusócio. Porém, é bom lembrar que sua permanência no Departamento de Futebol de Fluminense foi um dos motivos para o rompimento do grupo Pavilhão Tricolor com a Flusócio. E também foi o estopim para que na “famosa reunião do Lamas” o grupo do candidato Rodrigo Nascimento tivesse rompido politicamente com Peter Siemsen e ainda sobrasse alguns “catiripapos” e “sopapos” para o brilhante advogado candidato. Contudo, a confusão parece ter tomado conta de alguns no grupo. O admirável conselheiro Claudio Maes disse no blog: “Pergunte para quem escreveu e publicou sozinho sem consultar o grupo. Eu não assino embaixo elogios ao Alcides Antunes. O lugar dele é longe das Laranjeiras”.

Para alguns leitores do blog e simpatizantes da Flusócio, o grupo já mereceu críticas por sua demora em posicionar-se diante dos fatos. E para os mesmos “os elogios a Alcides Antunes foram o fim”. E aí querer colocar a culpa no presidente Horcades por “não ter sido hábil o bastante para conseguir amenizar a crise interna“ é demais. Menos! O presidente Horcades, nem ninguém têm que ser babá de coisa alguma. Muito menos de dirigente.

Ao aceitar o desafio, Tenório foi sozinho pra guerra. E isso não o torna um herói. Muito pelo contrário! Não se entra sozinho numa guerra! O cargo de Vice-presidente de Futebol não é um cargo executivo. É um cargo político! Tenório tinha que ter jogo de cintura e não teve!

Talvez os membros do grupo Flusócio só se pronunciaram tardiamente para todos os seus leitores e simpatizantes, por não terem conseguido dimensionar o tamanho da crise que se avizinhava. Aí, ou é um problema de erro de avaliação ou inconsistência nas articulações políticas. Significa (ou pelo menos parece) que não ligaram para o falatório, porque tudo o que a imprensa publicou era verdade e Tenório caiu.

Muitos falavam que a imprensa queria desestabilizar o Fluminense. Mas o fato é que a crise existia mesmo. Saber lidar com as pessoas e liderar é parte importantíssima da competência de um grande gestor de futebol. O que infelizmente, faltou no grande Ricardo Tenório. E o fato de alguém assumir um cargo importante, mesmo tendo sucesso em sua vida profissional, não transforma ninguém em líder de coisa alguma.

Entretanto, fica a sugestão para o grupo refletir mais sobre a inserção do patrocinador do Fluminense. E não cabe mais ficar o tempo todo colocando a culpa de tudo no presidente Horcades. É reduzir muito as possibilidades do debate e reduzir a inteligência alheia, mesmo que não seja esta a intenção. Como se percebe muitos leitores e simpatizantes do grupo já cada vez mais, questionam a “eminência parda” tricolor, chamada, sr° CELSO BARROS. O grande “calcanhar de Aquiles” para o grupo e seu candidato Peter Siemsen será explicar durante o ano eleitoral, as relações comerciais e jurídicas entre o candidato e o patrocinador do Fluminense. Nossas reflexões são apenas no intuito de aprofundarmos as análises e o debate sobre a política tricolor. Com a vontade de tornar cada vez mais bem informados, o associado do Clube e o torcedor tricolor. Até porque, “O FLUMINENSE SOMOS TODOS NÓS”.

Saudações Tricolores

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