O atacante Fred deu sua entrevista coletiva neste sábado, dia 06/08 A entrevista mais parecia um roteiro de novela mexicana. E o texto estava todo anotado para o Fred não esquecer. Ele não queria deixar passar nada. Fred citou a palavra segurança diversas vezes. Como se o Fluminense fosse um quartel da Polícia Militar ou a Secretaria de Segurança Pública que tivesse obrigação de lhe dar segurança. E o Fred disse que “hoje a ideia é sair”. Diante disso só nos resta dizer: “Vai com Deus Fred!”
A grande verdade é que desde que chegou ao Fluminense, o Fred vem ganhando demasiado poder no clube. E deve ter adorado isso tudo. Ele é suficientemente esperto e sabe ocupar espaços. Até médico já se demitiu por causa dele. Vale lembrar também que o Fred esteve muito tempo fora de campo, tanto em 2009, quanto em 2010. Tanto que das 38 partidas do Campeonato Brasileiro de 2010, Fred só jogou 14 jogos. Neste mesmo ano de 2010, Fred prometeu fazer 60 gols na temporada, mas só fez 18. Talvez a insatisfação de boa parte da torcida venha daí. Ninguém esquece.
Em 2009, chegou a se tratar de problemas médicos em Belo Horizonte, causando indignação de muitos torcedores, sócios e conselheiros do Fluminense. Mas na reta final de 2009, teve bom desempenho, como toda a equipe, na épica “arrancada tricolor”. Por isso, não dá pra escutar o Fred falar na entrevista: “O momento que tava pressão só em mim, desde 2009. Pressão sempre foi em mim. Toda a responsabilidade nas minhas costas”. Na “arrancada tricolor” surgiu o “time de guerreiros” ou apenas um único guerreiro?
Não sejamos tolos! Nesta história toda do Fred e os “60 caipisaquês”, o certo é que há mais coisas entre o céu e a terra do que a nossa vã filosofia pode imaginar, como diria o poeta e dramaturgo inglês. Porém, vale ressaltar que o Fred não jogou sete partidas pelo Campeonato Brasileiro, fato que lhe permite ainda trocar de clube.
Engraçado, que ao admitir que tinha bebido, Fred disse: “Na terça-feira foi consumido bebida alcoólica, sim. E eu bebi. Bebi três ca... é, é, é... bebidas. Bebi três”. Fred titubeante parecia que falaria a palavra “caipirinha”. Mas deve ter pensado no exato momento e mudou a palavra se corrigindo. Por que será que ele resolveu não falar a palavra que dá nome a bebida alcoólica (caipisaquê ou caipirinha) que consumiu? Será que em fração de segundos pensou que pronunciar o nome da bebida alcoólica reforçaria ainda mais sua imagem negativa associada ao consumo de bebidas alcoólicas?
Fred cometeu alguns deslizes na entrevista. Tanto que mesmo com a presença de algumas jornalistas, o centroavante descortinou seu vocabulário entremeado por expressões ‘chulas’ e ‘vulgares’. Fred usou expressões inadequadas e impróprias para o momento. Esqueceu-se que existiam mulheres no recinto e que falaria para um grande público. Mas talvez ele não tenha percebido. Tudo bem. Seria pedir demais. Afinal ele está profundamente ‘abalado psicologicamente’ e devemos respeitá-lo.
Contudo, talvez querendo ganhar tempo pra ver a poeira abaixar, Fred tenta jogar toda a pressão do episódio pra cima de Leandro de Carvalho, o Campinho, o presidente da torcida organizada Young-Flu. E Fred fez pesadas acusações chamando Leandro Campinho e outros integrantes da Young-Flu de “marginais”. Fred disse: “E se alguém vier falar alguma coisa, esses marginais vierem falar alguma coisa”. E Fred disse mais: “Eu não quero torcida se achar no direito... torcida não, marginais”. E ainda continuou: “Esse cara não é torcedor. Esse cara não é torcedor”.
O Fred é Juiz de Direito? Ele tem o poder de julgar e condenar alguém? Talvez ele não saiba que todos são inocentes até que se prove o contrário. Mesmo que as pessoas envolvidas no episódio tenham algum tipo de processo na Justiça não significa que elas devam ser tratadas como condenadas ou como se fossem o que existe de pior da humanidade. E o que fez o Fred ao chamá-los de marginais? Não é uma espécie de julgamento ou condenação?
O Fred chamando alguém de marginal talvez ‘se ache’ superior aos outros por ser um boleiro que conseguiu algum êxito financeiro? Que bom pra ele! Mas foi patético ouvir o Fred dizer que um jornalista – que ele diz que o persegue – quer conseguir fama as suas custas. Essa declaração foi o cúmulo da arrogância e prepotência. Mas arrogante mesmo foi quando uma jornalista lhe fez uma pergunta e ele não lhe respondeu. Ao contrário, ao invés de responder, tentou virar o jogo a seu favor fazendo uma pergunta para a jornalista, continuando sem respondê-la. E ainda disse de maneira prepotente: “Não é possível que vai ter mais Gilmar Ferreira e Caio Barbosa aqui dentro”. Será que o Fred quer implantar uma linha fascista de proibir alguns jornalistas de entrarem no Fluminense? Ele tem esse poder? Ele recebe salário do Clube e do patrocinador para determinar quais jornalistas entrarão no Fluminense? Será implantado um regime fascista no Fluminense, onde determinados jornalistas não poderão mais entrar?
É bem capaz que o Fred não saiba, mas o Leandro de Carvalho, o Campinho, presidente da torcida organizada Young-Flu, que ele chamou de marginal é Professor de História. Outra coisa que talvez o Fred não saiba é que o Leandro de Carvalho, o Campinho, que ele chamou de marginal, é sócio do Fluminense Football Club. E vários outros integrantes da Young-Flu também são sócios do Clube. E talvez, outra coisa que o Fred não saiba é que o Leandro de Carvalho, o Campinho, foi convidado para fazer parte da chapa “NOVO FLUMINENSE” no Conselho Deliberativo. E esta foi a chapa que levou o presidente Peter Eduardo Siemsen ao poder em 30 de novembro de 2010. Mas o Leandro de Carvalho, o Campinho, declinou do convite. Agradeceu, mas declinou do convite. Será que o presidente Peter Eduardo Siemsen convidou ‘marginais’ para fazer parte de sua chapa? Com toda certeza não. Por isso convidou o Leandro de Carvalho, o Campinho. Mas não é o que pensa o Fred, que pelo visto não conhece nada do Fluminense. Mas deve ‘se achar’ um Doutor no assunto.
Também não sei se o Fred sabe, mas a Young-Flu possui milhares de torcedores espalhados por todo o Brasil. Como a Força-Flu e várias outras torcidas organizadas do Fluminense. Fazer o discurso que o Fred fez, reforçando o estigma contra os torcedores de torcidas organizadas não resolverá o problema em questão. Talvez, apenas arrumará outro. Só aumentará o preconceito social contra os membros de torcidas organizadas, que são tricolores como qualquer um de nós. Afinal, "O FLUMINENSE SOMOS TODOS NÓS". Pois ao chamar os torcedores de torcida organizada de “marginais” o Fred fechou muitas portas no Fluminense. E ele terá ambiente para continuar nas Laranjeiras após suas declarações e as ausências nas duas últimas partidas?
Já podemos perceber os adeptos do discurso moralista dos que são contrários as torcidas organizadas saindo da toca. Só que encontraram um péssimo 'arauto da moralidade' para empunhar sua bandeira. Para quem levou anotações ‘para não deixar passar nada’ foi no mínimo mal assessorado e orientado. Como foi e continua sendo mal assessorado ao não entrar em campo nas partidas contra o Internacional e América-MG. E com o Grêmio no próximo final de semana? Também continuará ‘abalado psicologicamente’?
Como o Fred não tem condições psicológicas para enfrentar o América-MG se o Flu jogará fora de casa, na sua querida terrinha, o estado de Minas Gerais? Se o atacante não tem condições de jogar pelo Flu como tem condições para jogar pela Seleção Brasileira? O profundo ‘abalo psicológico’ tem cor de camisa? Pelo menos o Fred entrando em campo serviria pra desfazer a ‘coincidência’ do sétimo jogo. Não jogando, ele só reforça a tese que deseja sair e está arrumando desculpas esfarrapadas. Questão de segurança não é da competência do Fluminense. Mas se o Fred diz que ‘hoje a ideia é sair’ o que poderemos fazer? Só nos resta dizer: “Vai com Deus Fred!”
domingo, 7 de agosto de 2011
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