sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Festa do Fla ou Ingressos do Flu?

Dando um pequeno passeio pelo mundo virtual, podemos nos deparar com alguns tricolores se queixando sobre uma possível ajuda financeira do Governo do Estado do Rio de Janeiro a festa do Flamengo no próximo domingo, dia em que será definido o campeão brasileiro. Entretanto, visitei o site do Governo do Estado do Rio de Janeiro para ler a tal notícia que serviria como prova que incriminasse o governo.

É lógico que, dei um desconto pra rapaziada, pois no momento em que acabamos de perder um título, todos nós tricolores, ainda estamos muito chateados e tristes. Ou melhor, como se diz no popular “de cabeça inchada”.

Poxa, se todos estes tricolores exercessem sua “cidadania fluminense” sempre desse jeito, com toda certeza nosso estado e nossa cidade ficariam cada vez melhores. Pois estariam todos sempre muito atentos em todos os nossos problemas econômicos, políticos e sociais. E não apenas aos problemas que envolvem o nosso clube de futebol do coração. Mas se para fazer valer todo esse espírito cidadão, for necessária uma festa do Flamengo, preferiria que ninguém exercesse cidadania alguma.

Brincadeiras à parte com o Flamengo, até porque sou democrático e respeito nossos rivais, mas causa apreensão a discussão. Até porque acredito que neste momento, os tricolores não devem se preocupar com o Flamengo. Confesso que me provoca certa apreensão, assistir várias pessoas que, com toda certeza possuem as melhores e boas intenções em relação ao nosso querido Fluminense “perder tempo” com esta questão do Flamengo e Governo do Estado.

E com certeza, algumas dessas pessoas, muito provavelmente num futuro próximo estarão entre os “senhores membros do conselho”. E aí? E aí que estarão comandando o nosso clube. E antes que seja apedrejado por alguns, vou logo dizendo, não se trata aqui de defender nem atacar ninguém. Trata-se apenas e exclusivamente de que, ao exercermos nossa “cidadania fluminense” temos o livre direito de fazermos “REFLEXÕES PROFUNDAS”.

E para o êxito destas reflexões a memória é de fundamental importância. A memória, por sinal é algo que deve ser muito bem trabalhado, principalmente por adeptos de um clube centenário muito caracterizado por sua “TRADIÇÃO”. E porque falo em memória? Porque é algo que falta em alguns por ai! Mas um bom “CIDADÃO FLUMINENSE” sempre estará atento e vigilante
para auxiliar nossos nobres companheiros tricolores.

Muitos de nossos nobres companheiros tricolores, futuros “senhores membros do conselho”, não devem se recordar (com toda certeza) de que, nós tricolores tivemos um grande festa no sambódromo na noite do dia 2 de julho de 2008, dia da partida final entre Fluminense e LDU, realizada no Maracanã. A grande festa tinha como objetivo receber os torcedores tricolores que não tinham conseguido ingresso para a partida. Mas para ilustrar a memória de alguns nobres companheiros tricolores, destaco a matéria do jornal LANCE do dia 3 de julho de 2008. Vamos à matéria:

TORCIDA NÃO LOTA O SAMBÓDROMO

Esquema montado para atender aos torcedores sem ingresso não empolga

A previsão era de que cinco mil pessoas fossem assistir à decisão da Copa Libertadores da América na Praça da Apoteose, mas somente cerca de mil torcedores do Fluminense estiveram no local para ver o jogo em telões.

Além de três telões onde puderam acompanhar a partida, um DJ foi contratado para animar a torcida do Fluminense.

Na entrada do time em campo, quando os nomes de Thiago Silva, Conca, Thiago Neves e Washington foram anunciados, a torcida festejou e gritou. Mas, no momento em que o volante Ygor foi pronunciado, vaias surgiram.

Entre os espectadores estava a estudante Luciana Caldeira, de 20 anos. Assim que viu os jogadores no gramado, ela não resistiu e chorou: - É emocionante ver o meu time na final da Libertadores. Se o Fluzão for campeão, faço uma promessa: vou economizar dinheiro para vê-lo jogar no Japão – afirmou Luciana.

Mário Quadros foi ao Sambódromo acompanhado por sua filha, Isabela. Diante do desespero e aflição da menina, tentou consolá-la. – Calma minha filha. Tenho a certeza que vamos ganhar – disse Quadros, que em seguida justificou a ansiedade da filha. – Ela herdou de mim o dom de ser tricolor. Mas as crianças são mais emotivas e é por isso que ela está chorando.


E que mal pergunte, o Sambódromo pertence ao Fluminense??? O Sambódromo pertence à torcida do Fluminense??? O aluguel do Sambódromo deve custar algum dinheiro??? Três telões para acompanhar a partida. Estes três telões saíram de graça??? Se não saíram de graça, quem pagou??? O Fluminense??? A torcida do Fluminense??? Um DJ foi contratado para animar a torcida do Fluminense. Quem pagou o DJ para animar a torcida do Fluminense??? Foi à diretoria do Fluminense??? Foi a torcida do Fluminense??? Foi um grupo de torcedores tricolores???

E aí, será que esta festa tricolor no Sambódromo foi alguma atitude eleitoreira??? Afinal de contas, 2008 foi ano de eleição! Mas segundo a matéria do jornal LANCE, cerca de mil tricolores gostaram desta atitude eleitoreira. E essas mil pessoas que foram ao Sambódromo não são tricolores??? São menos tricolores do que os que estavam no Maracanã??? E aí, o Fluminense precisou ou não da ajuda do poder público para fazer uma festa inesquecível??? Ou a única festa inesquecível foi de quem estava no Maracanã??? Esta festa tricolor no Sambódromo foi demagogia??? Então, tivemos cerca de mil tricolores demagogos, no mínimo??? Esta iniciativa de fazer uma festa tricolor no Sambódromo foi um assalto do governo que perdeu totalmente a noção de moralidade e eficiência no gasto público???

Pensando desta maneira, o poder público não poderia patrocinar bailes populares de carnaval. Pois atenderia apenas aqueles que gostam de carnaval (samba). Mas o poder público também patrocina outros tipos de festas e gêneros musicais. O que causa apreensão é uma idéia menos importante ser debatida de forma tão entusiasmada, num momento inoportuno.

Mas pode se observar na discussão, que depois de rodar, rodar e rodar, ela tinha destino. Atingir determinado membro do alto escalão governamental. Ou então, é “cabeça inchada” mesmo, o que é pior ainda. Pois se trata de algumas pessoas que pretendem tomar o poder no Fluminense. Afinal, não basta emoção, tem que rolar ação!

Prefiro preocupar-me com uma questão mais crucial do que esta. A questão dos ingressos do jogo do Fluminense contra o Coritiba, no estádio Couto Pereira. Na semana decisiva para nossa permanência ou não, na Série A do Brasileirão, nós tricolores que vamos nos preocupar com o Flamengo e sua festa???

No estádio Couto Pereira para esta partida decisiva entre Fluminense e Coritiba, foram colocados 35 mil ingressos para venda. Portanto, pela Lei o Fluminense tem direito a 3.500 ingressos, que é o equivalente a 10% da carga total, que sempre é destinada para o clube visitante.

E o que fez a brilhante e competente diretoria do Fluminense??? Trouxe apenas 500 ingressos para o Rio de Janeiro para serem comercializados entre os tricolores. Todos sabem o clima de guerra que está sendo criado pelos paranaenses, que estão denominando de Green Hell (Inferno verde). E a diretoria do Fluminense só trouxe 500 ingressos??? A diretoria do Fluminense não poderia ter trazido o equivalente a sua cota de 3.500 ingressos como determina o regulamento??? Teve algum motivo especial para não ter trazido??? Depois desta sincronia entre time do Fluminense e torcida tricolor, à competente e brilhante diretoria do Fluminense não podia, além de ter trazido os 3.500 ingressos que tem direito, ter facilitado o acesso a capital do Paraná disponibilizando alguns ônibus??? Ou já estamos totalmente assegurados na Série A e ninguém me avisou???

É de repente estamos totalmente assegurados na Série A e por isso tem gente por aí, questionando a festa do Flamengo. Então, nós tricolores devemos nos preocupar com a festa do Flamengo ou com o jogo do Fluminense contra o Coritiba??? Mas quem deveria tratar da questão dos nossos ingressos??? O Vice-presidente de Finanças??? O Gestor Financeiro??? O Gestor de Futebol??? O Vice-presidente de Futebol??? O Vice-presidente de Marketing??? O presidente do Clube??? O amigo do Rei??? O candidato a presidente??? TEM GENTE EM CASA??? CADÊ??? NÃO DÁ PRA VER! ONDE ESTÃO???

Não! Não, vamos falar aqui em candidato a presidente, para não ferir suscetibilidades. Mas achei estranho (na verdade engraçado) que agora a culpa da festa do Flamengo é do candidato a presidente do Fluminense, o sr° Júlio Bueno. Isso é que é um Fla x Flu eletrizante! Acho que essa história, talvez nem o próprio Nelson Rodrigues imaginasse.

Desculpem-me, esqueci ter prometido anteriormente neste mesmo texto não falar em candidato a presidente. Mas de tanto ler o nome do secretário Júlio Bueno na discussão sobre a festa do Flamengo, foram nove citações, fiquei pensando: o problema de alguns tricolores é a festa do Flamengo, a possível conquista do título do Flamengo, o Governo do Estado do Rio de Janeiro ou o Júlio Bueno???

Mas, vou deixar esta discussão de lado, pois neste momento não me interessa discutir o Flamengo e muito menos o Governo do Estado do Rio. O que me interessa é a permanência do Fluminense na Série A do campeonato brasileiro. Aqueles que preferem discutir a festa do Flamengo, que sejam felizes! Por isso, prefiro discutir a questão dos ingressos do Fluminense contra o Coritiba.

Então, gostaria de parabenizar o companheiro tricolor Marco Aquino, integrante do grupo Pavilhão Tricolor. Marco Aquino descreveu em seu texto “O circo continua...”, os detalhes de sua peregrinação para conquistar um desses “500 ingressos”. E escreveu que “não havia qualquer Vice-presidente ou Diretor presentes nestes departamentos” (Futebol e Financeiro). É o Marco Aquino sabe das coisas. E ainda tem gente que diz que, “tem gente em casa?”

Saudações Tricolores

Um comentário:

  1. IIhhhh, esse Post vai dar o que falar... Li o da Flusócio (de onde fica claro que você tirou a inspiração para esse texto) e o seu. Parei pra pensar. Realmente acho que rolou uma certa mesquinharia por parte de quem se enervou com os telões do flamengo. Principalmente porque tivemos um exemplo idêntico há pouco mais de um ano atrás, onde tivemos um enorme telão e todo o sambódromo para nós. Logicamente que eu não tenho os detalhes de cada caso, os contratos, quem pagou o quê e por aí afora, mas por alto, me pareceu sim ter havido um certo exagero por parte dos reclamantes. Por mais que doa a nós tricolores ter que dizer isto, mas é fato que no caso do Brasileiro, o flamengo representou o Rio de Janeiro na final depois de muitos anos, e sendo assim, não me parece nenhum absurdo o Estado colocar 2 ou 3 telões pela cidade. Ainda mais em se tratando do tamanho da torcida da mulambada. O que seria um absurdo, claro, é se ano que vem chegássemos na final também e não contássemos com o mesmo apoio. Mas não acredito que esse seria o caso, pois já tivemos um belo exemplo ano passado.
    Não achei o tal link no site do Governo do Estado, portanto não sei exatamente em que eles gastaram dinheiro, mas creio que o principal sejam mesmo os telões. Se assim for, reclamação injusta!

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