segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

ÓBVIO ULULANTE

Nelson Rodrigues morreu poucos minutos antes das oito horas da manhã do dia 21 de dezembro de 1980, num domingo. No fim da tarde daquele dia ele faria treze pontos na loteria esportiva, num “bolão” com seu irmão Augusto e alguns amigos de “O Globo”. Nelson morreu de trombose e insuficiência cardíaca. Tinha 68 anos.

Nelson Rodrigues era um homem de jornal, mais que um homem de teatro. Entretanto, consagrou-se como o maior dramaturgo brasileiro.

Nelson frequentava os botequins que ficavam perto dos jornais, para tomar café em pé. E era abordado por populares, quase sempre lhe perguntando sobre futebol e pelo Fluminense.

Ao defender o regime militar, entre os anos 60 e 70, Nelson brigara com toda a esquerda brasileira. E para muitos ele era visto como o “reacionário” oficial do Brasil. E Nelson, que não perdia uma piada, assumiu a pecha e a usou como título de um de seus livros.

Nelson Rodrigues era direto e colocava “o dedo na ferida”. Um traço marcante no trabalho de Nelson Rodrigues era o de assumir posições polêmicas diante de questões importantes.

Nelson Rodrigues descobriu o Fluminense em 1919. Um de seus personagens mais famosos, o “Sobrenatural de Almeida”, responsável pelo inexplicável nos gramados, teria surgido, segundo ele, em um lance espetacular do lendário goleiro tricolor Marcos Carneiro de Mendonça, que defendeu um pênalti e os dois rebotes seguintes, num Fla x Flu de 1919.

Os estudiosos estrangeiros, que hoje se debruçam sobre sua obra, acham espantoso: como um escritor tão importante, capaz de dizer coisas tão profundas sobre o amor e o sexo, a vida e a morte, podia se dedicar tanto ao futebol. Nelson Rodrigues além de ser um gênio da dramaturgia brasileira é o torcedor mais emblemático do Fluminense.

Nelson Rodrigues foi o grande criador da mitologia tricolor. Como dizia Nelson, “A morte não exime ninguém dos seus deveres clubísticos”.

E sabendo disso, o treinador Cuca do Fluminense, também demonstrou possuir admiração pelas palavras do profeta tricolor. Cuca revelou que utilizou crônicas de Nelson Rodrigues para motivar o elenco do Fluminense, neste ano de 2009 na luta contra o rebaixamento. E mais uma vez parafraseando Nelson Rodrigues, “a verdade incontestável é que ninguém ganha da forma como nós ganhamos. As vitórias dos outros são simples, quase sem graça. Algumas beiram a banalidade, o ridículo, as nossas não. As nossas são cardíacas”.

O “CIDADÃO FLUMINENSE” homenageia e reverencia a memória e a obra de Nelson Rodrigues. Não só por sua genialidade como dramaturgo, mas num aspecto especial na qualidade de torcedor apaixonado do Fluminense. Nelson Rodrigues sempre estará ao nosso lado nas arquibancadas assistindo os jogos do nosso querido e imortal Fluminense.

Em 2002, o grande tricolor Sérgio Sá Leitão, produziu e dirigiu o curta-metragem “ÓBVIO ULULANTE”. O curta “ÓBVIO ULULANTE” aborda a paixão do escritor Nelson Rodrigues pelo Fluminense Football Club.

Com duração de 10 minutos e 29 segundos, “ÓBVIO ULULANTE” conta com entrevistas de: Deley, Samarone, Dado Villa-Lobos, Júlio Bueno, Toni Platão, Galhardo, Robertinho, Escurinho, Careca (do talco), Arthur Moreira Lima, Luisa Melo, Carlos Alberto Torres, Eduardo Coelho, Sérgio Vidal, Mauro Tse e Mário Neto.

ÓBVIO ULULANTE

http://www.youtube.com/watch?v=sQtqS_0nzr0


“Sou tricolor, sempre fui tricolor. Eu diria que já era Fluminense em vidas passadas, antes, muito antes da presente encarnação”.

Nelson Rodrigues

É só.

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