sábado, 22 de janeiro de 2011

A 'elite' e os 'tijolinhos'

Há poucos dias, recebi uma mensagem de um amigo tricolor, perguntando-me sobre o que eu sabia em relação a uma matéria que saiu no jornal LANCE! A matéria falava sobre a idéia do “CT do Fluminense ser financiado por 15 (quinze) torcedores da ‘elite’ tricolor”. Da mesma forma que o meu amigo, também tive a oportunidade de ler a matéria.

Respondi ao meu amigo que, este assunto provavelmente, está sendo ‘guardado a sete chaves’ pela atual diretoria tricolor. Inclusive, fui fazer uma pesquisa básica no Lancenet e não encontrei mais a matéria por lá. Será que deletaram a matéria??? É bem provável! Mas a pedido de quem??? Da Diretoria do Fluminense??? Quem sabe??? Por quê??? Voltaram atrás na decisão???

Mas o importante é que a matéria saiu no jornal LANCE! E sabemos que nossa atual diretoria deve ter boas relações com o prestimoso periódico esportivo. Tanto é que, o Fluminense conta hoje em sua assessoria de imprensa com dois ex-funcionários deste importante jornal. Na ocasião em que li a matéria, confesso que não achei a iniciativa das mais simpáticas.

A medida de se construir o “CT do Fluminense sendo financiado por 15 torcedores da ‘elite’ tricolor”, com toda certeza, promoverá a “EXCLUSÃO” da maior parte de nossa torcida, que poderia tranquilamente participar também. Creio que seria mais interessante criar algum projeto onde pudessem envolver nossa participativa torcida e o quadro de sócios do Fluminense. E não apenas “os 15 torcedores da ‘elite’ tricolor”.

Nada contra ser de “elite”. Muito pelo contrário! Até porque se enganam os que pensam que ser de “elite” tem algo a ver, exclusivamente, com poder econômico ou ser arrogante e esnobe. A palavra “elite” era usada no século XVIII para nomear produtos de qualidade excepcional. Posteriormente, o seu emprego foi expandido para abarcar grupos sociais superiores, tais como unidades militares de primeira linha ou os elementos da mais alta nobreza.

“Elite”, de um modo geral, pode ser considerado como um grupo dominante na sociedade. Especificamente, o conceito possui várias definições. Pode ainda designar aquelas pessoas ou grupos capazes de formar e difundir opiniões que servem como referência para os demais membros da sociedade. Neste caso, “elite” seria um sinônimo tanto para liderança quanto para formadores de opinião.

A idéia de formar ‘opinião pública’ pode ser substituída pela idéia de ‘construção ideológica’ compreendida como a diretriz política em um determinado momento histórico. Sob este prisma, a “elite” também teria um sentido de dirigente cultural. Alguém nega que, Mangueira, Salgueiro, Portela e Beija-Flor, façam parte da “elite” das escolas de samba? E as escolas de samba nada mais são do que manifestações artísticas e culturais (que tornaram-se verdadeiras instituições) que expressavam inicialmente uma luta de resistência cultural da população negra de nosso país.

Inegavelmente, o Fluminense foi um clube criado por pessoas de condições econômicas e culturais privilegiadas. Fato este que tornou o Fluminense, um Clube muito fechado (principalmente politicamente) ao longo de seus 108 anos. Não é sem motivos que, o Fluminense Football Club chegou a ser conhecido como “FORTALEZA DO SILÊNCIO”. Só em 1946, que pela primeira vez as portas das Laranjeiras foram abertas ao ‘povo tricolor’ na comemoração de um título de futebol. Ser aceito como sócio do Fluminense, efetivamente, “não era pra qualquer um” até poucas décadas passadas.

Enquanto isso, o nosso maior rival, o Clube de Regatas do Flamengo, desde o início da implantação de seu setor de futebol, conviveu com inúmeras dificuldades treinando na praia do Russel. O Flamengo não tinha campo e era obrigado a treinar em praça pública. À tardinha, os jogadores vinham pela calçada, com as chuteiras rangendo no cimento até chegarem ao campo do Russel. A Prefeitura mandara fazer no local um campo de futebol, com gramado, balizas e tudo mais. A garotada acompanhava o time apontando o Píndaro, o Baena, o Gallo, o Borgeth, o Gustavinho, dentre outros. Para Alberto Borgeth (líder do movimento que fundou o Departamento de Futebol do Flamengo), ali estava a explicação de tudo. A falta de um campo fez o Flamengo misturar-se com o povo.

Vale ressaltar que na conquista do título de Campeão Brasileiro de Futebol de 2010, depois de muitas décadas, ‘as portas das Laranjeiras ficaram fechadas’ por determinação da gestão anterior. Ou seja, não tivemos ‘o nosso campo’ para a comemoração de um título tão esperado por 26 anos. E não podemos esquecer que, o atual presidente do Fluminense, Peter Siemsen, ao ser perguntado se faria ‘festa de comemoração do título’, conquistado em dezembro de 2010, ele respondeu: “VAMOS CONVERSAR COM A UNIMED”.

Enquanto a atual administração tricolor lança a idéia (ou permite que seja lançada) do “CT do Fluminense ser financiado por 15 torcedores da ‘elite’ tricolor”, o Flamengo vai vendendo os seus “tijolinhos”. Essa iniciativa do Flamengo visa aproximar ainda mais o clube de seus torcedores para a compra de seu Centro de Treinamento. E vale destacar que, o Flamengo ampliou a venda dos “tijolinhos” da campanha ‘Rubro-Negro para Sempre’ após a contratação de Ronaldinho Gaúcho. Na primeira semana de janeiro, a venda média diária estava em 50 unidades. Agora chega a 150 por dia. Cada “tijolinho” para o CT custa R$ 250.



Saudações Tricolores

3 comentários:

  1. SUFOCO TOTAL O GUERREIRO TRICOLOR HOJE NO ENGENHÃO. FILAS ENORMES E INDICAÇÃO PARA COMPRAR BILHETE COMUM E PEGAR RESSARCIMENTO. TENHO RECEIO DE COMO SERÁ NA LIBERTADORES.

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  2. Prezado Eduardo,
    encontrei a matéria pelo google: http://www.lancenet.com.br/de-prima/CT-Fluminense-sera-financiado-tricolores_0_408559164.html

    Texto:
    "CT do Fluminense será financiado por tricolores
    DE PRIMA
    Publicada em 14/01/2011 às 10:14

    O CT do Fluminense será bancado por 15 torcedores da elite tricolor. Segundo a diretoria, eles comprarão cotas, com ressarcimento a longo prazo. A diretoria ainda não estabeleceu os valores, pois falta escolher o terreno. O mais próximo de acerto é com um de 50 mil metros quadrados, em Pedra de Guaratiba, Zona Oeste do Rio."


    att
    jaime.

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  3. Prezado Jaime,

    Obrigado por sua colaboração e grande participação.


    Saudações Tricolores,

    EDUARDO COELHO

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